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The Sea-ders

Saiba mais sobre este popular grupo do rock libanês, formado em Beirute, em 1964, no auge da Beatlemania

por Bento Araujo     23 fev 2016

seadersPode parecer brincadeira, mas este combo foi formado em Beirute, em 1964, com o nome de Top 5. Albert Haddad, Joe Shehadeh, Raymond Azoury e Zad Tarmoush mantinham a banda na raça, e em 1966 adotaram o nome The Sea-Ders.

A mudança trouxe sorte e bons ares, já que foram contratados pelo selo local Simbol, que bancou um compacto trazendo “Thanks A Lot”, que rapidamente se tornou um mega-hit no Líbano, chegando ao topo das paradas de sucesso. Por ser uma gravação realizada em Beirute, em 1966, a qualidade do registro é impressionante. A melodia, claro, lembra Beatles da primeira fase, porém a guitarra é frenética e exótica – urgente, complexa e com sabores que deixariam Roger McGuinn com indigestão.

Em 1967, o sucesso de “Thanks A Lot” bate na porta dos escritórios da Decca, em Londres. O selo não vacila e se propõe a lançar o compacto na Inglaterra, assim como a receber os libaneses na metrópole. Foi assim que “Thanks A Lot” chegou ao Reino Unido, trazendo um pungente lado B, “Undecidedly”, que atraiu as populares rádios piratas britânicas do período. Da costa inglesa, a música única dos Sea-Ders chegava à milhares de lares.

Nenhum impacto de fato nas paradas, porém a Decca não desistiu, e continuou lançando outros compactos do grupo, assim como um EP, que hoje é procuradíssimo pelos colecionadores. No ano seguinte mudaram novamente de nome, dessa vez para Cedars, e assim colocaram na praça sons como “For Your Information” e “Hide If You Want To Hide”. O som original do grupo cativava o underground londrino, e as gravações estavam cada vez melhores, contando agora com a produção de Tom Clark dos Tremeloes. A maior sacada dele? Insistir que os garotos introduzissem em sua música um instrumento grego famoso no Oriente Médio, o bouzouki.

A partir de 1965, muitos grandes nomes do rock, como Beatles, Kinks e Byrds passaram a flertar com elementos da música do Oriente, adicionando assim um teor exótico em suas composições. O Sea-Ders era muito menos conhecido que esses outros mencionados acima, mas seus integrantes eram mestres dessa arte, pois tinham uma vantagem: não estavam flertando com uma cultura estrangeira, ou seja, bebiam diretamente da fonte.