A arte gráfica de Aubrey Powell revisitada

Hipgnosis Portraits é o novo livro do parceiro de Storm Thorgerson

por Bento Araujo     09 jun 2015

Hipgnosis PortraitsQuando o assunto é capa de disco de rock dos anos 70, o estúdio londrino Hipgnosis logo vem à mente. Dark Side Of The Moon, Argus, Technical Ecstasy, Houses Of The Holy, Lights Out, Dirty Deeds Done Dirt Cheap e muitos outros clássicos tiveram suas capas criadas, desenhadas, fotografadas e produzidas pela dupla Storm Thorgerson e Aubrey “Po” Powell. É esse último que acaba de lançar um livro essencial, no melhor formato “coffe-table”: Hipgnosis Portraits.

Foi após a morte de Thorgerson, em 2013, que Powell começou a vasculhar os arquivos tanto do amigo como dele próprio, para localizar negativos, rascunhos, outtakes rejeitados pelas bandas e manuscritos, que permaneceram perdidos por mais de quatro décadas. Esse material é o principal atrativo de Hipgnosis Portraits, que não tem previsão de ser lançado no Brasil.

Além do material gráfico precioso, os ensaios textuais de Powell são também reveladores. Pouca gente sabe, por exemplo, que Jimmy Page contratou o estúdio Hipgnosis para trabalhar na capa de Houses Of The Holy porque havia caído de amores pela capa de Argus, do Wishbone Ash, também criada pelo famoso estúdio. Ou que “The Object”, que aparece na capa de Presence, havia sido recusado pelo 10cc, Uriah Heep e Wishbone Ash antes de parar na arte gráfica de um disco do Led Zeppelin.

Outras lembranças dão conta de uma briga homérica de Powell com Paul Rodgers (que agrediu fisicamente o artista gráfico quando ele trabalhava numa das capas do Bad Company), suítes destruídas de hotel, desentendimentos com Paul McCartney num jogo de poker, gozações com o UFO e muito mais. Tudo isso numa era pré-Photoshop, onde arte era criada pelas mãos dos artistas e músicos envolvidos. Hipgnosis Portraits é caro, sem contar o oneroso frete, mas vale cada centavo.

  1. Ronaldo Nodari

    Bom Dia galera da PZ.
    Este assunto de arte de capas de álbuns realmente é fascinante.
    Gostaria de saber se a PZ poderia recomendar algum livro que tenha sido publicado no Brasil que seja mais indicado a começar uma coleção sobre o assunto?
    Abraços a equipe PZ e desejo de sucesso nas novas diretrizes da revista,deixando meu muito obrigado por tudo que puderam proporcionar de descobertas de bandas até hoje,valeu!

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