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Danny Whitten não viveu para ver sua canção se tornar um mega hit
O soul sempre teve bandas de apoio de primeira linhagem. Booker T. and the MGs, Caledonia Soul Orchestra, Bar-kays e muitas outras. No rock n’ roll, essa ideia de um bando de músicos servindo de apoio a um artista-solo não é tão comum. Pelo menos não funcionando como uma peça unificada, uma banda mesmo.
Normalmente o astro pinça músicos individualmente, mas alguns como Bob Dylan e Neil Young preferem contratar os serviços de uma peça única, nesse caso The Band e o Crazy Horse, respectivamente.
Podemos dizer que a Crazy Horse é uma das mais consistentes bandas de apoio da história. Não só por realizarem aquela troca telepática/musical com seu líder no palco, mas também por terem um trabalho sustentado pelas próprias pernas.
O auto-intitulado álbum de estreia do Crazy Horse é daqueles casos únicos onde se expressa, num único trabalho, toda sua essência e força, compilando sua bagagem de banda de garagem com a experiência que ainda está por vir. No caso do Crazy Horse, a urgência dessa estreia foi tamanha que o grupo nunca mais conseguiu cunhar outro álbum no mesmo nível.
Essa urgência tinha nome, Danny Whitten, o autor da maior parte do material do grupo e de “I Don’t Wanna Talk About It”.
Danny era uma dessas almas atormentadas do mundo da música, um jovem e frágil artista, daqueles com trajetória meteórica, imerso no mundo das drogas.
Em 1971, Whitten já não estava mais preocupado com muita coisa, nem com sua própria música. A ideia inicial de “I Don’t Wanna Talk About It” surgiu com muita facilidade na cabeça de Whitten. O problema maior era a letra. Para ser finalizada, a canção precisava de uma segunda estrofe, necessidade essa jogada num segundo plano pelo seu próprio criador, que depois de alguns meses resolveu chamar Nils Lofgren, outro jovem e competente guitarrista, para dar uma força, afinal de contas, aquela excelente e tocante composição não poderia ficar de fora do álbum.
Lofgren chegou a lembrar a ocasião: “Quando gravamos essa canção, Danny estava bastante debilitado, mas mesmo assim conseguia cantar e tocar normalmente. Engraçado ele ter largado mão de “I Don’t Wanna Talk About It” num certo ponto. A canção ficou jogada de lado e por minha insistência começamos a trabalhar em cima dela novamente, apesar de Danny não se sentir muito confortável com a situação. Ele deixou claro que só continuaria se eu terminasse a letra. Segui em frente e o convenci. A gravação aconteceu muito rápido: sentamos de frente um para o outro, pegamos dois violões e Ry Cooder cuidou do slide”.
A versão de mais sucesso acabou sendo a de Rod Stewart, contida no álbum Atlantic Crossing, lançado em 1975. Whitten não viveu para ver sua canção se tornar um mega hit, pois morreu de overdose, em novembro de 1972.
O Terço, Mar Y Sol Festival, Jon Anderson, Módulo 1000, Danny Whitten, Hackensack, Jethro Tull, Fat etc.
O TERÇO
Nosso colaborador Nelio Rodrigues entrevistou muitos dos integrantes do lendário grupo e descreveu minuciosamente a incrível trajetória de Sérgio Hinds e sua banda. Os discos clássicos como Criaturas da Noite, Casa Encantada, O Terço e Mudança de Tempo, os festivais, os shows e a vida na estrada do Terço.
MAR Y SOL POP FESTIVAL 1972
Passados 40 anos o festival porto-riquenho continua um mistério. Um elepê duplo contendo gravações do festival foi lançado na época e nunca relançado em CD. Coube a pZ desvendar esse mistério: quem se apresentou e quem não se apresentou. Sol, mar, drogas e muita música de primeira. Estrelando: Faces, Alice Cooper, Allman Brothers Band, Cactus, ELP, B.B. King, Mahavishnu Orchestra, Nitzinger, Brownsville Station, Bang e muitos outros.
JON ANDERSON
O ex-vocalista do Yes esteve no Brasil e respondeu as perguntas de nossos leitores. Falou de sua carreira solo atual e dos anos dourados do Yes, relembrando clássicos como Relayer, Going For The One, Close To The Edge, Fragille, The Yes Album, Tales From Topographic Oceans etc.
MÓDULO 1000 – A PRÉ-HISTÓRIA, PARTE II
Nosso especialista, Nelio Rodrigues, analisa os primeiros passos dessa banda brasileira cultuada no mundo todo.
DANNY WHITTEN
A trágica vida e a meteórica carreira do ex-guitarrista do Crazy Horse, que ao lado de Neil Young cunhou obras como Everybody Knows This Is
Nowhere e After The Gold Rush. A morte de Whitten por overdose inspirou Young a escrever “The Needle And The Damage Gone”.
E mais:
Hackensack, Jethro Tull, Fat, Morse Code, Quireboys, April Lawton (Ramatam), Rainer T. Pappon, Roger Glover e muito mais.