Motörhead: Os 30 anos de No Remorse

Coletânea trouxe quatro músicas inéditas com uma formação diferente das anteriores

por Ricardo Alpendre     12 set 2014

MotorheadHá trinta anos, no dia 15 de setembro de 1984, o Motörhead lançava o álbum duplo No Remorse. Embora seja uma coletânea dos sete anos do grupo no selo Bronze, de Gerry Bron, No Remorse trouxe quatro músicas inéditas de um Motörhead renascido, e foi ainda o último deles naquela gravadora.

Em 1983, o Motörhead havia perdido, com a saída de Brian Robertson, dois guitarristas em pouco mais de um ano. Naquele momento delicado, o baterista Philthy “Animal” Taylor anunciou a Lemmy, único remanescente da fundação da banda, que também estava de saída. A resposta do baixista e vocalista foi irônica como ele próprio: “Phil, seu timing é ótimo”. Pouco tempo depois, tendo recrutado os novatos Wurzel e Phil Campbell para o lugar que fora de Robertson (e, anteriormente, de Eddie Clarke), além do baterista Pete Gill, ex-Saxon, Lemmy estreou a nova formação do Motörhead em uma apresentação no Hammersmith Odeon. A relação com a Bronze já não era das melhores – o selo não tinha total confiança no novo line up. Para o álbum que o grupo ainda devia à gravadora, então, Lemmy compilou vinte faixas, que foram distribuídas em dois discos. Quatro músicas novas se somaram a elas, fechando, cada uma, um dos lados do vinil duplo.

No RemorseCom capa confeccionada em couro sintético preto estampado com a arte de Joe Petagno em prateado (embora seja mais facilmente encontrada a edição de capa convencional), No Remorse trazia nos encartes um texto de Malcolm Dome, da Kerrang!, e comentários de Lemmy, faixa a faixa.

Das quatro composições novas, creditadas ao novo quarteto, uma, “Killed by Death”, foi lançada em compacto duas semanas antes do álbum. Em uma das versões desse single, a de 12 polegadas, há duas músicas no lado B chamadas “Under the Knife”, embora elas sejam canções diferentes. Apenas uma delas aparece no compacto simples, e ambas estão entre as faixas bônus das reedições “deluxe” em CD de No Remorse.

Em fita cassete, a embalagem original também era especial: uma caixinha de couro, que imitava uma embalagem luxuosa de cigarros, e incluía até aqueles avisos sobre o mal que fazia à saúde.

O quarteto da época do lançamento de No Remorse viria a gravar ainda um álbum completo, o também importante Orgasmatron, em 1986, por um novo selo, GWR Records, do empresário Doug Smith.

  1. Fábio Motorhead

    É verdade que este disco, no Brasil, foi trazido já prensado nos Estados Unidos e, aqui no Brasil somente colaram os selos e colocaram a capa?
    Mas, a Woodstock fez uma prensagem, porém de qualidade pouco inferior?

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    1. Ricardo Alpendre

      Eu não sabia disso. Será que foi só uma parte da tiragem? O meu vinil de 1984, que é daqueles fininhos, parece com as prensagens nacionais da PolyGram da época. O formato da prensa, e tal. A edição da Woodstock não cheguei a ver o disco, mas provavelmente é Fonopress, no antigo prédio da Odeon, que fazia umas prensagens super graves!

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  2. Fábio Motorhead

    (Número de série é o Catalog ID).
    Embora fosse 1984, o Brasil ainda estava no regime militar, um pouco mais tranquilo, ok!
    Mas, muitas empresas traziam os LPs já prensados pra cá.
    Então, colocavam os selos, as capas, encartes apenas, mas, com uma pequena diferença nos escritos: fabricado no Brasil e outros escritos em português: lado A, B, disco 1,2.
    Afinal, a alfândega militar poderia barrar um disco, neste caso, preto, com um demônio desenhado, de uma banda chamada cabeça de motor e sem remorso!
    Assim, fizeram com MUITOS LPs, da Bronze, da MCA Records, da A&E Records e outras, dos anos 70 e 80.

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  3. Fábio Motorhead

    E, o caso do Vinil ser fino, não quer dizer nada.
    Embora as prensagem do exterior, destas épocas, praticamente são “mais grossas e pesadas” mesmo.
    Nos anos 90, no Brasil, começaram a fabricar muitos LPs com o vinil de melhor qualidade, quando puderam até “afinar” o LP!

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