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poeiraCast 404 – Guitarristas Brasileiros

Alguns dos grandes guitarristas brasileiros são comentados por estes “não guitarristas” que fazem o poeiraCast. Ou seja, é Mais

por Bento Araujo     13 mar 2019

Alguns dos grandes guitarristas brasileiros são comentados por estes “não guitarristas” que fazem o poeiraCast. Ou seja, é claro que nosso critério nem poderia ser técnico. Enfim, alguns dos nossos preferidos estão neste episódio.

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poeiraCast 361 – Melhores Discos de 1978

A conversa neste episódio é sobre o que de melhor foi lançado no ano de 1978, ou seja, Mais

por Bento Araujo     28 mar 2018

A conversa neste episódio é sobre o que de melhor foi lançado no ano de 1978, ou seja, há quatro décadas, período em que o punk e a disco music influenciavam vários estilos de rock, mas em que havia, na verdade, muita coisa acontecendo…

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Ivinho ao vivo

Ivinho ao Vivo em Montreux pode agora ser ouvido integralmente na discografia do Acervo Digital do Violão Brasileiro

por Bento Araujo     21 out 2015

ivinhoO disco Ivinho ao Vivo em Montreux, lançado em 1978 pela WEA e nunca relançado em CD, pode agora ser ouvido integralmente na discografia do Acervo Digital do Violão Brasileiro, incluindo scans da ficha técnica, selos e contracapa.

O violonista e guitarrista pernambucano foi o primeiro brasileiro a ser apresentar no festival de Montreux. Morto recentemente, ele também integrou o Ave Sangria e fez parte da banda de Alceu Valença nos anos 1970.

Para escutar o disco basta acessar o www.violaobrasileiro.com/blog/visualizar/Ivinho

pZ 61

Som Nosso de Cada Dia, Pink Fairies, Wattstax, John Wetton, selos de Krautrock, Hughes & Thrall, Taste, Gerardo Manuel y El Humo etc.

por Bento Araujo     05 ago 2015

SOM NOSSO DE CADA DIA
O mais bacana na curiosa e aventureira trajetória do Som Nosso de Cada Dia é o quanto seus integrantes desdenharam dos rótulos musicais que lhes foram impostos através dos anos. Rotulada no Brasil e no exterior como uma banda de rock progressivo, o Som Nosso sempre foi muito mais do que isso. Claro que, quando surgiram, o gênero estava em alta e eles beberam em influências de nomes como ELP, Pink Floyd, Genesis e outros, mas a essência vinha de algo muito mais latino e brasileiro, seja do rock rural, ou da influência negra do soul, funk e até do samba. Era música com pedigree próprio, autêntica, sincera e livre. A emocionante e conturbada trajetória do grupo foi contada pelo seu único integrante original vivo, o baixista, vocalista e compositor Pedrão Baldanza.

PINK FAIRIES
Foi no International Times que o imortal Mick Farren deu com a língua nos dentes e escreveu em primeira mão sobre a criação do Pink Fairies Motorcycle Club And All Star Rock And Roll Big Band, uma organização cujo intuito era injetar subversão e diversão no verão britânico daquele ano de 1969. Apesar de não citar os nomes dos envolvidos, Farren garantiu que, muito em breve, os Fairies inundariam as ruas de Londres com seu barulho e sua cor. Tudo sobre a banda que sacudiu o underground britânico dos anos 70.

WATTSTAX
No verão de 1972, mais de 100 mil afro-americanos se reuniram no gigantesco Memorial Coliseum, ao sul da cidade de Los Angeles, para celebrar música e consciência, além de relembrar os sete anos dos tumultos raciais no bairro de Watts. Na plateia, uma explosão de cores e sentimentos. No palco, discursos, pregações e o balanço de grandes nomes do selo Stax: Rufus Thomas, Isaac Hayes, The Staple Singers, Tha Bar-Kays, Albert King e muitos outros. A volumosa e orgulhosa celebração virou filme, disco e retrato de uma cultura em transição. Depois de 50 anos dos tumultos em Watts, a pZ relembra o Wattstax, o maior festival de música negra da história, que, por pouco, também não terminou em tumulto.

JOHN WETTON
Seu indefectível timbre vocal, sua classe no palco, sua competência como compositor e suas poderosas e sempre seguras linhas de baixo fizeram parte da fundamental trajetória de grandes grupos como Family, King Crimson, Roxy Music, Uriah Heep, U.K., Wishbone Ash e Asia, dentre muitos outros. O que dizer de um baixista que ao invés de usar a tradicional palheta, utilizava um caco de vidro para deixar o seu som ainda mais poderoso? Inclui discografia essencial comentada.

KRAUTLABEL: OS GRANDES SELOS DO ROCK ALEMÃO
Foi no final dos anos 60 e início dos 70 que os grandes selos perceberam a força da música que vinha do underground. A psicodelia estava dando origem a toda uma nova geração, que, anos depois, ficaria conhecida como “progressiva”. O rock básico dos anos 50 parecia estar a anos luz de distância e grupos do mundo todo expandiam sua mente e sua sonoridade agregando elementos de música erudita, concreta, experimental, folk, jazz etc. Não havia limite para o que vinha pela frente. Foi então que os grandes selos criaram braços, subsidiárias, sublabels, com uma proposta mais livre, independente e em sintonia com a cena underground. Nessa onda, pintaram estampas como Vertigo, Harvest, Dandelion, Nova e muitas outras. Na Alemanha não foi diferente e uma série de novos selos foram criados a partir de 1968 para dar vazão àquilo que depois seria vulgarmente categorizado pela imprensa britânica como Krautrock. Trazemos nesta edição dez grandes selos que mudaram o rock alemão dos anos 70.

HUGHES & THRALL
O único trabalho da dupla Glenn Hughes e Pat Thrall foi bem recebido pela crítica em 1982, mas não pelo público, o que transformou o LP num completo fracasso de vendas. Certamente os fãs de Deep Purple, Trapeze, Automatic Man e Pat Travers esperavam algo mais pesado da dupla, que acabou apostando no AOR e no pop. Décadas depois, Hughes & Thrall virou um disco cult e possui muitos fãs mundo afora.

E MAIS:
Gerardo Manuel y El Humo, Taste, Boz Scaggs, Eddie Hinton, Fernando Gelbard, Lynyrd Skynyrd, Eden, Pesniary, Violinski, Cosmo Drah, Ivinho, Chris Squire, Slim Harpo, Os Irmãos Carrilho, Love Affair, Lucifer’s Friend, Paêbirú etc.

O novo e ainda rasante voo da Ave Sangria

Única apresentação no Recife teve doses extras de tensão e emoção

por Bento Araujo     10 set 2014

Ave Sangria - Recife 2014

Marco Polo, Almir de Oliveira, Ivinho e Paulo Rafael. Quatro integrantes originais da Ave Sangria reunidos pela primeira vez num palco, 40 anos depois. E não era qualquer palco, era o Teatro de Santa Isabel, um dos mais belos de todo o Brasil, local inclusive onde a Ave fez seu derradeiro voo em 1974, com o show Perfumes Y Baratchos.

O álbum duplo, trazendo o show Perfumes Y Baratchos na íntegra, foi oficialmente lançado pela primeira vez em disco na data desta nova apresentação, junto do relançamento do elepê Ave Sangria, original de 1974. Havia muita coisa acontecendo naquela noite quente de inverno do Recife.

A euforia foi grande. Todos os bilhetes se esgotaram em menos de 24 horas. O numeroso burburinho do lado de fora do teatro dava indícios que pelo menos mais uma noite extra teria sido também um sucesso de público.

O início da apresentação foi emblemático. As cortinas se abriram e lá estava a Ave, acompanhada de outros quatro músicos (Zé da Flauta, Dujarro, Gilú e Juliano Holanda), todos excepcionais, nitidamente empolgados com aquela ocasião histórica.

A introdução acabou sendo mais longa que o esperado. Enquanto os músicos abriam o volume de seus instrumentos num envolvente tema instrumental de abertura, o som da guitarra de Ivinho havia subitamente desaparecido. Nada saía de seus amplificadores. Um roadie veio ao palco e ficou tentando resolver o problema, mas nada acontecia. Ivinho foi ficando furioso e a decolagem parecia comprometida, uma das asas da Ave Sangria parecia avariada.

Quando tudo parecia perdido os deuses da guitarra colaboraram e a guitarra de Ivinho começou a rugir. Visivelmente irritado ele abriu o tremendo volume de sua guitarra e por muito pouco o luxuoso lustre do teatro não veio abaixo. Pela resposta da extasiada plateia, tudo levava a crer que aquela noite seria de Ivinho.

O show começou então alternando tensão e emoção, apresentando temas do disco homônimo de estúdio, algumas inéditas do show Perfumes Y Baratchos e outras surpresas. “Lá Fora”, “Por que?”, “Janeiro” e “Hei! Man” foram as primeiras da noite. Do falecido baterista Israel Semente o grupo tocou “Boi Ruache (Vento Vem)”, com uma pegada latina no melhor estilo Santana e as guitarras de Ivinho e Paulo Rafael tomando caminhos interessantíssimos. Se Ivinho era a mais pura violência e explosão, Paulinho era o contraponto necessário, com muito bom gosto nas bases, intervenções acústicas cruciais e um timbre impecável de Les Paul.

Quando a banda deu início a “Dois Navegantes” e Almir assumiu o vocal, o teatro cantou mais alto que nunca. Marco Polo relembrava algumas de suas letras, postadas num pedestal, mas toda a plateia estava com ele, cantando cada uma das canções.

A maioria do público consistia numa garotada que nem era nascida quando a banda atuou, na primeira metade dos anos 70, mas pontuando a noite de gala estavam também presentes boa parte daqueles amigos e comparsas que fomentaram os voos iniciais da Ave, como Rafles Oliveira, Maristone e Tiago Amorim.

Ivinho não deixou barato, e como as centenas de estrelas de sua camisa, voltou a brilhar imensamente em seu tema instrumental “Sob o Sol de Satã”. Sorria como um garoto, dançava pelo palco, levantava suas calças em pleno ato de molecagem e tocava em comunhão quase telepática com o jovem baterista Dujarro, que caiu como uma luva nessa nova versão do grupo. Ivinho foi aplaudido de pé e o teatro Santa Isabel gritava seu nome em uníssono. Se no Beco do Barato e no udigrudi pernambucano Ivinho sempre foi um guitar hero, na porção mais Sul do Brasil o seu nome ainda aguarda o merecido reconhecimento. Além de ter sido o primeiro músico brasileiro a pisar no palco do Festival de Jazz de Montreaux, Ivinho pode ser colocado ao lado dos grandes da guitarra brasileira como Lanny, Pepeu e Armandinho.

“Geórgia, A Carniceira”, a mais pesada composição da banda, foi a derradeira da noite. Começou com um arranjo diferente, mais lenta e melódica, até explodir num rock bruto cativante. Nessa altura a garotada já estava toda de pé, na frente do palco, pulando e cantando enquanto Marco Polo metaforicamente e efusivamente abraçava a todos com sua visível gratidão e sua poesia nada marginal.

Passaram-se 40 anos, mas a Ave Sangria ainda voa, ainda sangra. Salve Ivinho, salve os navegantes.

Agradecimentos especiais a Marco da Lata e Cris Rás da Ripohlandya, que além de organizarem essa apresentação e os relançamentos dos discos, convidaram a pZ para cobrir esse show da Ave Sangria no Recife.