Arquivo da tag: Piedra Roja

Piedra Roja

Documentário sobre o “Woodstock Chileno” ganha as telas dos festivais

por Ricardo Alpendre     23 jun 2015

Piedra RojaA música jovem chilena vinha sofrendo mudanças no final da década de 60, a exemplo do que acontecia em outros países latino-americanos. Enquanto por aqui tínhamos a contestadora Tropicália substituindo a bem-comportada Jovem Guarda, os chilenos também incluíam elementos de sua música tradicional (o que podemos chamar hoje de folk) no rock, o que conferiu identidade própria à psicodelia local.

Inspirado pelo filme do festival Woodstock, o jovem estudante Jorge Gómez, na irresponsabilidade de seus 19 anos, decidiu apostar suas fichas (inclusive as que não tinha) na organização de um festival destacando os artistas da contracultura chilena de então. Inicialmente promovido como Media Luna, o evento ficou conhecido como Festival Piedra Roja.

Recorrendo a improvisos como convencer a própria mãe a assinar cheques em branco para cobrir eventuais danos ao local (uma propriedade rural a leste de Santiago) e uma parceria com a Coca-Cola em que a empresa montaria o palco em troca do direito exclusivo de vender refrigerantes, Gómez tocou o festival aos trancos e barrancos nos dias 10 a 12 de outubro de 1970. Os grupos que chegaram a tocar, efetivamente, foram Lágrima Seca, Los Trapos, Los Blops e Los Jaivas, embora jams entusiásticas tenham ocorrido frente a um público também frenético. Tudo se dava sob uma desordem quase institucionalizada, a partir da falta de estrutura técnica, como a falta de P.A. e iluminação propriamente ditos. Músicos se amontoavam no pequeno palco de cerca de seis metros de largura por três e meio de profundidade.

Bandas como Aguaturbia e outras acabaram não podendo tocar, ou pelas pequenas dimensões do palco, ou por simplesmente não conseguirem encontrar o local ou os administradores.
Mas, além da forte repressão daqueles tempos pré-Allende – a direita e a igreja chamavam os hippies de degenerados e outras coisas; a esquerda os tachava como burgueses alienados –, o festival é principalmente lembrado e reconhecido pelos chilenos de todas as idades como um marco na cultura daquele país, um evento sem o qual o rock chileno e sua própria música popular em si não poderia ter passado.

Sob direção de Gary N. Fritz, o filme que mostra a história e a repercussão do Piedra Roja vem sendo exibido nos cinemas e recebendo prêmios e menções honrosas.

Uma dica: a página do filme no Facebook tem o link para download gratuito da obra.

pZ 60

Beck Bogert Appice, Mott The Hoople, Hawkwind, Alex Harvey, entrevista com Rudolf Schenker (Scorpions), The Who, Climax Blues Band, Os Mutantes, Rock Hasta que se ponga al Sol, Piedra Roja, Beckett etc.

por Bento Araujo     31 Maio 2015

BECK BOGERT APPICE (BBA)
A conturbada e meteórica trajetória do BBA até hoje parece um mistério, mesmo para os profundos conhecedores do hard rock setentista. Brigas, volume ensurdecedor, bebedeiras, egos inflados e até um patriotismo desnecessário perseguiu nossos três heróis no um ano e meio em que estiveram juntos. Um disco de estúdio e um álbum duplo ao vivo exclusivo para o mercado japonês. Foi tudo o que o grupo conseguiu deixar para a posteridade, já que o segundo e abandonado disco de estúdio estava sendo finalizado quando o trio encerrou suas atividades, em 1974. As lendas e as verdades sobre esse segundo e inédito álbum e a rápida, porém fascinante, trajetória do trio formado por Jeff Beck, Tim Bogert e Carmine Appice, você confere nessa edição. Inclui o disco de estúdio resenhado pelo próprio Jeff Beck e o ao vivo resenhado pelo lendário Lenny Kaye.

HAWKWIND
Errado está aquele que pensa que o Hawkwind só prestou quando Lemmy Kilmister cuidava das quatro cordas mais graves do conjunto. Após a saída de Lemmy, o Hawkwind ainda lançou álbuns impecáveis como Astounding Sounds Amazing Music, Quark Strangeness and Charm e Levitation, seu décimo disco de estúdio com convidados como Ginger Baker e Tim Blake. Levitation foi também um dos primeiros discos de rock gravados com tecnologia digital.

MOTT THE HOOPLE
Surgido numa época de acirrada concorrência musical, o Mott The Hoople nunca mereceu a devida atenção do público e da crítica. No auge do glam rock britânico, lá pelos idos de 1972, mesmo com o grupo sendo um dos principais nomes do movimento, figuras como David Bowie e Marc Bolan roubavam as manchetes, sempre deixando o Mott pra trás. O artigo inclui a discografia comentada da banda e um papo com o líder Ian Hunter.

ENTREVISTA COM RUDOLF SCHENKER (SCORPIONS)
A fase terminal do Scorpions está se tornando uma das mais longas despedidas da história do rock. Em 2010 eles anunciaram a aposentadoria e em 2012 terminaram aquela que seria a sua turnê de despedida. Mas o capitão do time, por acaso, percebeu que este ano a sua banda completa 50 anos de carreira. Sendo assim o Scorpions está de volta, com um novo álbum e uma nova turnê. Aproveitamos o ensejo para bater um longo papo telefônico com Rudolf Schenker, diretamente da Alemanha, onde o guitarrista conta como foi liderar o Scorpions por cinco décadas de rock ‘n’ roll.

BUENOS AIRES ROCK E PIEDRA ROJA
O início dos anos 1970 ficou especialmente marcado na história do rock argentino pelas três edições do B.A. Rock (Buenos Aires Rock), um dos principais festivais já realizados somente com artistas locais na América do Sul. A terceira edição, em 1972, não apenas reuniu grande parte das bandas importantes de então como foi o principal evento documentado no longa-metragem Rock Hasta Que Se Ponga El Sol, lançado no ano seguinte, o primeiro filme argentino sobre rock. Nessa edição, Ricardo Alpendre desvenda os mistérios tanto do Buenos Aires Rock como do Piedra Roja, o “Woodstock Chileno”, que vem ganhando as telas dos festivais com um documentário recém lançado de mesmo nome.

NA ESTRADA COM OS MUTANTES
Sempre se fala dos discos clássicos dos Mutantes, mas pouco se comenta sobre o pioneirismo do grupo ao sair levando, praticamente na raça e na coragem, o seu inovador rock ‘n’ roll pelas estradas do enorme Brasil no início dos anos 70.

ALEX HARVEY
Passados mais de 30 anos de sua morte, Alex Harvey permanece sendo um ícone da cena roqueira europeia. Se nos Estados Unidos o astro escocês nunca obteve o merecido reconhecimento, no velho mundo o papo é diferente: biografias são lançadas, discos clássicos merecem reedições caprichadas e sites em sua homenagem surgem na internet. Inclui uma discografia essencial comentada.

PÉROLAS ESCONDIDAS
Beckett, Estus, Energit, Exodus, Jimmie Haskell e Steve Baron Quartet.

E MAIS:
The Who, Diego Mascate, ruído/mm, Climax Blues Band, Percy Weiss, Ned Doheny, Trapeze, She, Spinetta, Canned Heat, John Mayall, Daniel Cardona Romani, Egidio Conde etc.