Exodus: The Most Beautiful Day (1980)

Não, você não leu errado. O nome da banda é Exodus, mas nada de thrash metal californiano por enquanto, já que o assunto é prog sinfônico polonês

por Bento Araujo     02 out 2015

ExodusNão, você não leu errado. O nome da banda é Exodus, mas nada de thrash metal californiano por enquanto, já que o assunto é prog sinfônico polonês. Tão sinfônico que no leste europeu o Exodus ficou conhecido como o “Yes polonês”, também é claro pela semelhança do timbre vocal de Jon Anderson com Pawel Birula, o vocalista do Exodus.

O quinteto foi fundado em 1976, mas só conseguiu lançar The Most Beautiful Day, seu elepê de estreia, quatro anos depois, quando os tempos andavam cada vez mais complicados para músicos que praticavam aquele tipo de sonoridade. Mas se a erudição do Exodus parecia fora de esquadro na Inglaterra e nos EUA, no leste europeu tudo parecia em plena sincronicidade, ainda mais que o progressivo gozava de um culto tardio por aqueles lados.

O álbum de estreia do grupo é um pequeno achado da era tardia do prog, principalmente pela ótima faixa de abertura, “Ci wybrani”. O quinteto coloca em prática boas ideias nos temas seguintes, teoricamente complexos, mas que parecem simples diante da confiança dos rapazes. Os timbres são bem característicos da época, com destaque para os sintetizadores e para as guitarras. O ápice fica para o lado B, com a suíte “Ten najpiekniejszy dzien”, com seus 20 minutos de duração. Fãs locais sempre exaltaram também as letras conscientes do conjunto, que teoricamente soam essenciais para a total compreensão do trabalho da banda.

Como cartão de apresentação sonoro, The Most Beautiful Day funcionou perfeitamente. Com o LP debaixo do braço, o Exodus excursionou pela União Soviética e pela Alemanha Oriental. Gravaram programas de TV e rádio, lançaram singles e foram angariando uma legião de fãs por onde passavam. Os shows ficavam cada vez mais teatrais e grandiosos, ao contrário dos discos. Em Supernova (1981) é possível escutar um Exodus mais direto e conciso, com canções belas, porém mais enxutas.

O Exodus acabou em 1983, mas voltou com tudo em 2006, quando lançaram dois discos inéditos e um DVD.

Artigo originalmente publicado na pZ 60

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