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Praticando um estilo impossível de categorizar, o Stark Reality lançou um grande disco em 1969
THE STARK REALITY
Discovers Hoagy Carmichael’s Music Shop
(1970, LPS 5166/5167)
O ótimo selo Now-Again anunciou que está produzindo um boxset contendo todo o material registrado por essa obscura banda, cujo estilo é impossível de categorizar. A notícia atiçou os poucos que já tiveram o imenso prazer de escutar este disco duplo lançado em 1969.
As origens dessa obra nos remetem a 1958, ano em que o compositor, ator e bandleader norte-americano Hoagy Carmichael lançou um disco infantil chamado Having A Party. Na segunda metade da década de 60, o filho de Carmichael trabalhava numa emissora de TV em Boston, e seu objetivo era apresentar a música de seu pai a uma nova geração de pimpolhos, tudo através de um programa infantil chamado Hoagy Carmichael’s Music Shop.
Para executar os temas, ele recrutou um combo fusion, The Stark Reality, que já havia trabalhado para a emissora e que era liderado por Monty Stark. O mote foi retrabalhar, adaptar, modernizar e reimaginar os temas originais de Carmichael, deixando-os atuais, com a cara de 1969. Ou seja, com uma bela dose de funk ácido.
Claro que tudo isso debaixo de um ponto de vista de uma banda de jazz, e não de uma banda de rock, ou de soul, o que coloca este álbum – uma espécie de trilha sonora do programa – à parte de tudo o que foi criado no período. O vibrafone de Monty Stark é distorcido, seus vocais vão numa linha Tony Williams, assim como os padrões executados pelo excelente baterista Vinnie Johnson.
Os solos de guitarra são do conceituado John Abercrombie e as ousadas linhas de baixo, de Phil Morrison. A química dessa moçada executando os ensinamentos de Carmichael parece em alguns momentos como alguma gravação perdida de Tony Williams, Soft Machine ou Larry Coryell.
“Cooking” e “Dreams” soam como se Ron Asheton, com seu timbre de “1969”, embarcasse numa jam interplanetária com Sun Ra e Gary Burton. “Rocket Ship” e “Junkman’s Song” podem alterar sua digestão com tantas dissonâncias; “Bustin’ Out Of Doors” por sua vez era uma das mais populares entre a criançada que assistia ao programa. Incrível mesmo é constatar o tipo de música que algumas privilegiadas crianças escutaram em suas infâncias, pelo menos aquelas que viveram na região de Boston, ao final dos anos 60.
Artigo originalmente publicado na pZ 44
Jack Bruce, Wishbone Ash, Bloodrock, Módulo 1000, Neu!, Zombies, Turtles, Can etc.
JACK BRUCE
A jornada solitária, subestimada, de Jack Bruce é o tema central deste número da pZ, assim como um papo exclusivo com ele. Sua impecável carreira solo, suas passagens pelo Cream, West Bruce & Laing, Graham Bond Organisation, Manfred Mann, BBM, Tony William’s Lifetime, Spectrum Road, Blues Incorporated, John Mayall Bluesbreakers etc. Uma bela oportunidade para entender esse artista que sempre fez questão de estar muito à frente de seu tempo.
BLOODROCK
Martin Popoff, nosso colaborador canadense, disseca minuciosamente a trajetória do Bloodrock e também o primeiro disco do grupo, de 1970. A rivalidade com o Grand Funk Railroad, o relacionamento conturbado com Terry Knight etc. Papos com os integrantes do grupo enriquecem este especial.
MARTIN TURNER
O baixista do Wishbone Ash esteve no Brasil e respondeu as perguntas de nossos leitores. Falou de Argus e de outros clássicos da banda, de seus ex-companheiros de banda, de Steve Harris, Ritchie Blackmore e muito mais.
MÓDULO 1000 – A PRÉ-HISTÓRIA, PARTE I
Nosso especialista, Nelio Rodrigues, analisa os primeiros passos dessa banda brasileira cultuada no mundo todo.
SUMMER GIGS USA
The Zombies, Procol Harum, Neil Young & Crazy Horse, Grand Funk Railroad. Cobertura exclusiva de shows que nosso editor, Bento Araujo, assistiu nos EUA recentemente.
E mais:
Neu!, Caedmon, The Stark Reality, Can, The Addicts, The Turtles, The New Vaudeville Band, The Aggregation, Harmonium e muito mais.
