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Morse Code: La Marche des Hommes

O som de La Marche Des Hommes é encorpado. Os timbres foram escolhidos a dedo. A disposição sonora de todo o álbum é brilhante

por Bento Araujo     09 Maio 2015

Curiosa a trajetória dessa banda canadense de Montreal, Quebec. Começaram no início da década de 70 como Morse Code Transmission, um combo psicodélico, cantando em bom inglês, que lançou dois álbuns: Morse Code Transmission (1971) e Morse Code Transmission II (1972).

É sabido que houve uma explosão progressiva em Quebec, por volta de 1974. Uma nova e promissora cena surgiu e, para não ficar de fora dela, a banda tomou algumas atitudes drásticas e ousadas.

Primeiro encurtaram o nome para apenas Morse Code, depois abandonaram as letras em inglês em favor do francês. A sonoridade deixava de ser psicodélica e se tornava progressiva, sinfônica, repleta de influência de grupos como Yes, Genesis e Ange. Os três próximos trabalhos vieram nessa linha, sendo este La Marche Des Hommes o primeiro e melhor deles. A capa também se destaca, com silhuetas do quarteto e o sol raiando ao fundo, em meio às nuvens.

Christian Simard (teclados e vocais), Michel Vallée (baixo e vocais), Daniel Lemay (guitarra, flauta e vocais) e Raymond Roy (bateria e percussão) estavam à frente de seu tempo. Ouça a terceira faixa, “La Cérémonie de Minuit” e comprove. Parece algo que os medalhões do prog sinfônico britânico viriam a fazer anos depois.

Interessante também o uso de clavinete com Mellotron e flauta na suingada “Cocktail”, uma espécie de prog-funk, se é que isso existe. Como se Stevie Wonder, ou os Commodores do início, fizessem uma jam com o Moody Blues e com o Jethro Tull. Inusitado.

O som de La Marche Des Hommes é encorpado. Os timbres foram escolhidos a dedo. A disposição sonora de todo o álbum é brilhante, como todo grande clássico prog deve ser, levando o ouvinte a criar paisagens na medida em que o disco vai rodando. Quando chegamos em “Une Goutte de Pluie” é essa a sensação. A mais longa e exploratória de todas é a faixa-título, a primeira do disco.

Se você não conhecia e aprovou, pode ir sem medo atrás dos dois álbuns seguintes do grupo: Procréation (1976) e Je Suis le Temps (1977).

pZ 45

O Terço, Mar Y Sol Festival, Jon Anderson, Módulo 1000, Danny Whitten, Hackensack, Jethro Tull, Fat etc.

por Bento Araujo     12 jul 2014

O TERÇO
Nosso colaborador Nelio Rodrigues entrevistou muitos dos integrantes do lendário grupo e descreveu minuciosamente a incrível trajetória de Sérgio Hinds e sua banda. Os discos clássicos como Criaturas da Noite, Casa Encantada, O Terço e Mudança de Tempo, os festivais, os shows e a vida na estrada do Terço.

MAR Y SOL POP FESTIVAL 1972
Passados 40 anos o festival porto-riquenho continua um mistério. Um elepê duplo contendo gravações do festival foi lançado na época e nunca relançado em CD. Coube a pZ desvendar esse mistério: quem se apresentou e quem não se apresentou. Sol, mar, drogas e muita música de primeira. Estrelando: Faces, Alice Cooper, Allman Brothers Band, Cactus, ELP, B.B. King, Mahavishnu Orchestra, Nitzinger, Brownsville Station, Bang e muitos outros.

JON ANDERSON
O ex-vocalista do Yes esteve no Brasil e respondeu as perguntas de nossos leitores. Falou de sua carreira solo atual e dos anos dourados do Yes, relembrando clássicos como Relayer, Going For The One, Close To The Edge, Fragille, The Yes Album, Tales From Topographic Oceans etc.

MÓDULO 1000 – A PRÉ-HISTÓRIA, PARTE II
Nosso especialista, Nelio Rodrigues, analisa os primeiros passos dessa banda brasileira cultuada no mundo todo.

DANNY WHITTEN

A trágica vida e a meteórica carreira do ex-guitarrista do Crazy Horse, que ao lado de Neil Young cunhou obras como Everybody Knows This Is
Nowhere e After The Gold Rush. A morte de Whitten por overdose inspirou Young a escrever “The Needle And The Damage Gone”.

E mais:
Hackensack, Jethro Tull, Fat, Morse Code, Quireboys, April Lawton (Ramatam), Rainer T. Pappon, Roger Glover e muito mais.