Arquivo da tag: ritchie blackmore

poeiraCast 357 – Deep Purple

A banda inglesa que foi formada nos anos 60 e se tornaria uma das definidoras do hard rock Mais

por Bento Araujo     28 fev 2018

A banda inglesa que foi formada nos anos 60 e se tornaria uma das definidoras do hard rock e até do heavy metal é tema deste episódio!

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Agradecimentos especiais aos apoiadores: Alexandre Guerreiro, Caio Bezarias, Carlos Albornoz, Claudio Rosenberg, Ernesto Sebin, Evandro Schott, Flavio Bahiana, Lindonil Reis, Luis Araujo, Luiz Silva, Marcio Abbes, Pedro Furtado, Rossini Santiago, Rubens Queiroz, Sempre Música, Tropicália Discos, Válvula Lúdica e William Peçanha.

Black Story

Documentário sobre Ritchie Blackmore chega às lojas

por Lucas Lazarotto     27 out 2015

The Ritchie Blackmore StoryBrian May, Glenn Hughes, Lars Ulrich, Steve Lukather, Joe Satriani, Jon Lord, David Coverdale, Gene Simmons, Joe Lynn Turner, Steve Vai, Graham Bonnet, Ian Anderson, Phil Collen, Chris Welch. Não importa a quantidade de gente ilustre falando maravilhas de um dos melhores guitarristas da história do rock, o que realmente importa é a profundidade das declarações do próprio protagonista em The Ritchie Blackmore Story, um documentário em DVD e Blu-Ray que está sendo lançado pela Eagle Rock Entertainment.

Blackmore raramente dá entrevistas, mas ele não só participou do DVD como supervisionou a criação do revelador documentário que traça a sua vida e carreira, dos Outlaws até o Blackmore’s Night, passando pelo Deep Purple e pelo Rainbow. O fato do guitarrista ter anunciado recentemente que vai voltar a fazer apresentações de rock pesado deixa este documentário ainda mais interessante e bem vindo. Os extras incluem mais de 40 minutos de entrevistas adicionais com Blackmore e seus convidados.

A versão deluxe de The Ritchie Blackmore Story vem acompanhada de um livro de fotos de 60 páginas e de Live In Tokyo, um DVD e dois CDs contendo o show de despedida do Rainbow no famoso Budokan, em 1984, pouco antes de Blackmore e Roger Glover voltarem com o Deep Purple. É a primeira vez que essa apresentação é lançada oficialmente em DVD.

poeiraCast 231 – Família Purple

Carreiras solo, bandas e projetos: hoje conversamos sobre a enorme família formada pelos outros trabalhos dos integrantes do Mais

por Bento Araujo     29 abr 2015

Carreiras solo, bandas e projetos: hoje conversamos sobre a enorme família formada pelos outros trabalhos dos integrantes do Deep Purple.

poeiraCast é o podcast da revista poeira Zine
www.poeirazine.com.br

pZ 59

Rainbow, Aphrodite’s Child, The Sonics, Tim Buckley, Tuca, Howlin’ Wolf e Muddy Waters, Billy Thorpe, rock sueco, Tages, Motörhead, Jackson C. Frank etc.

por Bento Araujo     31 mar 2015

RAINBOW
É sempre um grande prazer lançar uma edição da pZ com uma capa escolhida pelos leitores. Vocês votaram e escolheram o Rainbow como capa e matéria principal deste número 59. Ritchie Blackmore sai finalmente na capa e teve o período 1975-1984 de sua carreira passado a limpo. Foram dezenas de formações, frustrações e tentativas de chegar ao topo das paradas, mas o legado deixado pelo grupo jamais poderá ser subestimado. A fase com Ronnie James Dio fez do Rainbow um dos nomes mais influentes do heavy metal. Graham Bonnet protagonizou uma passagem relâmpago, mas deixou um disco irretocável. A fase Joe Lynn Turner mostrou um Rainbow melódico e mais adulto, produzindo três álbuns clássicos do AOR oitentista. E Doogie White foi o vocalista na curiosa volta do grupo nos anos 90, que também deixou um belo trabalho. No fim, o que prevaleceu foi a visão de Blackmore, ávido por buscar novidades e reciclar a sua banda de tempos em tempos. A matéria inclui a discografia comentada do grupo.

APHRODITE’S CHILD
Seria 666 um freak-out vanguardista da era de Aquarius? O disco preferido de Salvador Dali? O melhor disco do selo Vertigo? A obra progressiva/conceitual definitiva? O melhor orgasmo registrado em disco? A trilha sonora do fim do mundo? Ou apenas uma obra-prima à frente de seu tempo? Seja qual for a sua resposta, o disco de despedida do Aphrodite’s Child ainda tira o sono de muita gente…

THE SONICS
Eles são considerados precursores do punk e a banda de garagem definitiva. A verdade é que aquele som saía tão visceral, sem a menor polidez, porque era o que realmente sabiam fazer. E ainda sabem. A banda esteve no Brasil para comemorar seus 50 anos de estrada, então aproveitamos para relembrar a trajetória do grupo e cobrir a única apresentação deles no país.

TIM BUCKLEY
Ele morreu aos 28 anos de idade, vítima de uma overdose de heroína. Sua carreira fonográfica durou menos de dez anos e foi um fiasco comercial na época, com Buckley partindo do folk para incorporar jazz, psicodelia, soul e música avant-garde em seus trabalhos. Com uma voz peculiar utilizada tanto como instrumento de protesto (em sua fase puramente folk) como de improviso (em sua fase experimental), o destino de Tim Buckley era ser admirado pelas futuras gerações.

TUCA
Valenza Zagni da Silva, ou Tuca, como ficou conhecida, é um caso típico de talento perdido da música brasileira. Tentativas de resgatar e relançar seu pequeno catálogo são feitas constantemente por selos nacionais e estrangeiros, mas a luz no fim do túnel parece inatingível. O fato de Tuca ter morrido prematuramente, em 1978, dificulta ainda mais o processo. A pZ investigou esses fatos e publica um artigo especial sobre a autora do esquecido clássico Dracula I Love You, de 1974.

HOWLIN’ WOLF & MUDDY WATERS
Marshall Chess queria conquistar a América branca adolescente com o blues que era patrimônio da Chess. Estava de olho nos dólares daquele público que vinha fazendo a fortuna da Motown. Para isso, apostou na fusão de dois de seus maiores bluesmen com os sons psicodélicos da moda em 1968.

PÉROLAS ESCONDIDAS ESPECIAL 1965
Dessa vez preparamos um especial com álbuns subestimados que estão completando 50 anos de idade. Estrelando: Billy Thorpe and The Aztecs, Tages, Jackson C. Frank, Downliners Sect, Alan David e The Strangeloves.

E MAIS
Motörhead, Eddie and the Hot Rods, Daevid Allen, Back Door, Ultimate Spinach, Harvey Mandel, Andy Fraser etc.

Ritchie Blackmore e o punk rock

Em 1977, Blackmore dizia que preferia escutar punk do que Eagles

por Bento Araujo     23 mar 2015

Blackmore

Quando Long Live Rock ‘n’ Roll ia sendo gravado, parecia que não havia mais espaço na indústria fonográfica para grupos como o Rainbow.

Punk e disco music dominavam o cenário de 1977, mas Blackmore tinha uma opinião sobre aquilo, como esclareceu durante uma entrevista na Sounds:

“De uma coisa eu tenho certeza, não estamos nessa para ser a maior banda do mundo. Meu interesse é que o público aceite o que temos de melhor em comparação aos demais conjuntos, alguns deles que sofrem uma lavagem cerebral para agradar as pessoas. O que eu ouvi do chamado punk rock foi para entender a razão das pessoas estarem gostando e comprando aquilo. O punk tem uma energia crua, a maioria da música é muito mal tocada, mas obviamente eu prefiro escutar punk do que escutar Eagles, eles me aborrecem, bandas que tocam como os Eagles me aborrecem… No punk pelo menos os garotos estão tentando… Estão tentando criar algo com energia e música é criada ao redor da energia”.

Lembrando que o Rainbow será a capa da próxima edição da poeira Zine, com lançamento no início de abril.

poeiraCast 205 – Os 60 anos da Fender Stratocaster

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e Mais

por Bento Araujo     17 set 2014

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e cores marcantes e, é claro, o som que fez história nas mãos de músicos como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Buddy Holly, Rory Gallagher, Hank Marvin, Buddy Guy e tantos outros.

Publicado em setembro de 2014

Deep Purple Made In Japan

O melhor álbum ao vivo da história do rock segundo os leitores da poeira Zine

por Bento Araujo     19 ago 2014

made-in-japan

Quando o grupo embarcou para sua primeira tour japonesa, eles só pensavam em trazer de volta algumas lembrancinhas para a família. Depois de três avassaladoras performances, voltaram com o melhor disco ao vivo da história do rock, algumas doenças venéreas e a certeza de que a melhor formação da banda estava indo pro vinagre.

Se não fosse uma típica tradição japonesa você talvez não estivesse ouvindo agora seu disco ao vivo favorito de todos os tempos.

Desde os anos 60 que o mercado fonográfico japonês tinha a tradição de lançar discos ao vivo registrados durante shows de bandas internacionais pelo país. Além de funcionar como suvenir da turnê, o lançamento exclusivo geralmente também alavancava as vendas de todo o catálogo disponível do grupo. Muitas vezes o lançamento do disco ao vivo já estava incluído nos contratos que eram oferecidos aos grupos ocidentais e com o Deep Purple não foi diferente.

A Warner/Pioneer do Japão resolveu então sugerir a idéia à banda britânica, que aceitou, mas colocou algumas restrições. Primeiro: o grupo usaria seu produtor e técnico de gravação de confiança, o lendário Martin Birch. Segundo: o equipamento de gravação local teria que ser aprovado por Birch. Terceiro: a última palavra teria que ser dada pela banda; depois de registrarem os tapes, eles que decidiriam se o produto seria lançado ou não.

A chegada do Deep Purple no Japão, em agosto de 1972, causou muita euforia. Centenas de jovens aguardavam no aeroporto, munidos de flores, presentes e brinquedos. Quem mais se impressionou com a hospitalidade nipônica foi o baixista Roger Glover, que se recusou a deixar o aeroporto internacional de Tóquio antes de autografar os discos de todos os fãs que lá se encontravam.

O mais apreensivo de toda a trupe não era nenhum integrante da banda, mas sim Martin Birch. Assim que chegou no país o produtor foi conferir o equipamento que a Warner havia lhe reservado para as gravações: uma unidade móvel de oito pistas que parecia não estar em seus melhores dias. A unidade era tão compacta que Birch por um momento pensou que tudo estaria arruinado.

Deep_Purple_Made_in_JapanSeguiram para Osaka, onde seriam registradas duas apresentações, no dia 15 e 16 de agosto. No dia 17 era a vez de Tóquio, onde o Deep Purple se apresentaria no sagrado Budokan.

No último show da pequena digressão, uma cena emocionou a todos. Cerca de 13 mil garotos e garotas cantaram letra por letra a canção “Child In Time”. Chegar no outro lado do mundo e saber que todos sabem de cor a letra de suas canções foi algo demasiadamente prazeroso para Roger Glover: “Se existe um momento na minha carreira que tive orgulho de fazer parte do Deep Purple, esse momento foi aquele”.

Os três shows apresentados tiveram um repertório bem semelhante, com exceção das encores, com a banda alternando entre “Lucille” e “Speed King”.

Voltando para a Inglaterra, Birch e o grupo estavam rezando para poder aproveitar o material registrado no gravador de oito canais. Birch ouviu tudo num estúdio londrino e para sua alegria a gravação estava impecável nos shows de Osaka e um pouco a desejar no show de Tóquio. Ian Paice e Roger Glover foram os únicos integrantes que acompanharam a mixagem, o resto do pessoal não deu as caras como relembra o produtor: “Nem Ian e nem Ritchie apareceram para ouvir os tapes. Aliás, não tenho certeza, mas desconfio que até hoje eles não ouviram esse material na íntegra”.

Depois de mais uma tour pela América, apenas em novembro a banda deixou escapar na imprensa seus planos de um live album: “Todas as nossas apresentações no Japão foram gravadas para serem lançadas por lá. Depois de um tempo estamos pensando em lançar este material também na Inglaterra. Existem tantos discos piratas por aí que se colocarmos no mercado nosso próprio registro ao vivo ele certamente vai acabar com todo esse mercado ilegal” disse Roger Glover.

Made In Japan chegava então nas lojas inglesas naquele fim de ano, mas o mercado norte-americano resolveu esperar até o próximo álbum de estúdio do grupo, Who Do We Think We Are, que acabara de ser gravado pela banda em Roma.

Ao ver as lojas abarrotadas de lps importados da Inglaterra, a Warner americana resolveu voltar atrás e soltar o duplo ao vivo rapidamente, que chegou a tempo de pegar o lucrativo natal de 1972. Ho ho ho…

Uma exigência do grupo foi que o álbum duplo fosse vendido com preço de simples (certamente no Brasil isso passou batido!). Para eles não fazia sentido o fã gastar uma grana preta com um elepê que continha várias canções de um álbum que também tinha sido lançado recentemente, no caso o clássico Machine Head.

Isso impulsionou mais ainda as vendas, com a bolacha chegando na 16º posição da parada inglesa. Na América ele chegou no top ten, graças ao sucesso de “Smoke On The Water”, um single lançado às pressas por lá, trazendo a versão ao vivo e a de estúdio. A versão ao vivo foi a única pinçada por Birch da primeira apresentação de Osaka. Simplesmente por ter sido a única vez da tour em que Blackmore tocou o riff de forma correta.

Outro hit, “Black Night”, inexplicavelmente ficou de fora do disco, sendo lançada somente como compacto no Japão (como lado A) e em alguns países da Europa (como lado B).

Quem não andava muito contente com o bom desempenho da bolacha era Ian Gillan. O vocalista sempre foi famoso por possuir uma quase doentia auto-crítica e com sua atuação em Made In Japan não poderia ser diferente. Mesmo anos depois o Silver Voice não está satisfeito com o disco.

deep-purple-japan-1972“No primeiro show de Osaka eu estava muito cansado, pois no dia anterior tinha viajado direto da Inglaterra para o Japão. A minha melhor performance acabou sendo a da última noite, em Tóquio, mas quase não pudemos usar nada desta apresentação, pois a acústica do lugar não ajudou, então acabamos dando prioridade aos sons registrados na segunda noite. Eu tinha acabado de passar por uma crise de bronquite e estava sendo difícil ter uma boa atuação naquela tour japonesa”. Apesar de manter sua opinião por todos esses anos, Gillan sabe da importância do registro: “Se tratando de uma gravação ao vivo realizada em 1972, a qualidade é fenomenal. Os tapes não foram mexidos, não fizemos sequer um overdub ou algo parecido. De qualquer forma, pra mim foi decepcionante lançar este material, pois tenho vergonha da minha atuação nele, porém naquele instante precisei ponderar o que seria melhor para toda a banda”.

Depois que Peter Frampton lançou seu Frampton Comes Alive, em 1976, os discos ao vivo passaram a ser um bom negócio para as gravadoras e serviam também para um grande grupo poder respirar, tirar umas férias por um tempo e aprontar outro álbum de estúdio; enquanto as vendas permaneceriam em alta de qualquer maneira.

Em 1972, o disco ao vivo não era encarado dessa forma. Era na verdade um extra; um bônus; e isso certamente acabou sufocando o Deep Purple e acelerou o processo de deterioração da MKII, a segunda e mais clássica formação da banda. Em cerca de apenas um ano, o Purple lançou dois álbuns de estúdio, um duplo ao vivo e excursionou sem parar pelo mundo.

Segundo Ian Paice, ninguém na banda curtia a atmosfera do estúdio. Quem ouviu Made In Japan pelo menos uma vez na vida sabe que o baterista está completo de razão.

deep purple made in japan

 

 

BANZAI!
Coisas que só poderiam ter acontecido no Japão

Durante as apresentações no Japão, o Deep Purple contou com os trabalhos de uma eficaz equipe de segurança.

Antes dos shows começarem; os seguranças formavam uma fileira encostada no palco e se sentavam entre a banda e a platéia, virados de frente para a última. Caso algum fã se empolgasse muito ele seria colocado pra fora imediatamente. Os seguranças eram extremamente gentis e andavam com roupas normais; não estavam uniformizados e cada um deles era faixa preta em caratê.

Logo na primeira apresentação, Ritchie Blackmore arrebentou sua guitarra no final do show e jogou o que sobrou dela de presente para o público, praticamente petrificado com o ato de violência do guitarrista. Imediatamente os seguranças pularam no meio da platéia, deram porrada em alguns fãs e depois de algum esforço trouxeram de volta os pedaços da guitarra para Blackmore.

Roger Glover estava com cara de desespero, Ian Paice sacudia os ombros meio como se quem dizia: “Que porra é essa?”, e Jon Lord apenas dava risada.
Mas Blackmore não estava achando nada engraçado, pelo contrário, estava ficando cada vez com mais ódio e gritava para os seguranças: “Eu não quero de volta! Eu não quero de volta!”. Os seguranças apenas sorriam e saudavam o guitarrista agitando a cabeça, como os orientais costumam fazer. Eles só sacaram o intuito de Blackmore quando esse repetiu seu ato de oferecer os destroços aos fãs por mais duas tentativas…

Outra gozação da banda pra cima dos rígidos costumes japoneses acontecia sempre que eles adentravam o palco. Por lei, os shows tinham que começar as seis e meia da noite, então a primeira coisa que Ian Gillan falava no microfone era “Good Morning!”.

Woman From Tokyo

Logo após sua primeira apresentação em Osaka, o Deep Purple estava tendo de encarar tensões vindas de todos os lados. Martin Birch estava apreensivo com a qualidade do equipamento disponível e com as gravações. Gillan estava apreensivo com seu estado de saúde e Blackmore estava aborrecido com sua atuação, tanto que espatifou sua guitarra no bis do primeiro show.

Como restavam apenas mais dois shows e a ‘grande’ performance ainda não tinha sido registrada, a melhor saída para os rapazes era relaxar. Foi aí então que o promotor japonês da tour resolveu levar toda a banda para uma casa de massagem, onde todas as tensões poderiam ser aliviadas.

Segundo um artigo publicado numa revista da época, os integrantes requisitaram uma variedade de massagens maior do que um simples corpo humano poderia agüentar e os detalhes deste episódio poderiam preencher o conteúdo de algumas centenas de livros de sacanagem.

Deep Purple - Live In JapanFetiche Nipônico

Num primeiro momento a idéia era lançar o disco ao vivo somente no mercado japonês. Então foi natural que a gravadora japonesa cuidasse de toda a parte gráfica do novo lançamento do Deep Purple e ele foi ‘ligeiramente’ diferente do lançado posteriormente no resto do mundo.

A capa da edição japonesa trazia uma foto ‘aérea’ do grupo tocando no Budokan Nippo Hall de Tóquio e um nome diferente: Live In Japan. A parte interna do elepê capa dupla trazia um book de fotos coloridas, inexplicavelmente extraídas de uma apresentação no Rainbow Theater de Londres, ao invés de algum retrato da tour japonesa. Cada foto individual acompanhava uma mensagem assinada pelos integrantes. Além do tradicional encarte com as letras em inglês e em japonês e do Obi (aquela tarja que envolve o disco), a primeira prensagem de Live In Japan vinha com um negativo de 35 mm trazendo uma foto da banda no palco. A partir dele os fãs nipônicos poderiam revelar uma bela foto de sua nova banda favorita.

Para o resto do mundo o disco saiu com um design simplório de Roger Glover e com fotos do show do Rainbow londrino. Outro detalhe que impulsionou a importação da versão japonesa foi o fato dela erroneamente dizer em sua capa que o conteúdo era extraído apenas do show de Tóquio. Os importadores britânicos insistiam na informação e garantiam que o disco japonês continha performances diferentes; é claro que estavam visando encher o bolso de dinheiro. Na verdade o conteúdo das edições era idêntico: uma compilação do melhor das três apresentações.


Made In Japan foi escolhido o melhor álbum ao vivo da história do rock segundo os leitores da poeira Zine. O texto acima foi originalmente publicado na edição especial de aniversário da pZ, contendo os grandes shows e discos ao vivo.

poeiracast 184 – Sideman: o músico freelancer
por Bento Araujo     16 abr 2014