The Jacks

Psicodelia nipônica made in 1968

por Bento Araujo     17 nov 2015

Takasuke Kida era um baterista de jazz conceituado na cena japonesa dos anos 60. Como precisava de um troco, aceitou o convite para entrar numa banda folk chamada Nightingale, que teve seu auge em 1966. Kida era tão carismático e envolvente que, de cara, mudou o nome do grupo para The Jacks. A direção musical também foi alterada.

Em 1968 os Jacks lançaram seu primeiro elepê pela Toshiba EMI, Jacks No Sekai, ou Vacant World. O hit single acabou sendo “Marianne”, mas o tema que mais chamou atenção foi a faixa título, banida de rádios e TVs locais devido ao conteúdo polêmico de sua letra.

Os vocais dramáticos de Yoshio Hayakawa são certamente um diferencial, ele que é considerado pelos colecionadores como uma espécie de Phil May (The Pretty Things) do oriente. Para nossa sorte Yoshio canta em glorioso japonês e não naquele inglês “macarrônico” adotado por muitos de seus conterrâneos e/ou contemporâneos.

Outros destaques são as guitarras dissonantes e distorcidas de Haruo Mizuhashi, com ecos de surf music, caminhando lado a lado com baixo e bateria comuns ao jazz de Hitoshi Tanino e Takasuke Kida. Ousadia pura, tudo embalado num clima dark e claustrofóbico no melhor estilo Velvet Underground.

Chegaram a lançar mais um trabalho no ano seguinte, Jacks No Kiseki, ou Super Session, mas encerraram suas atividades logo depois. Kida morreu num acidente automobilístico em 1980 e Yoshio lançou um aclamado disco solo, para depois sumir da cena e voltar nos anos 90.

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