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Kadavar faz sua primeira excursão brasileira

Power trio alemão faz quatro shows por aqui em setembro, promovendo o seu terceiro álbum

por Ricardo Alpendre     27 ago 2015

kadavarQuem desembarca pela primeira vez no Brasil em setembro é o power trio alemão Kadavar.

Promovendo o novo álbum Berlin, o terceiro de estúdio, o grupo deverá mostrar em Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis seu hard rock com pegada vintage e influências de várias vertentes do metal.

Os shows nos palcos brasileiros são os primeiros de uma turnê mundial que segue daqui para Argentina, Chile e Uruguai, e depois para a América do Norte e Europa. É mais uma boa boa pedida para amantes do rock retrô setentista, mais uma promovida pela mesma Abraxas que tem trazido bandas como Radio Moscow e The Flying Eyes.

As datas das apresentações, todas em setembro, são: dia 18 em Goiânia, no Festival Vaca Amarela, Centro Cultural Martim Cererê; dia 19 em São Paulo, no Inferno Club; dia 20 no Rio, no Teatro Odisseia; dia 23 em Floripa, no Célula Showcase.

Todos os eventos têm show de abertura com bandas nacionais, e todas as informações estão na página da produtora no Facebook.

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Conheça o som do Cosmo Drah

A banda faz sua estreia em álbum com um belo CD em parceria com o selo Melômano Discos

por Ricardo Alpendre     18 ago 2015

cosmo drahDe onde?
São Paulo, SP

Sacada
A banda que vem ralando desde 2004 faz um som que remete ao hard rock setentista com algo de folk e progressivo. Um lado curioso é que eles mesmos reconhecem a influência do rock argentino, especialmente os sons mais pesados de nossos vizinhos portenhos. O Cosmo Drah lançou um EP em 2008 e agora faz sua estreia em álbum com um belo CD de 11 faixas em parceria com o selo Melômano Discos.

Referências
Captain Beyond, Cactus, Black Sabbath, Pappo’s Blues, Vox Dei, Aeroblus.

Declaração

“Ao ouvir o disco, fica claro que a inspiração da Cosmo Drah vem lá de trás. Mas a banda tem um belo futuro pela frente”, diz o release da banda no site da Melômano Discos.

Ouça

“Hospício” – Cosmo Drah (2015).

Acesse
facebook.com/cosmodrah

Conheça o som dos Irmãos Carrilho

Alexandre Provensi e Matheus Godoy são a dupla que carrega esse nome cheio de sonoridade e significados

por Ricardo Alpendre     10 ago 2015

De onde?
Curitiba/PR

Sacada
Alexandre Provensi e Matheus Godoy são a dupla que carrega esse nome cheio de sonoridade e significados. Eles não têm compromisso com o “revolucionário”, nem são apenas um amontoado de referências: as boas músicas, tocadas e cantadas em harmonia, transmitem emoções puras, daquelas que os sertanejos pop (e lá em cima o country pop) parecem ignorar, e que agora a música popular vem resgatando.

Referências
Música caipira de verdade, folk e uma pitada de Neil Young.

Declaração
“Estamos produzindo e gravando o primeiro disco, com arranjos mais elaborados e banda de apoio, mas mantendo a proposta de country, folk e música caipira”, disse Matheus Godoy para a pZ.

Ouça
“No Tempo que Passou” – Single (2014).

Acesse
osirmaoscarrilho.bandcamp.com

Canned Heat ao vivo nas prateleiras

Lançamentos incluem show com John Lee Hooker

por Ricardo Alpendre     26 jun 2015

Canned HeatTrês shows do Canned Heat gravados no início da década de 1970 estão chegando ao mercado em lançamentos do selo Cleopatra.

O primeiro deles, já lançado em abril, promete ser, se não o melhor, o de maior valor histórico: o grupo em companhia de John Lee Hooker em pleno Carnegie Hall, em 1971, na turnê que sucedeu o lançamento do álbum Hooker ‘n Heat, já sem o gaitista e guitarrista Alan Wilson, morto no ano anterior. Além do CD, o álbum sai em LP de vinil verde, edição limitada. O texto é do renomado Dave Thompson, e inclui uma nova entrevista com o baterista Fito de la Parra.

O segundo lançamento, em maio, contém uma apresentação da banda em 1973 em Estocolmo, na Suécia.

O terceiro, que chegará às lojas em julho, deverá se chamar Illinios Blues 1973, e o selo ainda não adiantou informações sobre ele além do nome, que ao menos revela o ano do concerto, e que foi no estado que abriga a tão inspiradora Chicago.

She: Clássico perdido do garage rock

Compilação do selo Big Beat reúne o melhor das gravações de 1964 a 1971

por Ricardo Alpendre     23 jun 2015

sheO She foi uma genuína banda de garagem formada em Sacramento, Califórnia, em 1964. Após assistir a um show dos Beach Boys em sua cidade, Nancy Ross pegou sua guitarra e formou uma banda, que deveria incluir somente garotas. A irmã mais nova, Sally, com apenas 13 anos, agarrou a vaga de baixista. E até 1971, período de existência do grupo, as duas irmãs seriam as integrantes constantes enquanto as formações variavam.

Inicialmente denominadas The Hairem, as meninas compunham suas próprias canções e tocavam todos os instrumentos. Perto do fim da década de 60, época em que mudaram o nome para She, os sons garageiros das garotas foram ganhando cores psicodélicas, e as músicas seguiam alternando uma ingenuidade aqui, sensualidade e provocação ali.

Apesar de realizarem gravações desde os tempos de Hairem, o She só conseguiu chegar ao vinil ao lançar o single “Outta Reach”, produzido por Barry Goldberg, pelo selo Kent, de Los Angeles (um dos muitos empreendimentos dos irmãos Bihari, acostumados desde os anos 50 a lançar e relançar discos de bluesmen como B.B. King, Lowell Fulsom e Elmore James).

Após serem descobertas pelo público entusiasta do rock de garagem sessentista em 1999, quando seu material foi compilado no CD She Wants a Piece of You do selo inglês Big Beat, elas chegam agora também ao LP, em uma versão de vinil 180g da mesma coletânea. Das 19 faixas do CD original, o LP traz 14, em tese as melhores, embaladas em uma nova e belíssima capa.

République du Salém lança disco com Marc Ford

O ex-Black Crowes produziu e participou do álbum e vem ao Brasil para shows com a banda.

por Ricardo Alpendre     18 jun 2015

11537895_859325930803493_5541791377444653081_oA banda brasileira République du Salém, que aposta declaradamente na sonoridade setentista, prepara o lançamento de seu segundo álbum, intitulado simplesmente République du Salém. Cantado em inglês e gravado na Califórnia, o trabalho foi produzido pelo guitarrista Marc Ford, ex-integrante dos Black Crowes, que inclusive tocou no álbum e virá ao Brasil para participar dos shows de lançamento.

Duas datas já estão confirmadas, ambas em São Paulo: 8 de julho no Bourbon Street Music Club e 16 de julho, no Na Mata Café. Também haverá a apresentação no Showlivre.com, no dia 14 de julho, transmitida ao vivo. A página da banda no Facebook informará sobre próximas datas, e garante que mais um show com Ford deverá ser divulgado nos próximos dias. O endereço é facebook.com/republiquedusalem

A partir de 19 de junho, o République disponibiliza o álbum em pré-venda digital no iTunes, o que inclui o download antecipado de uma faixa, “Path of Cain”.

Abaixo o videoclipe mais recente do grupo, que também conta com a participação de Marc Ford: é da faixa “Go Ye and Preach my Gospel”, também presente no novo álbum, uma cover do bluesman Rev. Dan Smith.

Conheça o som do ruído/mm

Eles fazem um som que lembra progressivo, música erudita e pop, algumas vezes remetendo ao auge das bandas do selo 4AD

por Ricardo Alpendre     12 jun 2015

ruídommDe onde?
Curitiba/PR

Sacada
Em músicas predominantemente instrumentais, com vozes eventuais, o ruído/mm (eles frisam que o nome é em letras minúsculas) faz um som que lembra rock progressivo, música erudita e até mesmo o pop, algumas vezes remetendo ao auge das bandas do selo 4AD. E o principal: tudo isso está a serviço das composições classudas e instigantes da banda, formada em 2003.

Referências
Rock progressivo, new age, 4AD, Tangerine Dream, jazz.

Declaração
“Calma ou explosiva, a música instrumental do ruído/mm embala os pensamentos e faz mexer o corpo em uma mistura que vai do jazz ao punk, da psicodelia ao pósrock – e o que mais vier”, diz o release da banda.

Ouça
“Eletroestática” – Rasura (2014).

Acesse
ruidopormilimetro.com

John Mayall & Peter Green

A dupla ressurge em gravações históricas. Fitas de cinco apresentações em Londres, 1967, são compiladas em CD

por Ricardo Alpendre     11 jun 2015

Live In 1967 (Never Before Heard Live Performances)John Mayall e seus Bluesbreakers apresentavam-se nos clubes de Londres em 1967, com o blues britânico ainda no auge, período em que Peter Green era o gênio da guitarra da vez. Green deixaria a banda pouco depois, levando consigo Mick Fleetwood e John McVie, para formar seu próprio grupo, o Fleetwood Mac.

Em algumas dessas apresentações, incluindo datas no Marquee Club e no Ram Jam, um fã holandês, Tom Huissen, conseguiu entrar com um gravador de rolo e registrou, da plateia, os sons que vinham do palco.

Mayall, que há alguns anos sabia da existência dessas fitas, adquiriu recentemente as gravações do próprio Huissen, e as submeteu ao tratamento de restauração do engenheiro Eric Corne. O resultado, que acaba de sair pelo selo Forty Below, é o CD Live In 1967 (Never Before Heard Live Performances).

A restauração sonora, segundo Corne, foi capaz de melhorar a qualidade, bastante limitada, mas ainda assim ela fica aquém do padrão profissional, mesmo para álbuns ao vivo da época. No entanto, essa qualidade é suficiente para mostrar o quão eletrizantes eram as performances de Mayall e os Bluesbreakers, algo que, justiça seja feita, já havia sido atestado nas ainda mais precárias gravações lançadas há quase quatro décadas no álbum Primal Solos, documentando as fases de Eric Clapton e Mick Taylor.

Conheça o som de Diego Mascate

“Inquieto” é uma boa palavra para definir esse artista que conseguiu definir um estilo musical difícil de descrever

por Ricardo Alpendre     19 Maio 2015

Diego MascateDe onde?
Cuiabá, MT / Senador Canedo, GO

Sacada
“Inquieto” é uma boa palavra para definir esse artista que, em peregrinações pelo Brasil, conseguiu definir um estilo musical difícil de descrever, abrangente e ousado. Ideias musicais interessantes e letras idem, de um cara que não se diz “mascate” por acaso: é um negociador de palavras e de músicas boas.

Referências
Sá, Rodrix & Guarabyra, Novos Baianos, Jards Macalé, Rumo, Itamar Assumpção, rock e “malditos” da MPB.

Declaração
“O ‘Mascate’ é um arquétipo que Diego usa para seu trabalho desde 2011, por tratar-se do vendedor-andarilho que passa por vários caminhos, levando diferentes ‘produtos’, fazendo intercâmbios culturais, interligando o urbano e o rural”, diz o release.

Ouça
“Não vou ser seu plano B” – A.C. (2014).

Acesse
diegomascate.com.br

A Invasão dos Box Sets

O Natal já passou, mas as luxuosas caixas continuam saindo

por Ricardo Alpendre     28 abr 2015

grobschnitt box set

Não é tempo de Natal, mas os boxes luxuosos continuam chegando para quem quiser presentear – principalmente a si mesmo. Um problema: esses banquetes nunca são lançados por aqui; e se saíssem, provavelmente seriam versões mutiladas. Então é melhor preparar o bolso, ainda mais com o dólar lá em cima e o frete geralmente oneroso. Aqui está uma seleção de novos box sets para incitar os fãs de progressivo e hard dos anos 70.

This Is Your Captain Speaking é uma caixa da Parlophone/EMI com 11 CDs do HAWKWIND, contendo os álbuns de 1970 a 1974 em miniaturas das capas originais, mas sem as faixas bônus das remasterizações anteriores; boa parte delas está no último CD. Engloba todo o período que ainda pertence à EMI – Warrior on The Edge of Time, de 1975 e também gravado para a United Artists, da EMI, há muito não pertence mais à gravadora. Contém também os duplos ao vivo Greasy Truckers Party e The 1999 Party.

After The Flood: At The BBC 1968-1977 são dois CDs contendo gravações ao vivo do VAN DER GRAAF GENERATOR para programas da rádio BBC. Muito interessante, mas não contém todo o material gravado pela banda para a rádio. “Estão chegando perto”, dizem alguns fãs. Mas há quem diga que isso é tudo o que a BBC tem em seus arquivos.

Progeny: Seven Shows From Seventy-Two contém nada menos que sete shows completos do YES gravados nos Estados Unidos e Canadá no ano de 1972, em 14 CDs. O áudio, segundo a Rhino, foi restaurado de tapes recém-descobertos, e a qualidade prometida é maravilhosa. A arte da caixa e de cada capa de CD é trabalho inédito de Roger Dean. Para os mais comedidos, há a versão abreviada, Highlights From Seventy-Two, com 90 minutos em dois CDs ou três LPs.

Os alemães do GROBSCHNITT também lançaram uma belíssima caixa, 79:10, com 17 CDs trazendo todos os 14 álbuns do grupo. A razão do título é que todos os 17 CDs têm 79 minutos e 10 segundos de áudio. Vem com um livro de 92 páginas, em tamanho de LP (12” x 12”). Contém também uma impressão da arte interna do álbum Rockpommel’s Land autografada pelos três integrantes originais ainda vivos.

Já os britânicos do SPOOKY TOOTH colocaram no mercado The Island Years (An Anthology) 1967-1974, oito CDs ou nove LPs, contendo todos os álbuns lançados entre 1968 e 1974, mais o disco Supernatural Fairy Tales, de 1967, do Art, uma espécie de pré-Spooky Tooth. Todos os álbuns vêm com faixas extras totalizando 30 gravações inéditas. A edição em vinil contém um pôster do Art. Já a caixa de CDs vem com um livreto de 48 páginas.

Para encerrar este nosso mini especial, nada melhor do que um box do super trio EMERSON LAKE & PALMER, registrado inteiramente na América do Sul e lançado pelo selo Manticore. Once Upon A Time: Live In South America possui quatro CDs, compilando três apresentações do ELP, duas delas de 1993 (em Santiago e Buenos Aires) e uma de 1997 (no Rio de Janeiro).

Redescoberto: Joe The Jammer

Disco perdido de protegido de Jimmy Page e Peter Grant é finalmente lançado e com Mitch Mitchell na bateria

por Ricardo Alpendre     27 abr 2015

joejammerO selo Angel Air acaba de colocar no mercado pela primeira vez uma preciosidade: Headway, o segundo e inédito álbum do guitarrista Joe Jammer. Tanto Jimmy Page quanto Robert Plant proclamam-se inventores do apelido para Joe Wright, na época Joe The Jammer, o garoto de Chicago que havia se aproximado deles nos bastidores do Kinetic Playground, durante a primeira turnê americana do Led Zeppelin, em 1969. E o apelido tinha razão de ser: “Porque era tudo o que eu fazia o tempo todo: jams”, conta Jammer. Ele foi roadie do Led Zeppelin e técnico de guitarra de Jimmy Page.

Desde o início, prodígio que era na guitarra, Jammer impressionou tanto o guitarrista do Led Zeppelin que, além de cuidar do arsenal de Gibsons e Fenders do astro em ascensão, ele passou a preencher a agenda de sessões de gravação que Page mantinha como sideman mas estava abandonando.

Empresariado por Peter Grant, o sempre atuante manager do Led, Jammer saiu em turnê na Inglaterra com sua própria banda e gravou um álbum para a EMI, Bad News, lançado em 1972. Quando o segundo álbum foi gravado, John Gustafson havia entrado na banda, no baixo. Ainda mais relevante foi a entrada do baterista Mitch Mitchell. “Havíamos nos tornado bons amigos depois da morte de Hendrix; eu estava morando em sua casa em Surrey e, na verdade, estava usando algumas das guitarras e amplificadores de Hendrix”, Jammer relembra.

Mas, da série “azarados do rock” surgiu a recusa da Imigração inglesa em receber Jammer de volta no país após uma excursão à Alemanha, já que seu visto havia expirado. Grant ficou de acionar seus contatos e resolver a papelada, mas a agenda do Led Zeppelin provavelmente fez com que ele não lembrasse ou não tivesse tempo. O LP foi arquivado pela EMI, que não poderia ter o músico promovendo-o no país. De volta aos EUA, Grant tentou compensar a situação, colocando-o nas aberturas de shows de Maggie Bell e do Bad Company. Mas anos depois Jammer estava vivendo em semi-anonimato no Canadá.

Dois anos atrás, após a morte da mãe, Jammer encontrou os tapes de Headway no porão da casa, e aqui está o fim da história. Temos um álbum de ótimo rock com pitadas de jazz e funk, e, para Jammer, “as melhores performances de Mitch Mitchell após o trabalho com Hendrix”.

Harvey Mandel Encaixotado

Mais uma do mundo dos relançamentos: Harvey Mandel tem um box recém-lançado contendo seis CDs

por Ricardo Alpendre     22 abr 2015

Harvey MandelMais uma do mundo dos relançamentos: o guitarrista Harvey Mandel tem um box recém-lançado contendo seis CDs. Cinco deles são álbuns do início de sua carreira solo: Cristo Redentor (1968), Righteous (1969), Games Guitars Play (1970), Baby Batter (1971) e The Snake (1972). O sexto CD, Live At The Matrix 1968, é, como diz o título, o registro de uma apresentação ao vivo, e tem as participações de Jerry Garcia e Elvin Bishop.

Tendo iniciado sua carreira em 1966, Mandel foi sideman de uma porção de artistas, como Charlie Musselwhite, Canned Heat, Rolling Stones e John Mayall. Ganhando o apelido The Snake (a cobra), ele viria a usar a alcunha como título de um de seus álbuns mais clássicos, contido na caixa.

Os CDs vêm em capinhas de papelão como miniaturas dos álbuns originais, os chamados papersleeves. O indispensável livreto que vem na caixa tem texto do jornalista Dave Thompson.

O selo Cleopatra anuncia que o produto saiu em edição limitada. Portanto, para quem é admirador do guitarrista, é melhor correr.

Relançamentos do Specials

Mestres do ska em edições caprichadas da 2 Tone

por Ricardo Alpendre     13 abr 2015

The specialsPara quem gosta de música com um clima retrô, mas passando longe do pastiche, esta é uma boa: o selo 2 Tone, subsidiário da Chrysalis, está relançando os três álbuns do Specials em edições, imagine: especiais, com dois CDs cada uma.

Ótima oportunidade para quem quer ir além do básico na discografia do grupo, responsável por internacionalizar a cena ska inglesa a partir de 1979, ano em que o primeiro álbum, Specials, foi lançado. Nesse primeiro trabalho, produzido por Elvis Costello, a referência da música jamaicana está totalmente presente, inclusive com regravações de clássicos que acabariam se tornando clássicos novamente com a banda, como “A Message to You, Rudy”.

No segundo disco, More Specials, de 1980, há uma ousadia irresponsável, descarada até, nas composições, e a temática beira o existencialismo. Já o terceiro, o elegante e irregular In the Studio, levou três sofridos e tortuosos anos para ser gravado, sendo lançado originalmente só em 1984 com a banda chamada Special AKA, após o rompimento do grupo original. Nele se destacam canções incisivas como “(Free) Nelson Mandela” e “Racist Friend”.

O material dos CDs extras não é composto de perfumarias como “alternate mix”, “rough mix” ou outras coisas “nunca antes lançadas – agora você sabe por quê”. Pelo contrário: há em sua maioria itens de compactos não presentes nos LPs, faixas de EPs e gravações ao vivo para a rádio BBC.

O único problema é fazer o ouvinte comprar mais uma vez os álbuns, quando já os tem, por causa dos bônus e da parte gráfica. A opção de lançar somente o material inédito e raro, contudo, poderia obter menos alarde, do ponto de vista da gravadora.

Então, aí estão. De qualquer forma, é melhor tê-los.

Relançamentos do Bad Company

Selo Rhino acaba de relançar os dois primeiros discos do Bad Company em CD e LP, com várias faixas extras e tratamento de luxo

por Ricardo Alpendre     08 abr 2015

Bad Company straight-shooterNão é a primeira vez e nem será a última em que alguém descobre os rolos originais de fita, ou um acetato único, ou qualquer pedaço de gravação de sessões clássicas atrás de uma porta, ou em uma prateleira empoeirada, num sótão que escapou de uma enchente, etc. Neste caso, foram encontrados os tapes originais das sessões dos primeiros álbuns do Bad Company. Não as masters, e sim os multitracks, com os canais destinados aos instrumentos ainda separados. Com isso, lados B e compacto, gravações inéditas, incluindo demos e takes diferentes também vieram à tona, e estão saindo neste mês de abril em edições luxuosas dos álbuns, tanto em CD duplo quanto em LP duplo, pelo selo Rhino.

O primeiro álbum, Bad Co., de 1974, tem em seu primeiro CD e LP o álbum original com som restaurado, e no segundo disco o conteúdo muda: enquanto o LP tem oito faixas (mesmo número álbum), o CD tem 12, das quais as oito inéditas estão no vinil.

Já o segundo Straight Shooter, de 1975, tem também o álbum normal acompanhado do CD 2 com 13 faixas, todas elas inéditas, das quais oito estão no vinil. Uma falha gritante neste álbum: apesar de os LPs serem prensados em vinil 180g e do ótimo tratamento costumeiro, as duas músicas realmente inéditas do CD extra não estão no vinil extra!

De qualquer forma os relançamentos não deixam de ser importantes.

Thunder Road

Belíssimo quitute para os curtidores de trilhas sonoras, 57 anos depois

por Ricardo Alpendre     07 abr 2015

Thunder RoadBruce Springsteen pagou tributo ao filme com a primeira música de seu multiplatinado álbum Born to Run em 1975. Os cineastas Quentin Tarantino e Jim Jarmusch admitem sua influência. E Dolly Parton tem enorme carinho pela obra, que foi sua primeira experiência em uma sala de cinema. Thunder Road, filme de 1958 que tem Robert Mitchum como protagonista, produtor e co-diretor ao lado de Arthur Ripley, acaba de ter sua trilha sonora lançada pela primeira vez pelo selo Bear Family. O CD vem em um maravilhoso digipak com livreto de 108 páginas, bem no padrão caprichado da Bear.

Contendo o score orquestral de Jack Marshall e a guitarra do ás Joe Maphis, o disco também tem faixas cantadas, como “The Whipporwill” na voz de Keely Smith, então mulher e vocalista de Louis Prima, e atriz coadjuvante em Thunder Road. Outra canção, aliás a mais clássica, é The Ballad of Thunder Road, que aparece interpretada pelo próprio Mitchum e em mais oito versões, incluindo covers gravadas nos 16 anos que se seguiram.

A Lei da Montanha, como o filme foi chamado no Brasil, poderia ter tido Elvis Presley como protagonista como queria Mitchum. No enredo, um veterano da Guerra da Coréia volta para as montanhas para cuidar da destilaria clandestina da família (eles produziam moonshine, um tipo de whisky ilegal). Para manter o controle os negócios, ele tem que despistar a polícia e ainda enfrentar os gangsters da cidade, que querem lhe tomar a destilaria. Se o filme não é um grande clássico do cinema, o disco enfim surge como um belíssimo quitute para os curtidores de trilhas sonoras, 57 anos depois.

Destroy All Monsters

Ron Asheton, Michael Davis e mais um capítulo da música de Detroit

por Ricardo Alpendre     30 mar 2015

Destroy All MonstersMais um capítulo da música de Detroit volta aos holofotes. Vem sendo bastante elogiada a compilação de dois CDs do Destroy All Monsters que saiu no final do ano passado pelo selo Munster Records. Em uma de suas fases, a banda teve o guitarrista Ron Asheton, que havia sido dos Stooges, e o baixista Michael Davis, ex-MC5.

Na verdade a história da banda é um pouco confusa para os neófitos, mas a antologia, chamada Hot Box, além de trazer clássicos que passam sem cerimônia do punk ao experimentalismo, também traça um bom panorama da história. Hot Box reúne as diferentes fases e facetas do grupo entre 1974 e 1994, diferentemente do box 1974-1976, lançado em 1995, que se concentrava nos experimentalismos iniciais.

E, entre os vários integrantes exóticos, semi-músicos, como definiu o crítico Mark Deming, há a exuberância da cantora Niagara.

Além da versão em dois CDs, a compilação também foi lançada em três LPs, e inclui material inédito.

Aeroblus em São Paulo

Trio vai se apresentar com guitarrista convidado no Sesc Belenzinho, no final de abril

por Ricardo Alpendre     27 mar 2015

Aerolus 2010

Um sonho será realizado para os fãs do Aeroblus. O grupo argentino/brasileiro, que foi capa da poeira Zine 58, irá se apresentar no Sesc Belenzinho no dia 25 de abril. É a primeira vez que a banda faz um show no Brasil.

No lugar do inesquecível Norberto “Pappo” Napolitano, a formação desta reunião do grupo tem os guitarristas Juan Cavalli (da Medinight Band) e Danilo Zanite (da Patrulha do Espaço). O outro argentino do trio é Alejandro Medina, um dos principais baixistas da história do rock argentino e sul-americano. E na bateria, é claro, está Rolando Castello Junior, fundador da Patrulha do Espaço e único integrante brasileiro do Aeroblus.

Castello, Medina e Pappo formaram o Aeroblus em Campo Limpo Paulista em 1976. No ano seguinte, eles se apresentaram nas casas de shows da Argentina, e lá gravaram para a Philips o único álbum do grupo, homônimo, o qual se tornou extremamente cultuado entre o público do rock pesado. Enquanto é preparado o lançamento de um CD contendo gravações de ensaios do período clássico, a nova encarnação do Aeroblus pode tocar composições inéditas daquela fase, além do material do LP de 1977.

O Aeroblus subirá ao palco na Comedoria do Sesc Belenzinho às 21h30 do sábado, 25/4.

Os valores de ingressos são padrão Sesc: de R$ 7,50 para comerciários matriculados no Sesc até R$ 25,00 para o público em geral. Portanto, é melhor correr.

Mais informações no site do Sesc.

Novo disco do Iron Butterfly?

O possível novo LP será o primeiro álbum de estúdio desde Sun and Steel, de 1975

por Ricardo Alpendre     19 mar 2015

Iron Butterfly

O Iron Butterfly planeja gravar um novo álbum. Quem fez a revelação foi o próprio guitarrista Mike Pinera em uma entrevista recente para um blog.

Na nova formação estaria Ron Bushy, baterista original e fundador; no entanto, devido a problemas de saúde, Ron está afastado e, segundo o site oficial da banda, ele mesmo irá determinar quando será sua volta.

Com Pinera na guitarra e vocal, além do baixista Dave Meros, o percussionista Mike Green, o tecladista Martin Gerschwitz e o baterista Ray Weston, o Iron Butterfly já se apresentou em fevereiro e tem datas marcadas nos Estados Unidos e Canadá para o período entre maio e agosto. Também há negociações para shows na Europa durante o verão.

O possível novo LP será o primeiro álbum de estúdio desde Sun and Steel, de 1975. Mas, além da volta de Ron Bushy, Pinera havia declarado que contaria com Doug Ingle Jr., ou seja, o filho do tecladista original, Doug Ingle. Para Pinera, Doug Jr. não apenas se parece com o pai, mas também soa como ele.

The Flying Eyes faz sua primeira turnê brasileira

Grupo norte-americano toca em sete cidades no Brasil; Anjo Gabriel abre quatro dos shows.

por Ricardo Alpendre     06 mar 2015

The-Flying-Eyes-Poster-Tour-WEBComeça nesta sexta-feira, 6/3, a excursão brasileira do grupo The Flying Eyes. O combo norte-americano carrega nas tinturas psicodélicas o seu blues rock com fortes influências das décadas de 1960 e 1970.

Após dois concertos na Argentina (em Buenos Aires e Córdoba), o quarteto desembarcou em terras brasileiras e inicia sua empreitada em terras tupiniquins pela região Sul.

Neste dia 6 em Florianópolis e dia 7 em Rio do Sul, eles agitam Santa Catarina. Já no dia 8, domingo, o show é em Petrópolis, RJ; e quinta, dia 12, é a vez do Rio de Janeiro.

Sem folga, no fim de semana eles atacam em Goiânia na sexta-feira 13, dia 14 em São Paulo, e domingo dia 15 retornam a terras fluminenses para encerrar excursão em Volta Redonda.

Com quatro álbuns lançados, o Flying Eyes aposta também no folk e no blues primitivo, acrescentando ali pitadas lisérgicas, como mostra o disco mais recente, Leave It All Behind Sessions, lançado no fim do ano passado, uma coletânea de sons semi-acústicos gravados desde 2010.

A partir do show do dia 12, no Rio, a banda Anjo Gabriel participa das noitadas, tocando antes dos norte-americanos. Outros grupos também farão abertura nos diversos concertos.

O melhor lugar para conferir os locais de shows, as bandas de abertura e informações sobre os ingressos é a página da produtora Abraxas (a mesma que trouxe por duas vezes o Radio Moscow) no Facebook: www.facebook.com/abraxasevents

Moog novamente na praça

Empresa volta a fabricar seus clássicos sintetizadores modulares

por Ricardo Alpendre     03 mar 2015

Micky Dolenz no Moog

A empresa norte-americana Moog, fabricante de alguns dos sintetizadores mais desejados do rock e do pop, anunciou que irá relançar três de seus modelos mais emblemáticos da década de 1970, quando foram colocados no mercado.

Os sintetizadores modulares System 55, System 35 e Model 15 chegarão em edições limitadas, fabricados de acordo com os projetos e padrões de manufatura originais, incluindo soldas à mão, como feitos na produção inicial desses modelos a partir de 1973.

A excentricidade, mesmo, aparece nas quantidades: o System 55 terá 55 unidades disponíveis, a 35 mil dólares cada. Já do System 35 serão produzidas apenas 35 unidades, a 22 mil dólares. Já o Model 15, do qual 150 peças serão oferecidas, custará 10 mil dólares.

O site da empresa, moogmusic.com, traz mais informações, com um texto entusiasmado sobre a novidade, e um vídeo de 18 minutos que o próprio canal da Moog pôs no ar na segunda quinzena de janeiro.

Patrulhando além da fronteira

Patrulha do Espaço e Die Hard Records lançam o CD Capturados ao vivo em Buenos Aires 2014 / Veloz 2013

por Ricardo Alpendre     26 fev 2015

Patrulha BASO baterista Rolando Castello Junior tem uma história com a Argentina. Ele é um dos mais significativos elos entre o rock brasileiro e o de nossos vizinhos platinos, como se vê logo na capa desta edição da pZ. A Patrulha do Espaço, banda da qual ele carrega a bandeira há décadas, no entanto, visitou terras portenhas pela primeira vez no ano passado.

Conforme conta no texto da capa, ele e sua trupe formada pelo guitarrista e cantor Danilo Zenite, a cantora Marta Benévolo e o baixista Daniel Dellelo navegaram “mares nunca dantes navegados”, apesar do entrosamento ganho em tantos shows dessa formação atual – por sinal, ótima. É que algo era diferente do habitual naquela noite, no Marquee, de Buenos Aires: os assistentes de palco não eram os de sempre, o equipamento idem, e havia a responsabilidade da própria gravação.

Ouvindo o CD Capturados Ao Vivo em Buenos Aires, não se tem a impressão do nervosismo relatado por Castello no texto do encarte. Tudo funciona tão bem, tão solto e tão natural, que eles soam como se estivessem tocando no Centro Cultural São Paulo – onde a banda também gravou um álbum ao vivo há mais de dez anos, com uma formação bem diferente.

A escolha do repertório é especialmente feliz no novo álbum, apresentando, entre clássicos como “Columbia” e “Cão Vadio”, músicas do período em que a Patrulha teve Pappo, o herói do povo roqueiro argentino, na guitarra. Assim, estão presentes “Robot”, “Deus Devorador”, “Olho Animal” e ainda uma inédita do Aeroblus: “Araña”. Há participações de dois guitarristas do rock argentino: Conejo Jolivet e Claudio Rodríguez. A gravação é de boa qualidade, sobretudo para um trabalho de rock independente com harmonias vocais, muito bem mixadas.

A segunda parte deste “2 em 1” vem de um projeto idealizado em 2013, Veloz, que reúne composições novas e gravações feitas em diferentes situações. Entre elas, outra versão ao vivo de “Deus Devorador”, anterior, com Marcello Schevano e Renê Seabra, incluída em homenagem ao último, morto em 2013. Veloz serviu como um bem-vindo adendo a Capturados Ao Vivo em Buenos Aires.

O CD foi lançado pela Die Hard Records, que também fez os relançamentos dos dois primeiros álbuns da Patrulha, e a que Castello se refere carinhosamente como “nosso selo”. É encontrado na própria loja Die Hard, na Galeria do Rock, em São Paulo, e pelo site www.diehard.com.br.

13th Floor Elevators se reúnem após 45 anos

Única apresentação está programada para maio, em Austin, Texas

por Ricardo Alpendre     24 fev 2015

13TH-FLOOR-ELEVATORSO semanário The Austin Chronicle, tabloide alternativo de Austin, Texas, publicou dias atrás que um dos orgulhos da cidade, a banda 13th Floor Elevators, fará uma reunião para se apresentar no Levitation Festival, que será realizado entre 8 e 10 de maio.

O evento, anteriormente chamado Austin Psych Fest, ocorre no Carson Creek Ranch, e em 2015 terá atrações de peso como Flaming Lips, Tame Impala, Jesus & Mary Chain, Spiritualized e Primal Scream, além dos Elevators, que fecharão o festival como banda principal do domingo dia 10.

O combo psicodélico texano se separou na virada das décadas de 1960 e 1970, e neste ano comemora o cinquentenário de sua formação.

Estarão nesse reencontro o vocalista e guitarrista Roky Erickson, o baixista Ronnie Leatherman, o baterista John Ike Walton e o curioso integrante Tommy Hall. Letrista principal, cientista e “visionário”, Hall é um caso à parte, tendo marcado o som dos Elevators com seu instrumento chamado electric jug; ou seja, mais ou menos uma versão eletrificada dos jarros ou moringas que caracterizavam as jug bands dos anos 1920.

Após ficar totalmente afastado da música durante esses 45 anos, ao contrário de seus colegas, Hall já está praticando o electric jug novamente, especialmente para o show.

Tanta é a importância dos 13th Floor Elevators para Austin que o Levitation Festival teve seu nome inspirado na música “I’ve Got Levitation”, presente no segundo disco do grupo, o clássico Easter Everywhere.

Paramount na veia

Third Man Records homenageia histórico selo de jazz e blues

por Ricardo Alpendre     20 fev 2015

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A Paramount Records foi um selo surgido por acaso, como ramificação de uma fábrica de móveis do Wisconsin, EUA, que fez alguns gabinetes para gramofones da Edison Records. Considerando a chance de prosperar no então ascendente mercado fonográfico a partir de 1917, o selo logo achou seu nicho: race music (música “de raça”), nome dado à música popular negra – ainda levaria mais de 30 anos até que Jerry Wexler, redator da Billboard no final dos anos 1940, cunhasse a expressão rhythm and blues para designar a música feita pelos negros.

Aproveitando a grande onda de migração de afro-americanos do sul para o norte do país, a Paramount fez de sua especialização uma bênção. Em poucos anos, ela se tornou uma pequena grande gravadora, licenciando fonogramas gravados no sul com a música de novos talentos e contratando alguns dos artistas diretamente. Feras do jazz como Louis Armstrong, King Oliver, Jelly Roll Morton e Fats Waller; do blues, como Charley Patton, Blind Lemon Jefferson, Son House e Skip James; grandes cantoras como Ma Rainey, Alberta Hunter e Ethel Waters; todos esses e muitos outros tiveram seus nomes e performances eternizadas nos discos de 78 rpm da Paramount. A Third Man Records, em colaboração com a Revenant Records, acaba de lançar o segundo e último volume de sua impecável retrospectiva do selo.

Impecável é pouco. Prepare o seu coração: é na verdade irresistível. Por 400 dólares, o sortudo consumidor pode adquirir cada um dos volumes da edição “The Rise and Fall of Paramount Records”. Cada um deles tem seis LPs prensados em vinil de 180g, além de um dispositivo USB com design exclusivo contendo música digitalizada, num total de 800 músicas. Ou seja: 1600 músicas, somando os dois!

Inclusos ainda estão, em cada volume, dois livros, reproduções de anúncios de jornal e outros itens da tão bem-vinda memorabilia. E tem ainda as embalagens: O volume 1, que cobre o período 1917-21, vem numa caixa de madeira feita à mão; o volume 2, de 1928 a 1932 (quando a Grande Depressão levou a gravadora à falência), vem em um estojo de alumínio polido.

Atualmente os dois já podem ser encomendados pela internet, no site da Third Man Records: thirdmanrecords.com. As edições são limitadas.

Primeira fase do Thin Lizzy novamente em vinil

Selo Light In The Attic completa suas reedições dos três álbuns com o trio original

por Ricardo Alpendre     18 fev 2015

Phil - Brian - EricBoa notícia para os fãs do Thin Lizzy, especialmente aqueles que gostam da primeira fase da carreira do grupo. O selo norte-americano Light In The Attic está relançando em LP de vinil 180g o segundo e o terceiro LPs da banda irlandesa: Shades Of A Blue Orphanage e Vagabonds Of The Western World, respectivamente.

Nos dois álbuns, assim como no que os precedera, o Thin Lizzy tinha Eric Bell na guitarra. Ao lado dele, os dois músicos que estariam em todos os grandes álbuns do grupo: Phil Lynott no baixo e vocal, e Brian Downey na bateria.

Shades, lançado originalmente em 1972, e Vagabonds, de 1973, são diferentes em estilo do Thin Lizzy que se tornaria mais famoso com Brian Robertson e Scott Gorham nas guitarras. Ao invés daquele hard-boogie melodioso dos trabalhos seguintes, o trio dessa primeira fase explorava sons folk e psicodélicos, com alguns desvios para o blues.

Bundle-2-675x507Na página do Thin Lizzy dentro do site da LITA (como o selo abrevia seu nome) são oferecidos os LPs individualmente a 18 dólares, ou os dois juntos a 32 dólares. Uma outra opção é comprar também o primeiro LP, Thin Lizzy, de 1971, no pacote com três LPs a 48 doletas. O álbum de estreia já havia sido relançado pela LITA em 2012, e também pode ser comprado separadamente.

Todos os álbuns, além da prensagem 180g e a alardeada remasterização, têm capa dupla com fotos pouco vistas antes e textos.

A página é http://lightintheattic.net/artists/420-thin-lizzy

A Man For All Seasons: Jeff Beck In The 1960s

Documentário mostra em detalhes Jeff Beck nos anos 60

por Ricardo Alpendre     10 fev 2015

Jeff BeckChega ao DVD neste mês de fevereiro, sem antes passar por uma temporada de exibição nos cinemas, um quitute dos bons: A Man For All Seasons: Jeff Beck In The 1960s, um documentário sobe os primeiros anos de carreira do guitarrista que transformou os Yardbirds de um grupo de covers de rhythm & blues (embora ótimo no que se propunha) em uma das mais inventivas bandas do período pré-psicodélico.

O filme contém imagens de Jeff Beck na década de 1960 e entrevistas com músicos parceiros, como Jim McCarty e Chris Dreja, dos Yardbirds, e também com produtores, empresários e jornalistas. Em mais de duas horas de duração, mostra a efêmera tentativa do produtor Mickie Most de embalar o guitarrista como ídolo pop e a primeira encarnação do Jeff Beck Broup, com Rod Stewart e Ron Wood.

O trailer já está disponível desde dezembro, quando começou a pré-venda do DVD.

Gil & Gal em vinil triplo

Show de 1971 da dupla foi gravado em Londres e sai pela primeira vez em disco

por Ricardo Alpendre     09 fev 2015

Gil & GalGal Costa fazia visitas frequentes a seus colegas baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil durante os anos de exílio em Londres. Juntos, eles tocavam, cantavam, trocavam figurinhas musicais, quando Caetano e Gil mostravam novas composições à cantora. E também faziam shows.

Numa dessas apresentações, em 26 de novembro de 1971, alguém (não se sabe quem) gravou o áudio em fita de rolo, estéreo, direto da mesa de som. O material, que ficou guardado no acervo dos estúdios em que Gil gravava e depois pertenceu a um colecionador inglês, foi encontrado por Marcelo Fróes em 1998 durante sua pesquisa para a caixa Ensaio Geral, lançada pela Universal Music em 1999.

Tendo encontrado outra jóia gravada em Londres, a trilha sonora do filme Copacabana Mon Amour, até então inédita, Fróes em contrapartida não achou o que fora procurar: os tapes do segundo álbum gravado no exílio, inacabado. E a gravação do show de 1971, realizado na City University de Londres, não entrou no projeto da caixa, dedicada aos trabalhos solo de Gil, e ficou inédita até setembro do ano passado, quando o selo Discobertas fez o lançamento em CD duplo.

No final do ano passado veio a edição em vinil, da Polysom: três LP em uma capa belíssima adaptada da arte do CD com o óbvio ganho em plasticidade. A arte, por sua vez, foi criada pela designer Bady Cartier simulando um cartaz de show, por sugestão do próprio Fróes.

O que acontece no show, como alardeado pelo próprio Gilberto Gil, é uma celebração da informalidade na música. Gal e Gil se acompanham com seus violões, frente a uma banda que tem Bruce Henry (baixo), Tutty Moreno (bateria) e Chiquinho Azevedo (percussão). Há momentos em que Tutty “rouba a cena” pra usarmos um clichê, já que ele pouco os usa: é um baterista único, que faria grandes trabalhos para Gil, Caetano, Jards Macalé, Maria Bethania e Joyce. Caetano, aliás, não lembra de ter assistido a essa apresentação, provavelmente não estando lá.

O show registrado nesses três LPs é revelador do momento criativo dos dois artistas: Gil compondo muito, na iminência do retorno ao Brasil, e Gal apresentando versões de seu então novo show A Todo Vapor. Vale a pena ter.

Woodstock Discos: Mais que uma loja

Documentário sobre a Woodstock Discos chega às telas e às lojas

por Ricardo Alpendre    

Woodstock Discos“Tem gente que não sabe nem que Woodstock foi um festival, mas conhece a Woodstock como a loja de heavy metal que fez uma tradição”. Com essa e muitas outras declarações e memórias, Walcir Chalas conta a impressionante história da loja Woodstock, que resiste ao tempo e às intempéries do mercado no centro de São Paulo. Na verdade, como diz o título do filme protagonizado por Walcir, a Woodstock não é simplesmente uma loja.

O que é contado no documentário Woodstock – Mais Que Uma Loja, dirigido pelo jornalista Wladimyr Cruz, é que, nos anos que se seguiram à sua fundação, em 1978, a Woodstock foi se tornando a realização do sonho de Walcir, de dividir e repassar a cultura do rock e do heavy metal. O público alcançado, inicialmente pequeno e seleto, foi se tornando muito maior do que poderia ser recebido naquela pequena sala da Galeria José Bonifácio, na rua de mesmo nome. Assim, no início de 1985, a loja e seus fiéis seguidores se mudaram para a Rua Dr. Falcão, bem ali no Vale do Anhangabaú, onde está até hoje.

No documentário, com mais de duas horas de duração, aparecem os irmãos Max e Iggor Cavalera (ex-sepultura, atuais Cavalera Conspiracy), os guitarristas Andreas Kisser (Sepultura), Felipe Machado (Viper) e Marcos Kleine (Ultraje a Rigor), os jornalistas Ricardo Batalha e André Pomba (este, ex-baixista do Vodu), o apresentador Gastão Moreira e figuras do rock pesado como João Gordo (Ratos de Porão) e Chris Skepis (Cock Sparrer), entre outros. Durante essas conversas são mostradas cenas de eventos que marcaram a Woodstock e tornaram-na mais que uma loja, para além da ideia inicial de Walcir.

Tardes de autógrafos assustadoramente lotadas, exibições de vídeos, shows de bandas, a visita de James Hetfield (Metallica) e dos Ramones, lançamentos exclusivos de discos, selo fonográfico, o programa Comando Metal e aquelas pequenas histórias do dia a dia… Está tudo lá: no filme, que é exibido em sessões especiais de cinema, e no DVD, que contêm cenas extras e pode ser encontrado em lojas como a própria Woodstock e a Die Hard, na Galeria do Rock.

O documentário conta com uma página oficial no Facebook: facebook.com/docwoodstock.

A despedida do Earls Court

O centro de exibições londrino fecha suas portas

por Ricardo Alpendre     05 fev 2015

Earls Court“Em Londres, parece que tudo o que não for loja, escritório ou apartamento de luxo está sendo demolido”, reclama o artista plástico Duggie Fields, sobre a demolição do Earls Court, que teve início em dezembro. O centro de exibições mais importante de Londres por muitos anos, e que na década de 1970 passou a receber alguns dos shows mais importantes também, deixa de existir. Em seu lugar, será construído um enorme conjunto de prédios abrigando apartamentos residenciais, escritórios e lojas. A expectativa de inauguração do novo complexo é para o ano de 2033.

Tendo iniciado as atividades como centro de exposições em 1887, o Earls Court foi totalmente reconstruído há cerca de 80 anos, e reinaugurado em 1937. Nesse mais de um século de existência, o espaço sediou eventos importantes para a história da cidade, com destaque para inúmeras exibições e mostras internacionais. A partir de maio de 1973, quando David Bowie e o Pink Floyd se apresentaram ali na mesma semana, o Earls Court recebeu shows do Slade (os donos da ideia de fazer show no local), Led Zeppelin, Elton John, Queen, Genesis, Bob Dylan e muitos outros. Dos artistas citados, todos realizaram na casa espetáculos cruciais para uma turnê ou para suas próprias carreiras.

Fields, que dividia com Syd Barrett um apartamento de onde se vê o Earls Court (e onde foram feitas as fotos para o álbum The MadcapLaughs, do ex-Pink Floyd), diz que “é uma grande perda para Londres”, e atesta: “Esse prédio impressionante ainda atrai milhões de pessoas do mundo todo, e nós estamos jogando fora essa história e essa herança”.

A volta do Gryphon

A None The Wiser tour terá os quatro integrantes da formação original

por Ricardo Alpendre     04 fev 2015

gryphon“Nem um pouco mais sábios”. É com essa bem-humorada modéstia que se definem os músicos do Gryphon no nome da pequena turnê que eles acabam de anunciar, a primeira desde a separação do grupo em 1977.

Com cinco datas na Inglaterra, a None The Wiser tour terá os quatro integrantes da formação original: Richard Harvey, Brian Gulland, Graeme Taylor e Dave Oberlé. Aumentando o time, estarão o multi-instrumentista Graham Preskett e o baixista Jon Davie. Preskett e Davie tocaram com o Gryphon já em 2009 no Queen Elizabeth Hall, em Londres, na então única apresentação ao vivo do grupo desde 1977, ano em que lançaram o último álbum, Treason.

A turnê, com cinco datas confirmadas, tem início no dia 12 de maio de 2015 em Wolverhampton, e termina em Londres no dia 29 de maio.

Last Orders Please

Ex-Faces remanescentes tocam juntos em festa fechada

por Ricardo Alpendre     02 fev 2015

Rod Stewart and the FacesRod Stewart recebeu Ron Wood e Kenney Jones entre os 120 convidados de sua festa de aniversário de 70 anos, no dia 10 de janeiro em sua casa, em Los Angeles. Os três remanescentes dos Faces tocaram duas músicas homenageando o tecladista Ian McLagan, que morreu no início de dezembro.

A festa, organizada pela esposa de Rod, Penny Lancaster, teve temática dos anos 1940 celebrando a década em que o cantor nasceu, e foi animada pela Glenn Miller Orchestra incluindo vários integrantes originais – Miller morreu durante a Segunda Guerra Mundial.

Jones escreveu em sua página no Facebook: “Fui a L.A. para o aniversário de Rod. Uma grande noite, e toquei com meus amigos Rod e Woody. Só duas músicas, mas foi divertido”.

Há muito tempo, desde a separação em 1975, os Faces têm frustrado as expectativas dos fãs por uma reunião da banda. Em 2010, Mick Hucknall, vocalista do Simply Red, cantou com Wood, McLagan e Jones em shows de uma breve reencarnação da banda. Em 2012, eles iriam tocar com Rod na cerimônia de indicação do grupo ao Rock And Roll Hall Of Fame, mas o cantor declinou o convite às vésperas da apresentação. O outro integrante original, Ronnie Lane, morreu em 1997.

The Sonics lançam novo álbum, o primeiro em 48 anos

Grupo proto-punk não gravava um LP de músicas originais desde 1967

por Ricardo Alpendre     26 jan 2015

sonicsApós aproximadamente 48 anos desde que o último LP foi lançado, os Sonics preparam seu primeiro álbum de inéditas desde 1967.

This Is The Sonics, como o álbum vai se chamar, tem lançamento agendado para 31 de março de 2015 pelo selo próprio, Revox, e foi gravado em Seattle, com três dos integrantes originais: Gerry Roslie (teclados e voz), Larry Parypa (guitarra e vocais) e Rob Lind (saxofone, gaita e vocais). Todos eles, que se reuniram em 2007, estavam na gravação dos três discos originais dos precursores do punk: Here Are The Sonics (1965), Boom (1966) e Introducing The Sonics (1967).

Nos dois primeiros (principalmente no álbum de estreia, gravado ainda em 1964), o grupo estabeleceu sua reputação como um dos mais sujos e pesados de todo o movimento do rock de garagem da época.

“The Witch”, o primeiro single daquelas sessões, lançado em 1964; “Psycho”, com o grito mais insano; “Strychnine”, com apologia ao gosto por uma bebida improvável; “Boss Hoss”, “Cinderella”, “He’s Waitin’”, e ainda versões cruas e frenéticas de sucessos do rhythm & blues… Aquele coquetel de irresponsabilidades eternizadas em vinil só poderia mesmo ficar às margens das paradas de sucessos, tornando-se, contudo, item obrigatório em qualquer coleção de rock que pretenda conter sons proto-punk.

Formada em Tacoma, Washington, a banda tem uma história muito ligada a Seattle, onde o novo This Is The Sonics foi gravado com produção de Jim Diamond.

O primeiro single confirmado do álbum é “Bad Betty”, um rock ‘n’ roll puro tocado no estilo inconfundível dos Sonics. No ano passado, a música apareceu, em outra versão, no compacto que o grupo dividiu com o Mudhoney para venda exclusiva no Record Store Day.

“Último desejo” bizarro de Kim Fowley?

Site TMZ diz que o influente produtor queria garotas violando seu cadáver.

por Ricardo Alpendre     23 jan 2015

Kim-Fowley-fuck-youKim Fowley deixou o mundo do rock mais triste e menos safado em janeiro de 2015, com sua morte aos 75 anos. Mas não menos bizarro. Ao menos se for verdade a notícia veiculada pelo site norte-americano TMZ – o mesmo que, em 2009, noticiou em primeira mão a morte de Michael Jackson.

Segundo o site, O produtor que trabalhou com Kiss, Runaways e Alice Cooper teria combinado com o editor da revista Girls and Corpses (Garotas e Cadáveres) que fossem feitas fotos de seu corpo sendo violado por garotas nuas. Esse teria sido seu último desejo. A revista é exatamente o que diz em seu título: uma publicação de fotos de mulheres jovens em poses “sensuais” com zumbis, cadáveres e afins.

De acordo com o TMZ, o produtor, considerado um dos mais geniais e polêmicos do rock, trocou e-mails com o editor e uma fotógrafa da revista em 2012, expressando suas intenções quanto ao ensaio fotográfico, que teria sua então namorada Snow e as amigas dela, fetichistas, mutilando o corpo de Fowley, deixando o sangue rolar, e até ateando fogo no sangue e em ossos. Fowley ainda teria proposto que ele mesmo custeasse o ensaio, se necessário.

O editor, apesar de rejeitar a parte mais sangrenta, teria concordado em fazer a sessão de fotos com as garotas nuas.

Entre o tempo do acordo e o de sua morte, Fowley trocou de namorada e se casou, e a viúva, Kara Wright, é quem tinha o controle do corpo. Segundo o TMZ, no dia 19 de janeiro, Kara não podia ser encontrada para liberar o ensaio. Mas ao que parece ele não chegou a ocorrer, porque o funeral ocorreu na tarde do dia 22, inclusive com as presenças de Joan Jett e do influente disc jockey Rodney Bingenheimer.

50 anos de Grateful Dead

Além dos quatro músicos originais, os shows terão convidados: o tecladista Bruce Hornsby e Trey Anastasio, do Phish

por Ricardo Alpendre     22 jan 2015

GratefulDead-ADMAT

Os deadheads, como são chamados os muitos fãs do Grateful Dead, irão comemorar os 50 anos da banda em grande estilo. Mesmo sem Jerry Garcia, morto em 1995, os quatro integrantes originais remanescentes, Bob Weir, Phil Lesh, Mickey Hart, e Bill Kreutzmann farão três shows no fim de semana do 4 de Julho, o Dia da Independência nos Estados Unidos. E será no Soldier Field, estádio de Chicago onde desde 1971 jogam os Chicago Bears, equipe de futebol americano.

A cidade é tão especial para o Dead porque, além da imensa concentração de fãs, foi lá que o grupo fez sua última apresentação, há 20 anos. Além disso, Chicago fica num ponto geográfico estratégico, atraindo deadheads tanto da costa oeste como da costa leste, que terão que viajar uma distância similar para chegar ao Soldier Field.

“Este ano é o do 50.º aniversário da banda que todos amamos, o Grateful Dead. Será uma celebração. É uma banda americana incrível, sendo celebrada no aniversário da América”, diz Trixie, filha de Jerry Garcia, em um vídeo promocional do evento.

Além dos quatro músicos originais, os shows, que serão realizados entre 3 e 5 de julho, terão alguns convidados, incluindo o pianista e tecladista Bruce Hornsby (que já foi músico de apoio do Dead) e Trey Anastasio, do Phish.

Nós Somos A Tempestade

Livro brasileiro mapeia metal alternativo americano

por Ricardo Alpendre     12 dez 2014

Nós Somos A TempestadeAo longo de quase quatro anos, desde 2010, o jornalista Luiz Mazetto vem conduzindo entrevistas com algumas das figuras mais importantes do metal alternativo norte-americano. E as conversas acabam de sair em um livro caprichado, desses que enriquecem as prateleiras de literatura musical das livrarias. A obra integra a Coleção Mondo Massari, das Edições Ideal, e chama-se Nós Somos a Tempestade.

A coleção, lançada pela Ideal após a ótima repercussão do livro de mesmo nome, de Fábio Massari, é definida pela editora e pelo próprio radialista e escritor como um selo dentro da empresa. Fazendo uma analogia, como se fosse um selo de sons mais alternativos dentro de uma gravadora (“poeiramente” falando, como uma Harvest ou Vertigo na EMI ou Philips, respectivamente). Coube a Mazetto escrever e organizar esse segundo livro da coleção, e o primeiro assinado por um outro autor que não seja Massari, já que o “Reverendo” é coautor na HQ Malcolm (sobre Malcolm McLaren), com o ilustrador Luciano Thomé.

Com prefácio de Nate Newton, baixista do Converge e do Cavalera Conspiracy, o livro segue guiando o leitor através de uma introdução e uma “Breve história do metal alternativo dos EUA”. Depois disso, já vêm as sessões de entrevistas, classificadas em correntes e estilos dentro do movimento musical, cada uma delas precedida de um pequeno texto, bastante didático. E aí é diversão pura, papo inteligente e direto. Pergunto a Mazetto se esse formato “pau na máquina” do livro é relacionado à estética do próprio gênero musical, e ele responde: “Olha, acho que não de forma consciente, mas realmente faz sentido agora que você falou (risos). Até coloquei um capítulo com um breve histórico do gênero antes das entrevistas para dar uma situada nos leitores, mas bem curto, de qualquer maneira”.

E seguem as conversas. Além de bandas seminais como Black Flag, Melvins e Neurosis, também foram entrevistados músicos do Buzzoven, Mastodon, Saint Vitus, Down, Converge, The Dillinger Escape Plan, Corrosion of Conformity, Unsane e várias outras. É um total de 25 entrevistas, que incluem ainda as realizadas com os diretores dos documentários Blood, Sweat + Vinyl e Such Hawks Such Hounds, obras às quais este livro vem ser um acompanhamento único no mercado literário até agora. Para mostrar o caminho das pedras, no final do livro, Mazetto preparou uma lista de “50 discos essenciais para entender o metal alternativo”, um ótimo guia para quem quer começar uma coleção desses sons que agitaram a cena norte-americana.

E, como bônus, uma colaboração do próprio Massari: ele entrevistou, em 2011, o guitarrista e vocalista do A Storm of Light, Josh Graham, ex-Neusosis, e o trabalho serve de apêndice a Nós Somos a Tempestade. Entre outros elogios entusiasmados ao livro que abraçou com seu selo, Massari diz, em texto na última capa: “(…) depois do privilégio de lê-lo algumas vezes, posso garantir que não existe nada parecido na praça”.

Sobre sua produção atual e futura, Mazetto se mostra bem animado: “Lancei há pouco tempo meu site sobre música (www.contra-corrente.com), que traz entrevistas com bandas e artistas desse universo do metal alternativo, entre outras coisas. Além disso, estou trabalhando no projeto de um novo livro, dentro do mesmo universo, mas com bandas do resto do mundo, em vez de apenas dos EUA”.

Se a produção literária brasileira, em particular a literatura musical, ainda precisa de mais autores, aqui está uma coleção que faz sua parte.

Nós Somos a Tempestade está disponível no site da Ideal (edicoesideal.com).

Ian McLagan morre aos 69 anos

Pianista dos Faces e Small Faces também tocou com os Rolling Stones.

por Ricardo Alpendre     05 dez 2014

ianmclaganSe 2014 já vinha sendo marcado pelas mortes de músicos importantes, este final de ano se mostra um pouco exagerado.

Apenas um dia após a morte do saxofonista Bobby Keys, na última quarta, 3/12, foi a vez do pianista e tecladista Ian McLagan, que tem seu lugar na história principalmente como integrante dos Small Faces e dos Faces.

McLagan morreu aos 69 anos, vítima de um derrame, em um hospital de Austin, Texas, cidade em que morava.

Nascido na Inglaterra em 1945, McLagan começou a carreira na primeira metade da década de 1960, e em 1965 entrou para os Small Faces, que se tornaram Faces após a saída de Steve Marriott e a entrada de Ron Wood e Rod Stewart em 1969.

Quando Wood foi integrar os Rolling Stones em 1975, após o fim dos Faces, ele levou McLagan para tocar como sideman da banda, e o pianista fez gravações e shows acompanhando o quinteto. Ele toca, por exemplo, o piano elétrico que é marca registrada do hit “Miss You”. Ainda ao lado de Wood participou do New Barbarians, projeto que também contava com Keith Richards, Bobby Keys, Stanley Clarke e Joseph Zigaboo Modeliste.

Em 1972, ao lado do baterista Kenney Jones, também dos Faces, McLagan tocou no clássico LP The London Chuck Berry Sessions, na porção de estúdio do álbum, em que o cantor e guitarrista apresentou músicas inéditas.

Durante a longa carreira, ele também acompanhou ídolos como Bob Dylan e Bruce Springsteen, e recentemente excursionou com Nick Lowe, outra figura heroica do rock britânico.

Desde 2012, com os Faces e Small Faces, ele faz parte do Rock and Roll Hall of Fame.

Seu álbum mais recente, United States, é relacionado por nosso editor, Bento Araujo, entre os melhores de 2014 na retrospectiva do ano no poeiraCast, episódio que estará aqui no site da pZ a partir de 17 de dezembro.

Bobby Keys (1943-2014)

Saxofonista faz parte da história dos Rolling Stones

por Ricardo Alpendre     03 dez 2014

bobby keysÀs vésperas de completar 71 anos de idade, o saxofonista Bobby Keys morreu na última terça, dia 2 de dezembro, em sua casa em Franklin, Tennessee, nos Estados Unidos, após anos enfrentando os efeitos da cirrose.

Texano, Bobby foi um dos principais saxofonistas do rock, se não o principal, tendo iniciado sua carreira há mais de cinco décadas e meia como músico acompanhante de artistas como Buddy Holly e Bobby Vee.

Ele já havia se tornado um dos músicos mais requisitados da música pop quando se iniciou a parceria que o tornaria imortal: a partir de 1969, ele se tornou “o saxofonista” dos Rolling Stones, tocando em todos os álbuns do grupo até 1974 e, depois, em todos a partir de 1980. Sua colaboração em discos como Sticky Fingers (1971) e Exile on Main St. (1972), tem valor incalculável em termos musicais.

Além da banda de Mick Jagger e Keith Richards, Bobby também fez parte de álbuns importantes de outros monstros sagrados, embora sem um vínculo tão efetivo. George Harrison, Joe Cocker, John Lennon, Eric Clapton, Chuck Berry, Ringo Starr, Faces, Donovan, B.B. King, Humble Pie, Lynyrd Skynyrd, Graham Nash e muitos outros têm na discografia a contribuição de seu saxofone.

keith richards - bobby keysOs Stones publicaram em nota oficial: “Os Rolling Stones estão devastados pela perda de nosso querido amigo e lendário saxofonista, Bobby Keys”. Keith Richards divulgou carta aberta, escrita a mão: “Perdi o maior companheiro do mundo e não consigo expressar a tristeza que sinto, apesar de que Bobby diria algo para me animar. Minhas condolências a todos que conheciam a ele e seu amor pela música”.

Radio Moscow volta ao Brasil

Além dos shows no País, grupo vai ao Chile, Uruguai e Argentina

por Ricardo Alpendre     28 nov 2014

Radio MoscowMais uma excursão brasileira da banda Radio Moscow se aproxima. Os norte-americanos Parker Griggs (guitarra e voz), Anthony Meier (baixo) e Paul Marrone (bateria) têm sete shows marcados no Brasil, além de outros quatro para os hermanos angentinos, chilenos e uruguaios. Será a segunda vez em que o grupo, um dos melhores da atualidade no rock setentista, visitará a América do Sul, apenas dois meses depois da bem-sucedida primeira passagem.

Na ativa desde 2003, o Radio Moscow tem cinco álbuns, sendo o mais recente Magical Dirt, lançado em 2014. O primeiro, chamado simplesmente Radio Moscow, de 2007, foi produzido por Dan Auerbach, dos Black Keys.

As datas, confirmadas oficialmente pela banda, são as seguintes:

5/12 – Groove Pub – Uberlândia, MG

6/12 – Goiânia Noise Festival – Goiânia, GO

7/12 – Pub Handte – Panambi, RS

11/12 – Lechiguana – Gravataí, RS

12/12 – Inferno Club – São Paulo, SP

13/12 – Lapa Café – Rio de Janeiro, RJ

14/12 – Gypsy Bar – Petrópolis, RJ

16/12 – Santiago, Chile

17/12 – Montevidéu, Uruguai

18/12 – Buenos Aires, Argentina

19/12 – Córdoba, Argentina

RADIOMOSCOW

 

Napoleon Murphy Brock toca Zappa em São Paulo

Ao lado da banda Let’s Zappalin, músico fará dois shows em dezembro.

por Ricardo Alpendre    

napoleonOverdose de música para fãs de Frank Zappa na capital paulista!

O guitarrista Rainer Pappon e seu grupo Let’s Zappalin farão duas apresentações em dezembro. O norte-americano Napoleon Murphy Brock, cantor, saxofonista e flautista de Zappa e dos Mothers of Invention em uma das melhores fases da carreira do artista entre 1973 e 1975, é o convidado da banda brasileira nos shows, que serão realizados no fim de semana que antecede o Natal.

O primeiro deles será no sábado, 20 de dezembro, às 19h, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1.000, ao lado do Metrô Vergueiro), com ingressos a R$ 20,00.

Já o segundo, domingo, dia 21, às 21h, será dividido em duas entradas e terá a performance do álbum Roxy & Elsewhere, no Café Piu Piu (Rua Treze de Maio, 134 – Bela Vista), com couvert artístico de R$ 40,00.

Também fazem parte do Let’s Zappalin os músicos Fred Barley, Jimmy Pappon e Érico Jônis.

Moto Rock Fest

Festival terá músicos do Terço, Som Nosso e Secos & Molhados neste sábado.

por Ricardo Alpendre     26 nov 2014

Moto Rock FestNão é tão comum ver o motociclismo associado ao rock progressivo, mas levando-se em conta que no Brasil dos anos 1970 o prog se misturava ao rock mais básico com tamanha naturalidade, fica até confortável o mote “Festival de Rock Progressivo” abaixo do título Moto Rock Fest.

O evento, que ocorre em São Paulo neste sábado (dia 29), terá como headliner um show indispensável para fãs da banda O Terço. O nome do show pode parecer confuso, mas, para o público da banda, não deixa dúvidas: Sérgio Hinds toca “O Terço” Lado B. Após apresentar o espetáculo no Rio e em Belo Horizonte, Hinds receberá no palco paulistano o músico Cezar de Mercês, ex-integrante do grupo e autor de boa parte das composições clássicas.

“Esse projeto, por coincidência, já estava na minha cabeça há algum tempo”, disse Cezar, que justifica a iniciativa oportuna: “Por motivos óbvios, resgatar as músicas que ficaram fora dos shows ‘oficiais’ do retorno do Terço e que contam a história da banda de forma mais abrangente”. Com a soma das duas iniciativas, a reunião dessas forças criativas foi um caminho tão natural quanto aguardado. Além de Cezar, também haverá a participação de Roberto Lazzarini, do Terreno Baldio.

Outro show que promete ser inesquecível é o do Pedro Baldanza Trio. Baldanza, o “Pedrão” do Som Nosso de Cada Dia, também fará parte do show da banda 70 de Novo, projeto que revive grandes momentos da década progressiva, encabeçado por Zé Brasil, do Apokalypsis, com Silvia Helena, Gerson Conrad (do Secos & Molhados) e o já mencionado Cezar de Mercês. E o Apokalypsis ainda aproveita a ocasião para fazer o show de lançamento de seu novo CD, 40 Anos.

Tudo isso será realizado a partir das 18h do sábado no palco do Via Marquês, na Barra Funda, com ingressos a R$ 30,00 (entradas de camarote com open bar custam R$ 120,00). A organização informa que haverá feira de discos de vinil e exposição de carros e motos. E, como a temática é o motociclismo, será lançada a campanha “Se beber não pilote”.

O Via Marquês fica na Av. Marquês de São Vicente, 1589.

Os ingressos estão à venda no site www.ticketbrasil.com.br e nas lojas Aqualung e Moshi Moshi, da Galeria do Rock.

Yes! Nós Temos Progressivo

Rock progressivo nacional é assunto de TCC e vira documentário

por Ricardo Alpendre     13 out 2014

O rock progressivo nacional foi assunto de um trabalho de conclusão de curso universitário em forma de documentário. A estudante de jornalismo Amanda Barcellos, ao se formar, produziu o vídeo Yes! Nós Temos Progressivo, e para isso entrevistou uma boa quantidade de artistas do estilo, veteranos e novos.

Além da música, que não poderia faltar e aparece sempre pontuando as conversas, há declarações de músicos de bandas como Terreno Baldio, Mutantes, Quaterna Réquiem, Tempus Fugit, Bacamarte, Módulo 1000, Violeta de Outono e outras, além de entusiastas como o produtor e lojista Claudio Fonzi e o jornalista Leonardo Nahoum.

Para ilustrar, há apresentações ao vivo, com trechos da Mostra Internacional de Rock Progressivo do CCBB em 2014 e do festival Psicodália de 2012.

Um dos assuntos abordados pelos entrevistados é a ausência de percepção da mídia tradicional para o movimento artístico em curso. Há também algo didático quando alguns deles situam o cenário nacional em relação ao mercado mundial e o avaliam ao longo das décadas.

Paul Revere, líder dos Raiders, morre aos 76 anos

Tecladista estava aposentado desde julho por problemas de saúde.

por Ricardo Alpendre     07 out 2014

Paul Revere and the Raiders

Morreu no último sábado, dia 4, aos 76 anos de idade, Paul Revere, tecladista e fundador da banda Paul Revere & The Raiders. O grupo fez sucesso nos anos 60 e início da década seguinte com hits como “Just Like Me”, “Kicks”, “Hungry”, “Him Or Me – What’s It Gonna Be?” e “Indian Reservation (The Lament of the Cherokee Reservation Indian)”.

Revere, que liderou os Raiders ao lado do vocalista Mark Lindsay, havia se retirado do meio artístico em julho deste ano por problemas de saúde, embora o grupo continuasse a se apresentar. A causa da morte ainda não foi revelada.

No site da banda, que é um dos orgulhos do Estado de Idaho, nos EUA, foi escrito um belo texto em homenagem a Paul, nascido em Nebraska e que vivia em Caldwell, Idaho, onde iniciou a carreira. Mais sobre Paul Revere na próxima edição da pZ.

James Brown de volta à pista

Dois pedaços importantes e até então ausentes da história do Godfather of Soul chegam às prateleiras

por Ricardo Alpendre     06 out 2014

James Brown - Love Power PeaceAquela sensação dúbia, um misto de euforia e desespero, deve estar percorrendo os fãs de James Brown e entusiastas da black music em geral.

Dois pedaços importantes e até então ausentes da história do Godfather of Soul chegam às prateleiras. Um deles, trazido à tona pelo selo Now-Again, é o álbum These Are The J.B.’s, primeira edição de um disco gravado em 1970, arquivado pelo selo King e até agora inédito.

A história do álbum, até pouco tempo lendário e em cuja existência alguns não acreditavam, começou quando Brown colocou sua banda, The J.B.’s, incluindo o baixista Bootsy Collins, no estúdio, e eles simplesmente deixaram a jam rolar solta. O desespero fica por conta da tiragem: são apenas 3 mil exemplares em vinil, e os pedidos já vêm sendo aceitos por 25 dólares (mais o frete) no site da gravadora, nowagainrecords.com, para o lançamento, que será no dia 28 de novembro.

Outro selo, o implacável Sundazed, oferece, pela primeira vez, um álbum ao mesmo tempo clássico e inédito no formato original: Love Power Peace. Os tapes da apresentação de 1971 no Olympia de Paris, mixados por Brown e seu staff, haviam sido entregues por eles à gravadora Polydor.

Com a saída de integrantes importantes da banda, o lançamento do LP triplo foi abortado. Em 1992, a Polydor fez uma boa edição em CD, mas com uma nova mixagem e sem as performances adicionais de Bobby Byrd e Vicki Anderson.

Agora, a Sundazed disponibiliza o álbum triplo em vinil com mixagem e sequência originais, capa luxuosa, fotos inéditas e texto de Alan Leeds, então tour manager e atual biógrafo de Brown. Leeds, por sinal, também assina as notas do LP da Now-Again.

Em meados de outubro, Love Power Peace estará nas lojas dos EUA, e no site da Sundazed (sundazed.com) ele já é oferecido a 40 dólares mais o frete.

Como funcionava uma loja de discos nos anos 70?

Assista ao filme que mostra a Tower Records em 1971

por Ricardo Alpendre     02 out 2014

Quer ter uma visão de como é o céu? Ou, pelo menos, algo bem parecido? Uma filmagem em película de 16 mm, feita em 1971 na loja Tower Records da Sunset Strip, em Hollywood, foi divulgada na internet.

As imagens foram realizadas por Darrell Forney, professor da Faculdade de Sacramento, cidade na qual a Tower tinha sua sede desde 1960.

A unidade em questão, que funcionava em Hollywood há apenas um ano, aparece nos dez minutos de filmagem provavelmente em seu auge, em uma noite qualquer da semana. Funcionários desembalam LPs, empilhando-os entre os corredores de prateleiras; pilhas e pilhas de All Things Must Pass, de George Harrison dividem espaço com o público.

LPs de Elton John, Rare Earth, Paul McCartney, Iron Butterfly, Chopin, Brahms… O mundo da música estava naquelas gôndolas, entre consumidore292929s e cartazes de cartolina chamando atenção para as ofertas, com seus grandes números desenhados a mão. O vídeo é sonorizado com “Thank You (Falettinme Be Mice Elf Again)”, com Sly and the Family Stone, e “Me and Bobby McGee.” Na voz de Janis Joplin. Discos dos dois artistas também têm destaque no filme.

A seção de cartuchos de 8 pistas (os chamados 8-tracks) é mostrada como algo para um público específico.

O entra-e-sai de gente, a fila do caixa, os LPs sendo colocados nos envelopes da Tower, tudo é capturado com muito estilo com a câmera de Forney, documentando um pedaço importante da história da rede, fechada em 2006, e do próprio mercado fonográfico.

Big Star: O Culto Continua

Discos remasterizados e DVD inédito a caminho

por Ricardo Alpendre     01 out 2014

Big Star Live in MemphisA gravadora Stax, que originalmente distribuiu os dois primeiros LPs do Big Star, acaba de remasterizá-los para novas reedições. No catálogo norte-americano, #1 Record, de 1972, e Radio City, de 1974, haviam sido lançados em CD apenas na edição “2 em 1” do selo Fantasy, o mesmo do Creedence.

Agora, a partir do dia 2 de setembro, eles estão novamente em catálogo em edições separadas. Os encartes contêm textos do baixista do R.E.M., Mike Mills. Na nota oficial à imprensa, ele declarou: “A composição sempre foi, para mim, o indicador mais importante da qualidade de uma banda, e esses caras, claramente, foram mestres.

Os dois álbuns já haviam sido relançados em edições separadas na Europa, pela Fantasy, em 2009, cada um contendo uma faixa bônus (apenas um single mix de uma faixa do LP). As novas edições americanas, da Stax, trazem somente o mesmo repertório do disco original.

Em termos de material inédito, as atenções ficam para novembro. A Omnivore Recordings programou para o dia 4 daquele mês o lançamento do DVD, CD e vinil Live in Memphis, contendo o último show da turnê de reunião da banda, gravado em 29 de outubro de 1994 no teatro New Daisy, em Memphis.

Daquele período, em que dois originais, Alex Chilton e Jody Stephens, recrutaram os discípulos Jon Auer e Ken Stringfellow, dos Posies, já estava disponível o CD Columbia: Live At The Missouri University, gravado e lançado originalmente em 1993.

The Midnight Special Dissecado

Lendário programa de TV ganha box de 11 DVDs

por Ricardo Alpendre     26 set 2014

Midnight Special DVD Boxset“É uma trilha sonora da sua vida”, diz Alice Cooper no trailer promocional do box de 11 DVDs que a StarVista Entertainment e a Time Life acabam de colocar no mercado norte-americano.

Trata-se da compilação do programa de TV The Midnight Special, que foi ao ar de fevereiro de 1973 até maio de 1981, nos Estados Unidos, no canal NBC. AC/DC, Aerosmith, o próprio Cooper, Curtis Mayfield, Sly & the Family Stone e The Kinks são alguns dos mais de 100 artistas presentes na caixa, que contém mais de 130 performances musicais selecionadas dos 450 episódios.

Criado pelo produtor Burt Sugarman, The Midnight Special era veiculado nas noites de sexta-feira, trazendo em seus 90 minutos, em sua maioria, apresentações ao vivo. Antes de se tornar um programa semanal, em agosto de 1972, foi veiculado uma vez como um especial de TV encorajando os jovens a participar das eleições presidenciais daquele fim de ano.

Além da música tocada ao vivo, o programa também se notabilizava por ter um apresentador a cada episódio, com exceção de um período entre 1975 e 1976, em que Helen Reddy assumiu o comando. Havia também a narração de Wolfman Jack, uma verdadeira instituição americana, e a música-tema, a canção tradicional folk de mesmo nome, era cantada por Johnny Rivers.

Além da música, há material extra nas 16 horas compreendidas nos 11 DVDs, e um livreto de 32 páginas.

Box set comemora meio século dos Kinks

Com retrospectiva do selo Pye (1964-71), caixa será lançada em novembro.

por Ricardo Alpendre    

The Kinks - AnthologyEm 1964, os Kinks lançavam seu primeiro sucesso, com o compacto “You Really Got Me”, após dois outros singles malsucedidos naquele mesmo ano. Celebrando o cinquentenário da banda, a qual se separou em 1996, será lançado em novembro o box set The Anthology 1964-1971. Nos cinco CDs da caixa, editada pela Sanctuary e Sony-BMG, haverá 139 faixas cobrindo o período clássico do grupo no selo Pye, incluindo 25 versões ou mixagens alternativas, inéditas. Como bônus, o pacote ainda terá um single em vinil de 7 polegadas.

A data prevista para lançamento é 3 de novembro na Inglaterra. Já nos Estados Unidos, a caixa chega às prateleiras no dia 18 de novembro.

Sobre uma possível e tão especulada reunião do grupo, o que depende dos irmãos Ray e Dave Davies, Ray diz que há conversas eventuais, que eles poderiam voltar a compor juntos, e que concordam em não fazer turnês recheadas de hits do passado: promoveriam material novo.

Hawkwind: Hall of The Mountain Grill

Em setembro de 1974, o quarto álbum dos ingleses mostrava com quantos sintetizadores se faz um rock pesado.

por Ricardo Alpendre     22 set 2014

É quase consenso que Hall of the Mountain Grill, lançado há 40 anos, é um dos melhores álbuns da carreira do Hawkwind.

Após o sucesso do single Silver Machine, dois anos antes, ele é o primeiro álbum de estúdio em que a banda usa e abusa dos sintetizadores digitais.

Temos aqui um ranking de suas faixas, da pior (isso existe?) até a melhor (tem como escolher?).

“PARADOX”

Em termos de composições “principais”, esta fica abaixo das demais. Em melodia, em criatividade, em tudo. Ainda assim, fecha o álbum sem comprometê-lo.

“WEB WEAVER”

Folk com violões, piano e (ah, vá…) sintetizadores. Vocais extremamente simples, que não comprometem.

“HALL OF THE MOUNTAIN GRILL”

Um interlúdio instrumental de Simon House. Bonita, embaixo do mar de sintetizadores.

“GOAT WILLOW”

Interlúdio composto por Del Dettmar. Parece música erudita. A flauta de Nik Turner é imaginativa.

“LOST JOHNNY”

Rock de Lemmy com o eterno parceiro de aventuras Mick Farren. Ressurgiria, em versão bem menos polida, na primeira encarnação do Motorhead.

“D-RIDER”

É a composição de Nik Turner, o louco do saxofone, no disco. Mais um acerto. Melodia incomum, um muro de sintetizadores, e um show de ruindade do baterista Simon King – que tinha identidade, o que não se pode negar.

“WIND OF CHANGE”

Uma das melhores instrumentais da banda, atmosférica e enigmática como sugere o nome. A melodia é extremamente inspirada. O arranjo, idem.

“YOU’D BETTER BELIEVE IT”

O rockão que abre o lado B com o pé na porta. Composta por Brock, mas até parece ser de Lemmy, que solta a voz no refrão.

“THE PSYCHEDELIC WARLORDS (Disappear In Smoke)”

Um show stopper desde então, “Warlords” abre o disco expondo todas as limitações dos Hawks como músicos e uma certa ingenuidade de Dave Brock como letrista. Mesmo assim, tudo funciona maravilhosamente bem nesse manifesto social e ecológico.

Henry Cow volta aos palcos

Grupo fará reunião para dois shows na Inglaterra

por Ricardo Alpendre     18 set 2014

Lindsay Cooper performing in 1989Em homenagem à sua fagotista, Lindsay Cooper, falecida em setembro de 2013, o Henry Cow fará duas apresentações na Inglaterra em novembro. Será a primeira vez em que o grupo vanguardista se apresentará desde 1978, quando se separou.

O baixista John Greaves, que esteve na banda até 1976, quando saiu para integrar o National Health, diz que tem muito trabalho a fazer até os shows: “Não tenho tocado em 7/8, 5/16 ou 13/8 por um longo tempo”, brinca, referindo-se aos compassos pouco comuns usados pelo grupo em suas composições.

Além do fagote, Lindsay tocava oboé e compunha. Suas qualidades foram recentemente celebradas pelo multi-instrumentista Tim Hodgkinson, co-fundador do Henry Cow, que tem reavaliado a importância da composições dela, atualizando alguns arranjos.

Os shows serão realizados no Barbican, em Londres, no dia 21 de novembro, e no Contemporary Music Festival, em Huddersfield, dia 22.

Motörhead: Os 30 anos de No Remorse

Coletânea trouxe quatro músicas inéditas com uma formação diferente das anteriores

por Ricardo Alpendre     12 set 2014

MotorheadHá trinta anos, no dia 15 de setembro de 1984, o Motörhead lançava o álbum duplo No Remorse. Embora seja uma coletânea dos sete anos do grupo no selo Bronze, de Gerry Bron, No Remorse trouxe quatro músicas inéditas de um Motörhead renascido, e foi ainda o último deles naquela gravadora.

Em 1983, o Motörhead havia perdido, com a saída de Brian Robertson, dois guitarristas em pouco mais de um ano. Naquele momento delicado, o baterista Philthy “Animal” Taylor anunciou a Lemmy, único remanescente da fundação da banda, que também estava de saída. A resposta do baixista e vocalista foi irônica como ele próprio: “Phil, seu timing é ótimo”. Pouco tempo depois, tendo recrutado os novatos Wurzel e Phil Campbell para o lugar que fora de Robertson (e, anteriormente, de Eddie Clarke), além do baterista Pete Gill, ex-Saxon, Lemmy estreou a nova formação do Motörhead em uma apresentação no Hammersmith Odeon. A relação com a Bronze já não era das melhores – o selo não tinha total confiança no novo line up. Para o álbum que o grupo ainda devia à gravadora, então, Lemmy compilou vinte faixas, que foram distribuídas em dois discos. Quatro músicas novas se somaram a elas, fechando, cada uma, um dos lados do vinil duplo.

No RemorseCom capa confeccionada em couro sintético preto estampado com a arte de Joe Petagno em prateado (embora seja mais facilmente encontrada a edição de capa convencional), No Remorse trazia nos encartes um texto de Malcolm Dome, da Kerrang!, e comentários de Lemmy, faixa a faixa.

Das quatro composições novas, creditadas ao novo quarteto, uma, “Killed by Death”, foi lançada em compacto duas semanas antes do álbum. Em uma das versões desse single, a de 12 polegadas, há duas músicas no lado B chamadas “Under the Knife”, embora elas sejam canções diferentes. Apenas uma delas aparece no compacto simples, e ambas estão entre as faixas bônus das reedições “deluxe” em CD de No Remorse.

Em fita cassete, a embalagem original também era especial: uma caixinha de couro, que imitava uma embalagem luxuosa de cigarros, e incluía até aqueles avisos sobre o mal que fazia à saúde.

O quarteto da época do lançamento de No Remorse viria a gravar ainda um álbum completo, o também importante Orgasmatron, em 1986, por um novo selo, GWR Records, do empresário Doug Smith.

The Central Scrutinizer Band recebe trio de músicos de Zappa

Ike Willis, Bobby Martin e Ray White vêm ao Brasil celebrar Does Humor Belong in Music

por Ricardo Alpendre     09 set 2014

The Central Scrutinizer BandComemorando os trinta anos do show, disco e vídeo Does Humor Belong in Music?, de Frank Zappa, The Central Scrutinizer Band receberá nos dias 3 e 4 de outubro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, os convidados Ike Willis, Bobby Martin e Ray White. Os três, que se apresentarão pela primeira vez juntos no Brasil, eram peças importantes na banda de Zappa (falecido em 1993) quando o show foi gravado em Nova York, em 1984.

Reconhecida como uma das melhores bandas em homenagem ao artista norte-americano, a Scrutinizer tem músicos de primeira linha, acostumados a acompanhar grandes nomes da música nacional. Os shows, sexta e sábado, começam às 21h30.

O preço das entradas é aquela camaradagem de sempre nos Sescs: R$ 25,00 a inteira (ou R$ 10,00 a meia entrada, e R$ 5,00 para comerciários).

De ruim, apenas o nome do setor do Sesc onde será a apresentação: Comedoria. Mas até isso tem um bom motivo. Chegue antes, sem ter jantado, e descubra.

Radio Moscow no Brasil em outubro

Fãs do rock setentista e psicodélico terão a oportunidade de assistir a um dos melhores nomes do estilo

por Ricardo Alpendre     08 set 2014

Radio MoscowFãs brasileiros do rock setentista e psicodélico terão a oportunidade de assistir a um dos melhores nomes do estilo. Os norte-americanos do Radio Moscow desembarcam na América do Sul na virada do mês para um show na Argentina e cinco no Sul e Sudeste brasileiros.

Logo após se apresentar em Buenos Aires, dia 30 de setembro, o power trio seguirá para Porto Alegre, onde, no dia 1.º de outubro, comandará a noite na casa El Toro. 2/10 será a vez de Ibirama, SC, e a casa Woodsrock. No dia seguinte, no Célula, em Florianópolis. Na sequência, eles tomarão o rumo de São Paulo, onde se apresentarão no Inferno Club, dia 4. E, finalmente, dia 5, encerrarão a excursão no Leviano, no Rio.

As datas já estão todas no site do grupo, www.radiomoscow.net.

Após a trip sul-americana, o Radio Moscow voltará aos Estados Unidos, onde seguirá dividindo o palco com os veteranos Pentagram e Bang.

Radio Moscow tour

Box de Beefheart terá álbuns subestimados e disco de outtakes

O selo norte-americano Rhino anuncia o produto para novembro, inclusive em vinil.

por Ricardo Alpendre     05 set 2014

Captain Beefheart boxA Rhino, mais uma vez, cumpre seu papel de trazer relançamentos legais para um público que sabe o que está comprando. Três álbuns de Captain Beefheart ressurgem, agora remasterizados, no box Sun Zoom Spark: 1970 To 1972, que chegará às lojas na primeira quinzena de novembro. Lick My Decals Off, Baby (1970), The Spotlight Kid (1972) e Clear Spot (idem) são os LPs que sucederam o celebrado Trout Mask Replica, de 1969, e permanecem menos conhecidos que o “hit” de Beefheart. Os três, especialmente Lick My Decals Off, Baby, tinham um lugar especial na preferência do próprio Don Van Vliet, o “Capitão”, que morreu em 2010 aos 69 anos.

O box, que será comercializado em CD, vinil e download, terá também um quarto disco contendo 14 faixas inéditas, todas outtakes do mesmo período – algumas dessas músicas chegaram ao vinil, nas versões finalizadas, nos álbuns da virada dos anos 70 para os 80.

Eric Gales toca em São Paulo nesta quinta-feira

Turnê brasileira do músico já passou por Rio, Goiás e Rio Grande do Norte

por Ricardo Alpendre     26 ago 2014

Eric GalesO guitarrista norte-americano Eric Gales fará uma apresentação em São Paulo no dia 28 de agosto, quinta, no Gillan’s Inn. Esta é a terceira passagem do premiado músico de blues rock pelo Brasil (as anteriores foram em 2003 e 2006). Antes de Sampa, a temporada brasileira de Gales já passou por Rio de Janeiro, Barra Mansa, Goiânia e Natal.

Gales, músico destro que toca a guitarra invertida, como se fosse um canhoto, acumula elogios recebidos de alguns dos maiores nomes do blues e do rock, como B.B. King, Eric Clapton, Mick Jagger, Keith Richards e Carlos Santana. Em outubro do ano passado, outra fera do blues moderno, Joe Bonamassa, escreveu a respeito dele no Twitter: “Um dos melhores, senão o melhor guitarrista do mundo hoje”.

Na turnê brasileira, Gales é acompanhado pelos os músicos nacionais Ugo Perrotta (baixo), Alexandre Papel Loureiro (bateria) e Fred Sunwalk (guitarra).

A abertura, em São Paulo, ficará por conta da banda Plexiheads.

Os ingressos custam de R$ 60,00 a R$ 80,00.

Mais informações em www.gillansinn.com.br

Eric Gales no Gillan's Inn

The Pretty Things: 50 anos de rock

Entrando para o seleto clube dos grupos de rock com mais de 50 anos de estrada

por Ricardo Alpendre     25 ago 2014

the pretty thingsQuem comemorou 50 anos de história no último dia 4 de julho, em Londres, foi a banda inglesa The Pretty Things. A celebração foi bem no meio de 2014, apesar de o grupo ter sido formado em 1963 e o primeiro álbum, The Pretty Things, ser de 1965. A data original do concerto teria sido 24 de abril, mas devido a problemas de saúde dos integrantes ele foi remarcado para julho, e então remanejado do St. John’s para o renomado 100 Club. Feliz coincidência, já que na ocasião também foi lançado o álbum The Pretty Things: Live At The 100 Club, LP de vinil contendo a regravação daquele primeiro LP, feita ao vivo no mesmo local, à moda de como se tocava e gravava há cinco décadas: sem pedais, guitarras plugadas direto no amplificador, registrando em fitas analógicas, e, no caso deles, sem edições ou overdubs.

Com um músico que esteve em uma fase embrionária dos Rolling Stones, o guitarrista Dick Taylor, os Pretty Things surgiram com a ideia de fazer o quinteto de Jagger e Richards parecer um grupo de bons moços, e antes da era hippie eles carregaram essa fama com seu rhythm and blues frenético, até a mudança de atitude com Emotions (1967) e a ópera-rock pioneira S.F. Sorrow (1968). Na década seguinte, com Silk Torpedo (1974) e Savage Eye (1976), eles fizeram parte do cast do selo Swan Song, do Led Zeppelin. O sucesso foi raro para eles. Para o vocalista Phil May, a recompensa é tocar: “Tocamos música de 50 anos e a reação é incrível. Para muitas pessoas a música é uma experiência seminal. Essas canções significaram muito nas vidas delas”, declarou à revista Uncut.

Novos álbuns sempre às sextas?

Proposta tramita entre gravadoras e associações para unificar os dias de lançamentos de discos

por Ricardo Alpendre     18 ago 2014

lançamentosA indústria fonográfica internacional discute uma proposta que poderá unificar as datas de lançamentos de álbuns no mundo todo para as sextas-feiras. Há quem confirme que a medida passará a valer em julho de 2015. Já existem padronizações em determinados dias da semana, dependendo do país. No Reino Unido, os novos LPs e CDs costumam chegar às lojas às segundas-feiras. Nos Estados Unidos, ocorre às terças, e na Austrália, às sextas.

Pessoas ligadas à indústria dizem que a medida pode diminuir a ação da pirataria. Tanto a IFPI, que representa a indústria do disco de forma global, quanto o RIAA, o órgão que regula as gravadoras nos EUA, são favoráveis.

Alguns selos independentes, que têm estratégias diferentes das majors, desaprovam a padronização obrigatória. Eles lançam seus produtos em outros dias, driblando momentaneamente a concorrência das multinacionais.

Lynyrd Skynyrd recebe Gregg Allman, Peter Frampton e outros

O show no Fox Theatre contará ainda com Charlie Daniels, Warren Haynes e Cheap Trick.

por Ricardo Alpendre     15 ago 2014

Lynyrd Skynyrd e convidadosEm 1976, nos shows em que foi gravado o LP duplo ao vivo One More from the Road, o Lynyrd Skynyrd fez parte de uma extensiva campanha para salvar o Fox Theatre de Atlanta, Georgia.

Neste ano, quase quatro décadas depois, o Fox sediará um concerto de celebração da história do grupo de Jacksonville, Florida, que tem tanta importância na casa.

Está anunciado para a noite de 12 de novembro o show One More for the Fans. Além da banda que está excursionando extensivamente pelos Estados Unidos, haverá participações de Gregg Allman, Charlie Daniels, Peter Frampton, Warren Haynes, John Hiatt, Cheap Trick e Donnie Van Zant, entre outros, além de Trace Adkins e do grupo Alabama – que aparecem em destaque sobre todos os outros convidados no site do Fox.

O público em geral poderá comprar ingressos a partir de 18 de agosto. Já os “vips” dispostos a desembolsar mais de mil dólares podem há alguns dias comprar ingressos em área privilegiada, num pacote que inclui vários brindes.

Paul Rodgers apresentará ao vivo o álbum The Royal Sessions

Vocalista fará no Royal Albert Hall uma apresentação especial beneficente.

por Ricardo Alpendre    

Paul RodgersEm janeiro deste ano, Paul Rodgers (Free, Bad Company, The Firm) lançou um álbum singular em sua carreira. The Royal Sessions, gravado no Royal Studios, de Memphis, teve como convidados Rev. Charles Hodges Sr., Leroy Hodges, Archie ‘Hubby’ Turner, Michael Toles, Steve Potts e o grupo vocal The Royal Singers.

No repertório, covers de soul, blues e rhythm & blues, e tudo num clima de espontaneidade, como essa música foi feita para ser tocada. No dia 3 de novembro, Rodgers e o mesmo grupo irão tocar em um show o repertório do álbum na casa mais conceituada (independente do gênero musical) da Inglaterra, o Royal Albert Hall. O show arrecadará fundos para o abrigo Willows para animais, do qual Rodgers é patrono.

Brian Eno compila álbuns de Fela Kuti para novo box

Caixa de LPs de vinil contém relançamentos de sete discos clássicos do artista nigeriano.

por Ricardo Alpendre    

Fela Kuti Vinyl Box 3Para o terceiro box de LPs clássicos de Fela Kuti lançado pela Knitting Factory Records, quem foi convidado para ser o curador do projeto é Brian Eno. Depois do músico, DJ e produtor Questlove e de Ginger Baker, esta foi a vez de Eno compilar um volume, com sete álbuns da discografia do grande nome do Afrobeat: London Scene (1971), Shakara (1972), Gentleman (1973), Afrodisiac (1973), Zombie (1976), Upside Down (1976) e I.T.T. (1980).

Eno, que tem estado muito atuante nos últimos meses entre produções e missivas sobre a situação na Faixa de Gaza, assina o texto de introdução ao livreto de 12 páginas, que inclui as letras das músicas e ensaio do historiador Chris May. O lançamento do box set está previsto para 29 de setembro.