Neil Young: A capa de Zuma (1975)

“A capa de Zuma é uma de minhas favoritas. A Reprise achou que eu era louco na época. Foi algo conceitual. Tudo o que o pessoal andava fazendo estava ficando certinho demais” Neil Young

por Bento Araujo     10 nov 2015

Neil Young - Zuma

ZUMA
Neil Young and Crazy Horse
Reprise, 1975
Design: James Mazzeo

“A capa de Zuma é uma de minhas favoritas. A Reprise achou que eu era louco na época. Foi algo conceitual. Tudo o que o pessoal andava fazendo estava ficando certinho demais”. Declarou Neil Young na biografia Shakey, escrita por Jimmy McDonough.

Zuma, o sétimo álbum de estúdio do canadense, costuma entrar no quesito “great album/terrible art”. Apesar de ser talvez o melhor disco da carreira de Young, o desenho quase infantil e teoricamente desleixado impresso na capa de Zuma acabou confundindo os anseios estéticos de seu público. Em 1975, muitos não se animaram com Zuma devido à sua capa. Anos depois, alguns sebos acabaram colocando o álbum na seção de ofertas.

O enigmático desenho, aparentemente trazendo uma gaivota empoleirada nas costas de uma mulher nua, sobrevoando uma tribo indígena mexicana, foi rabiscado em menos de uma hora por James Mazzeo, um amigo do pessoal do Crazy Horse. Mazzeo levou dois mil dólares na época pelo trabalho, desenhado com uma caneta tipo Bic, que Young aprovou de imediato. Na contracapa, Mazzeo desenhou a chegada de Hernán Cortez, o conquistador espanhol que liderou a expedição que causou a queda do Império Azteca. A melhor faixa de Zuma, “Cortez the Killer”, foi inspirada nele.

Young escreveu “Cortez the Killer” quando sofria de “Montezuma’s Revenge”, ou aquela popular diarréia que persegue muitos músicos durante suas viagens pelo mundo. Montezuma era também o nome do imperador mexicano quando Hernán Cortés chegou na América. O nome do álbum surgiu dessas aspirações históricas de Young.

Zuma foi também o primeiro álbum lançado por ele depois de sua trilogia depressiva de álbuns: Time Fades Away, Tonight’s the Night e On the Beach. O fato de contar novamente com o Crazy Horse espantou qualquer rancor do passado, ainda mais pelo fato de Frank “Poncho” Sampedro estar na guitarra no lugar do falecido Danny Whitten.

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *