Coven – Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls

Para os interessados na vertente mais satânica do rock, o Coven foi o marco zero do gênero.

por Bento Araujo     11 jul 2014

covenCOVEN
Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls
(1969, Mercury SR 61239)

O Black Sabbath leva o crédito de ser o pai do rock endiabrado, mas, um ano antes da estreia da banda britânica, essa obscura banda de Chicago também entrou para a história por diversos motivos. Curiosamente, o baixista do Coven se chamava Oz Osborne e a primeira música deste primeiro álbum deles fora batizada com o nome “Black Sabbath”.

Além disso, foram os primeiros a registrar em vinil uma missa negra de verdade (“Satanic Mass”), afirmar que praticavam e acreditavam em magia negra e, ainda por cima, os primeiros a popularizar, dentro do universo do rock, alguns detalhes cruciais, como o “Horned Hand Salute” (aquele símbolo tradicional do heavy metal, feito com os dedos, imitando os chifres do Diabo), as cruzes invertidas penduradas nos pescoços dos músicos, a frase “Hail Satan” nas músicas e o fato de terem assinado seu contrato com o próprio sangue.

Jinx Dawson era uma sedutora loira que aparecia nua na parte interna deste disco, fazendo o papel de “virgem pronta para o sacrifício”. Jinx realmente vivia e estudava a magia negra desde muito nova, pois aquela era uma tradição em sua família.

Por mais que falte uma grande composição no disco, a estreia do Coven é curiosa não somente pelos fatos citados acima. Poucos sabem, mas integrantes da cultuada banda Aorta contribuíram, anonimamente, nas gravações deste disco. Em alguns momentos, a produção chega a ser inventiva e até algumas jams acabam rolando aqui e ali. Obviamente, a sonoridade está muito distante do peso e da originalidade do Black Sabbath. Jinx soa mais como uma Grace Slick de segunda categoria amparada por uma banda amadora.

A temática pouco usual e assustadora (imagine para 1969) acabou gerando grande controvérsia e a Mercury, selo do grupo, acabou recolhendo Witchcraft… das lojas.
Lester Bangs, polêmico como ele só, aproveitou para escrever na época: “Na Inglaterra você tem trabalhadores não qualificados como o Black Sabbath, que não passam de uma resposta britânica ao Coven”.

Texto originalmente publicado na pZ 50.

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