Moto Perpétuo

O Moto sempre ficou marcado por ter revelado ao mundo pop o seu vocalista/tecladista/compositor, Guilherme Arantes, mas a banda foi muito mais do que isso

por Ricardo Alpendre     16 out 2014

moto perpetuo - cartaz“Conto contigo / Conto contigo / Porque contigo / Estou são e calmo”. Das variadas e belíssimas letras das composições presentes no único LP do Moto Perpétuo – ao menos o único com a formação original – esta talvez seja a mais representativa. Não apenas representativa do grupo, mas de todo um movimento artístico do qual fazia parte esse quinteto paulistano.

O Moto Perpétuo ocupa hoje, no mapa do nosso rock e da MPB, uma posição inferior àquela que lhe seria de direito artisticamente. OK, alguns admiradores, especialmente do rock nacional daquela época e de rock progressivo, consideram a banda algo valioso e mítico. Mas em qualquer âmbito maior, fora da “tribo”, ela é uma nota de rodapé, um apêndice, ou um prelúdio na discografia de Guilherme Arantes. Note-se que ele era de fato o principal compositor do repertório, além de cantor e tecladista.

O diferencial é que o Moto soava como banda, como a unidade que era. Instrumental presente, o contrabaixo de Gerson Tatini atingindo proeminência em diversos momentos; a guitarra de Egidio Conde sem amarras, livre em contrapontos e melodias; a instrumentação universal e eclética de Claudio Lucci com violão, guitarra e eventualmente o violoncelo; a bateria personalíssima de Diógenes Burani. Todos os músicos faziam backing vocals, o que permitia ao Moto um belo ensemble, valorizando cada composição e arranjo.

No caminho que levou à formação do Moto Perpétuo, apareceu a figura Rita Lee. Recém-saída dos Mutantes, Rita chamou Gerson Tatini para ser o baixista de sua nova banda com Lucia Turnbull. “Fui convidado para tocar com a Rita, e lá acabei encontrando o Diógenes; o Egidio era meu amigo e levei-o para a Rita”, lembra Tatini. Com ele, Burani, Lucia e Conde ensaiavam nas então pouco habitadas margens da Represa de Guarapiranga, zona sul de São Paulo, quando Rita simplesmente resolveu desfazer a banda para seguir em “carreira solo”, conforme ela teria contado aos músicos. Com Lucia nos backing vocals, Rita montou logo em seguida a banda que viria a ser o Tutti Frutti.

A matéria completa você confere na edição 56 da pZ

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