Arquivo da tag: IGGY POP

poeiraCast 452 – Os grandes discos de 1990

Neste episódio do poeiraCast conversamos sobre os álbuns que estão completando 30 anos de lançamento! Ouça o poeiraCast Mais

por Bento Araujo     02 set 2020

Neste episódio do poeiraCast conversamos sobre os álbuns que estão completando 30 anos de lançamento!

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Preparamos uma playlist que serve como trilha sonora para este episódio, com músicas que indicamos durante o programa. Ouça aqui!

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poeiraCast 449 – Bandas de apoio

Neste episódio conversamos sobre alguns dos grupos que ficaram conhecidos acompanhando grandes artistas do rock e da música Mais

por Bento Araujo     03 jun 2020

Neste episódio conversamos sobre alguns dos grupos que ficaram conhecidos acompanhando grandes artistas do rock e da música pop em geral.

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poeiraCast 376 – Melhores discos de 1988

E aqui vamos nós com os grandes álbuns que estão completando 30 anos de idade neste 2018! Torne-se Mais

por Bento Araujo     11 jul 2018

E aqui vamos nós com os grandes álbuns que estão completando 30 anos de idade neste 2018!

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poeiraCast 353 – David Bowie e Iggy Pop em 1977

No último poeiraCast de 2017, nosso assunto é a produção dos dois artistas que haviam ido para Berlin Mais

por Bento Araujo     22 nov 2017

No último poeiraCast de 2017, nosso assunto é a produção dos dois artistas que haviam ido para Berlin e lá tiveram um período marcante em suas vidas e carreiras há quarenta anos.

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poeiraCast 340 – Melhores discos de 1977

Sempre que nos concentramos nos lançamentos de um ano específico na história da música e particularmente do rock, Mais

por Bento Araujo     23 ago 2017

Sempre que nos concentramos nos lançamentos de um ano específico na história da música e particularmente do rock, vemos uma série de novos segmentos surgindo ou se consolidando, além de diversos “cantos do cisne” de artistas importantes. Um ano tão marcante como 1977 não seria diferente, e os discos desse período são nosso assunto de hoje.

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poeiraCast 312 – Os álbuns mais estranhos da Uncut

Com mais uma lista recente para inspirar, a de 101 discos mais estranhos de todos os tempos, da Mais

por Bento Araujo     08 fev 2017

Com mais uma lista recente para inspirar, a de 101 discos mais estranhos de todos os tempos, da Uncut, voltamos ao tópico “discos estranhos”, sob um novo ponto de vista.

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poeiraCast 309 – Discos depressivos

Álbuns que trazem em seu som a carga pesada da depressão, da tristeza, da melancolia. São muitos deles, Mais

por Bento Araujo     07 dez 2016

Álbuns que trazem em seu som a carga pesada da depressão, da tristeza, da melancolia. São muitos deles, e eles são nosso assunto neste episódio, o penúltimo de 2016.

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poeiraCast 302 – Melhores discos de 1986

Neste episódio comentamos discos de que gostamos e/ou que achamos importantes do ano de 1986. O metal se Mais

por Bento Araujo     19 out 2016

Neste episódio comentamos discos de que gostamos e/ou que achamos importantes do ano de 1986. O metal se dividia em mais estilos, o rock gótico trazia novidades, e, como sempre, os gêneros musicais sofriam mutações criativas e mercadológicas.

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The Beauty And The Beast

Bowie, Iggy e a prolífica safra de 1977

por Bento Araujo     11 jan 2016

Bowie-IggyA primeira metade da década dos excessos havia elevado e reduzido um de seus mais expressivos talentos. Elevado ao status de rockstar, Bowie simultaneamente era reduzido praticamente a um farrrapo humano, arrasado pelas drogas e pela vida desregrada. Quando se mandou para Los Angeles, Bowie era apenas mais um entre as centenas de magnatas junkies do pedaço. Almas perdidas, isoladas em seu próprio mundo.

Seduzido pela música negra da América, o Thin White Duke – como o próprio se denominava na época – rompia ralações com seu manager Tony DeFries e com sua agência – a poderosa Mainman.
A chegada de Bowie na cidade dos anjos, em 1975, foi digna de um longa-metragem sensacionalista norte-americano. A Mainman soltava boatos dizendo que Bowie não passava de um astro queimado, arruinado pela cocaína e prestes a tentar o suicídio. Bastou para jornalistas de todo o país soltarem rumores, afirmando que Bowie estava agora envolvido com bruxaria, exorcismos, pentagramas e teologia nazista.

Com Young Americans, disco e música, nas listas de álbuns mais vendidos e canções mais executadas, parceria com Lennon (“Fame”) e quilos de rumores sensacionalistas a seu respeito, Bowie aportava em L.A. chamando a atenção até do mais careta yankee.

Um residente de Los Angeles que também prestava muita atenção nos passos do astro britânico era Iggy Pop, ex-vocalista dos Stooges e titular absoluto do clube de almas perdidas da cidade.

Iggy guardava mágoa ainda de sua demissão da MainMan, dois anos antes. DeFries nunca escondeu seu descontentamento com o excessivo abuso químico de Iggy e seus Stooges e colocou todos no olho da rua. Para Iggy, sua banda era apenas mais uma vítima da estratégia sacana de Bowie e Defries, assim com o Mott The Hoople ou Lou Reed, sugados e depois descartados, o que colaborava para a ascensão cada vez mais meteórica de Bowie.

Aqueles anos foram terríveis para Iggy. Era comum vê-lo cambaleando pelas sarjetas de Hollywood ao lado de prostitutas, travestis e traficantes da pesada. Foi parar na cadeia e só saiu porque Ray Manzarek (ex-Doors) pagou sua fiança e quis montar um projeto ao seu lado.

Iggy andava ainda mais insano nessa época, o que foi demais para o ex-integrante do Doors que colocou tal projeto na gaveta. O ex-vocalista dos Stooges chegou a se auto-internar no Instituto Psiquiátrico da Universidade de Los Angeles (UCLA), onde foi muito falado que seu único visitante era David Bowie.

Temporadas numa clínica de reabilitação para drogados em San Diego fazia parte da rotina de Iggy, que sozinho e sem grana tentava a todo custo montar um novo grupo ao lado do guitarrista James Williamson (seu companheiro da última encarnação dos Stooges) e dos irmãos Hunt e Tony Sales. O grupo chegou até a escolher um nome – The Users – no entanto, toda a indústria fonográfica estava cansada de dar chances a Iggy. Ninguém confiava mais no cara. Para os homens de negócio das gravadoras, o Iguana não passava de um pop-star maldito, em franca decadência musical e mental. Prova disso foi o álbum “Kill City”, registrado nessa época ao lado de Williamsom, e recusado por todos os selos da cidade. “Kill City” só veria a luz do dia alguns bons anos depois.

Ironicamente, foi a caminho de um show de Bowie que Iggy passou por maus bocados. Por volta de 1975, Iggy costumava andar de vestido pelas quebradas de Los Angeles. Para o concerto de Bowie, Iggy colocou seu melhor vestido e comprou flores para dar de presente a Bowie. No estacionamento do ginásio onde rolaria o show, três surfistas encrencaram com Iggy e o esmurraram feio. Iggy continuava sem grana, viciado em heroína, e agora sem os dentes da frente e com o rosto todo costurado.

Vendo a situação do amigo, Freddy Sessler comentou com Bowie sobre o deplorável estado de Iggy. Bowie mandou recado pelo amigo em comum: “Fale para Iggy me ligar, quero muito trabalhar com ele”.

Iggy não tinha mais nada na vida, mas tinha orgulho. Deu uma de difícil e num primeiro momento não entrou em contato.

Num belo dia, Iggy perambulava pela cidade quando uma limusine se aproximou. O vidro negro baixou e era Bowie: “Hei! Iggy! Venha cá ouvir meu novo álbum!” Dentro do luxuoso automóvel, Iggy ouvia em primeira mão Station To Station, a nova gravação de Bowie. Armaram de gravar algo juntos em breve, mas pelo lado de Iggy rolava um certo desconforto pelo fato de Bowie estar se dando muito bem na América e ele não. Começaram a se encontrar em hotéis e em bastidores dos locais onde Bowie tocava. A reaproximação foi lenta e gradual.

Não demorou muito para Bowie insistir em compor, produzir e gravar algumas canções para Iggy. Os dois então resolveram entrar em um estúdio para confeccionar uma demo tape, com Bowie tocando quase todos os instrumentos. Apesar de alguns desentendimentos, sendo o mais crítico deles uma reclamação (por parte de Bowie) pelo fato de Iggy estar imitando Mick Jagger, tudo foi bem amador e produtivo. Dessa sessão surgiram sons como “Turn Blue”, “Sell Your Love” e “Drink To Me”.

Tudo começou a ser mais sério quando Iggy aceitou o convite de Bowie: correr o país com a crew da tour de Station To Station.

“Segui-os de carro por toda a América, vendo David trabalhar todas as noites. Foi o começo do aprendizado das minhas técnicas de autopreservação. Toda merda que sei, que é tomar conta de mim mesmo, aprendi basicamente viajando com Bowie na tour de Station To Station. David me ajudou, restaurando minha auto-confiança. Nos conhecíamos há muito tempo e ele estava muito preocupado com minha falta de trabalho e fiquei muito feliz de confiar nele, que é muito leal com seus amigos.”
Iggy Pop

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The Beauty And The Beast

O adolescente David Jones devorava a literatura beat de Jack Kerouac. Os estudiosos da carreira de Bowie garantem que desde sua adolescência ele buscava uma amizade com um amigo selvagem norte-americano, assim como na obra de Kerouac. Iggy seria esse parceiro de aventuras.

A primeira aventura de nossos heróis foi na estrada, na tour de Station To Station, bem no clima de On The Road, de Kerouac.

Em junho de 1976, com o fim da digressão, Bowie e Iggy estavam acabados pelas drogas e tudo que menos queriam era voltar para a vida depravada de L.A. Pegaram o avião e se mandaram de férias para um estúdio em Chateau d’Herouville, 12 milhas ao norte de Paris, para gravarem um álbum em parceria.

Bowie escreveu algumas canções, tocou vários instrumentos, dirigiu a performance vocal de Iggy e sugeriu os temas das letras.

Não deve ser nada fácil trabalhar com David Bowie. Sua rotina workaholic e sua busca pela perfeição são famosas no meio artístico. Iggy por exemplo penou bastante nas mãos de Bowie: “Um bom exemplo da megalomania de Bowie foi quando eu estava trabalhando na letra de Funtime e ele disse: A letra está legal mais não cante como um cara do rock! Cante como Mae West!” Tal insistência de Bowie deu nova cara ao trabalho vocal de Iggy, que agora berrava menos e se concentrava mais. O timbre mais grave era outro diferencial na voz do ex-punk, entoando algo mais cinematográfico, ameaçador e gay.

“Bowie tem um padrão de trabalho bastante utilizado em sua carreira. Se ele tem o desejo de adentrar uma área musical de trabalho completamente nova, ele primeiro experimenta com trabalhos paralelos ou em discos de outras pessoas. Isso funciona para ele provar o sabor desse novo gênero e ganhar experiência suficiente para depois aplicar em sua própria obra. Creio que David trabalhou comigo exatamente em busca disso”.
Iggy Pop

Em “Sister Midnight” a parceria Bowie/Iggy tinha um aliado especial, o guitarrista Carlos Alomar, membro oficial da banda de Bowie e dono de um estilo livre e peculiar. “Dum Dum Boys” era um perfil de quanto retrógrados eram os ex-companheiros de Iggy no Stooges e “Nightclubbing” funcionou como um hino de brigada anti Studio 54. Algo como uma “No Fun” dos novos tempos da disco, mais densa e sinistra.

Nesse meio tempo as férias acabam, com Bowie se recusando a voltar para a América e indo para a Suíça com Iggy e sua assistente pessoal, Corinne Schwab. Lá começa a fazer terapia e a pensar nos próximos passos. Um deles é ir morar em Berlim, outro é terminar o álbum com Iggy e um terceiro, e mais ambicioso, é começar a produzir o sucessor de Station To Station.

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A fase Berlim começou na França

“Eu estava no fim das minhas forças. Pensei em todas as saídas possíveis, inclusive o suicídio”. David Bowie

Para gerar seu próximo álbum, Bowie convocou Brian Eno e traçau com o ex-Roxy Music o panorama da obra – um lado rock e um lado ambient – choque na música pop! Tony Visconti continuou imprescindível com sempre na produção, deixando Bowie e Eno boquiabertos com sua nova aquisição, o dispositivo Eventide Harmonizer, uma espécie de pré-software de efeitos sonoros, que segundo Visconti “fodia com a textura dos tempos musicais”, definição que a dupla adorou.

Para o lado rock, Bowie escalou Iggy para os backing vocals, Ricky Gardiner (um músico escocês que tinha tocado no Beggars Opera) para a guitarra, Roy Young para o piano e a mesma backing band de Station To Station: Dennis Davis na bateria, George Murray no baixo e Carlos Alomar também na guitarra.

Toda a trupe, mais Iggy, partiu para Chateau d’Herouville na França, onde Bowie já tinha gravado o álbum Pin-Ups e estava mais recentemente trabalhando com Iggy. Visconti também ficava completamente à vontade do Chateau – naquele mesmo estúdio produziu Tanx, do T.Rex, e o próprio Pin-Ups de Bowie.

Nem tudo eram flores na França: Bowie contrai uma intoxicação através de um queijo envenenado, Visconti reclama do cardápio e os fantasmas de Frederic Chopin e George Sand insistem em tirar Eno da cama no meio da noite.

Apesar da má sorte inicial, o entrosamento da banda impressionou Visconti: “Eles entenderam perfeitamente que estávamos ali para fazer um lance diferente. Dennis é um batera estranho, totalmente anti-convencional. Musicalmente, Alomar pode ir para qualquer lugar e Gardiner é sólido como uma rocha. A seção rítmica é de NY e LA, o pianista vinha da Inglaterra via Hamburgo e Eno vinha de uma galáxia desconhecida. Eu vim do Brooklyn e Bowie de Brixton, então essa não era uma banda de garotos da vizinhança”.

Os primeiros sete dias das gravações de Low foram dedicados as demos das faixas instrumentais do lado A, todas elas usadas na mixagem final. Três dias foram reservados para os overdubs de guitarra de Alomar e Gardiner. Já a terceira e muito especial semana, foi dedicada aos sintetizadores de Brian Eno. Como anfitrião da festa estava Bowie: triste, desolado, um pouco perdido, porém encantado com a ousadia daquelas sessões. Não se sentindo a vontade para soltar a voz e muito menos para escrever letras quilométricas como a de “Young Americans”, Bowie preferiu apostar no lado melódico e harmônico das 11 composições do álbum, seis delas instrumentais.

Em outubro de 1976, Bowie, Iggy e Corinne, deslocam-se para um modesto prédio localizado em cima de uma oficina mecânica, em Schöneberg, um distrito pobre da Berlim oriental, completamente tomado por imigrantes. O objetivo principal era abandonar o vício de cocaína e de drogas mais pesadas e poder andar em total anonimato pelas ruas e clubes noturnos. Bowie teria também de finalizar e mixar Low, deixando tudo pronto para o lançamento que abalaria o ano que estava por vir – 1977. Só lembrando: The Idiot também estava inacabado.

“Em L.A. as pessoas me tratavam como Ziggy.Você pode fazer coisas boas com drogas mas depois vem o grande declínio. Um amigo me colocou na frente de um espelho e disse: ‘estou saindo da sua vida porque você não vale o esforço’. As vezes você não percebe o quanto afundou até que alguém jogue isso na sua cara. Depois daquela humilhação tranquei todos meus personagens dentro de um armário”. David Bowie (1978)

O estúdio Hansa By The Wall de Berlim foi escolhido como o novo quartel general da dupla Bowie/Iggy. Ali seriam finalizados Low e The Idiot, assim como registrados os próximos álbuns – Lust For Life e Heroes.

O ‘idiota’, a estréia solo de Iggy, acabou sendo atrasada em alguns meses, pois Bowie queria que Tony Visconti cuidasse da mixagem. Incrível como Bowie conseguia ao mesmo tempo cuidar de seu novo álbum de estúdio e da carreira solo do amigo norte-americano. Seu prestígio internacional garantiu até um contrato para Iggy, também pela RCA. Seriam três álbuns, com opção de renovação caso as vendas fossem satisfatórias.

Em janeiro de 1977, Bowie completou 30 anos de idade e lançou Low, motivo de espanto de crítica e de público.

O novo álbum, que quase recebeu o nome de ‘New Music: Night And Day’, não recriava as glórias do passado bem sucedido de Bowie. O disco era uma pílula amarga, de efeito colateral ainda desconhecido.

Alguns fãs mais ortodoxos raramente ouviam o lado B do disco, capitaneado pelas melancólicas linhas sintetizadas de Eno. A crítica também não topou de imediato com as instrumentais da segunda metade de Low – taxaram o material de pretensioso ao extremo.

Realmente não é nada fácil levar dialeto javanês (“Weeping Wall”), búlgaro (“Warszawa”) e proto-electronica germânica para o mainstream numa só tacada. Azar dos executivos da RCA que arrancavam seus poucos fios de cabelo temendo as pobres vendas pela América. Um executivo chegou a oferecer uma mansão para Bowie na Filadélfia caso ele resolvesse gravar uma espécie de Young Americans parte II. Sorte nossa que Bowie sempre esteve na vanguarda do pop.

O cúmulo foi a recusa da RCA em lançar Low na véspera do natal de 1976, alegando que ninguém daria um disco esquisito como aquele de presente. Na América, muitos fãs boicotavam o novo trabalho, acusando Bowie de estar apenas querendo não comprar briga com o emergente movimento punk.

“A falta de letras em Low reflete a dificuldade que eu estava tendo com as palavras. Resolvi criar uma nova linguagem musical para minha nova vida. Berlim é uma cidade feita de grades para pessoas desiludidas se embebedarem. Foi por essa razão que me senti tão atraído por essa cidade e passei a examiná-la intensamente”. David Bowie em 1977

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Iggy também sofria com críticas para com seu novo trabalho. Exalando angústia ao invés de violência, o novo e barítono Iggy Pop aparecia como ícone de uma nova geração. A libertação de Iggy em vinil trazia muitos de seus clássicos definitivos, um oásis sonoro ousado, concebido por Bowie. Nada daquelas guitarras sujas de outrora, o que chocava o mundo da segunda metade da década era o flerte com o eletrônico, sintetizadores dissonantes, guitarras fragmentadas e música cerebral.

Mal The Idiot chegou nas prateleiras das lojas e um empolgadíssimo Pop montou uma banda para cair na estrada e promover o novo trabalho. Eram mais de três anos longe dos palcos!

A banda consistia nos irmãos Tony Sales (baixo) e Hunt Sales (bateria) e Ricky Gardiner (guitarra). Nos teclados, ninguém menos do que o próprio David Bowie!

Obviamente, Bowie não queria chamar mais atenção do que Iggy e se escondia no fundo do palco durante os shows, assim como se recusava a participar das entrevistas coletivas. A RCA, nem boba nem nada, quando soube da história, soltou um ‘boato’ pela mídia dizendo que Bowie participaria dos próximos shows de Iggy. O interesse do selo era alavancar as vendas dos dois artistas de seu cast.
Todo esse ‘anonimato’ acabou de vez quando a dupla se apresentou no programa da TV norte-americana The Dinah Shore Show. A repercussão do programa foi prejudicial a Iggy, que passou a ser tratado pela mídia como uma espécie de bichinho de estimação de Bowie.

“Ele me ajudou demais, cobrindo os custos iniciais da excursão e me ajudando a montar o show. Foi um pouco chato quando começou todo falatório por ele ser apenas o tecladista, mas o que eu poderia fazer? Ele é uma estrela e quis apenas me ajudar. Não tenho queixas.” Iggy Pop

Mesmo com esse desconforto interno, a tour continuava a mil, tendo o Blondie como banda de abertura.

Enquanto Iggy e Bowie apresentavam suas novas composições na América, pela Inglaterra, shows dos Sex Pistols e do Damned eram temperados com antigos clássicos dos Stooges. Não demorou para Iggy ressurgir como pai de toda a explosão punk inglesa. A boa fase era coroada sem cocaína, mas com bastante álcool.

Bowie decidiu então não promover Low, optou por cair na estrada e se divertir com Iggy. A única ação promocional envolvendo Low foi a gravação de um promo vídeo para a faixa “Be My Wife”, rodado em Paris.

Após as 26 apresentações da Idiot Tour, Bowie, Iggy e toda a banda, voltaram para Berlim e passaram 13 dias gravando o que viria ser Lust For Life, o segundo álbum solo de Iggy, contando novamente com ‘selo Bowie de qualidade’. Um pouco mais básico do que o antecessor, Lust For Life é daqueles clássicos lendários do rock visceral.
A gravação rolou de forma espontânea, afinal de contas a banda vinha azeitada da estrada, sendo que algumas canções como “Turn Blue”, “Tonight” e “Some Weird Sin” já eram apresentadas nos shows da Idiot tour.

Enquanto Iggy saia novamente em tour para promover Lust For Life e emplacava “The Passenger” nas paradas, Bowie ficava em casa (em Berlim) para gravar seu próximo álbum – Heroes. Passava a maior parte do tempo pintando e lendo, evitando ao máximo uma vida pública.

A faixa título do novo álbum teve sua premier mundial quando Bowie participou do show televisivo de Marc Bolan, “Marc”, na TV britânica. A dupla chegou a gravar algumas demos após a gravação nos estúdios e ficaram de realizar algum projeto sonoro nos próximos meses. Dois dias após a gravação do programa de Bolan, Bowie grava sua aparição no programa televisivo de Bing Crosby, num dueto para The Little Drummer Boy. Tanto Bolan como Crosby morrem antes dos programas irem ao ar. Coincidência ou uruca bowiana? Essa é pra ficar cabreiro…

Para Heroes, Bowie fez questão de manter Eno e Visconti. Agora o diferencial ficava por conta de um novo convidado – Robert Fripp que cuidaria das muitas texturas guitarrísticas do álbum. Reza a lenda que Fripp chegou de Nova York, gravou suas partes no estúdio alemão e se mandou no mesmo dia! Alguns fãs do guitarrista consideram sua canja em Heroes um dos ápices de sua longa carreira.

Bowie parecia muito distante do Thin White Duke de outrora. Fazia caminhadas matinais e ia de bicicleta para o estúdio onde gravava Heroes. Nessas andanças pela cidade, reparou que todas as tardes um casal, vindo de lados opostos da cidade, namorava embaixo de uma guarita militar. Depois de um tempo juntos, voltavam cada um para seu lado do muro. O amor vigiado e impossível, dividido pelo muro de Berlim foi inspiração crucial para o novo hit de Bowie – “Heroes”. Tony Visconti ressaltou que Bowie estava vivendo um ótimo período e que aquele era literalmente um álbum heróico. Bowie estava mais vivo do que nunca e pulava dentro de seus maiores problemas, encarando-os de frente e com uma força sublime. O tempo em que corria de seus traumas através de aditivos químicos havia ficado pra trás.

“Eu acredito mais nesses meus dois últimos álbuns do que em tudo que eu tinha feito antes. Há muito mais amor e emoção em Low e especialmente em Heroes”. David Bowie em 1977

Outro fator que levantava o astral de Bowie: longe das maluquices violentas de sua esposa Angela, ele estava livre para curtir seu novo parceiro, Romy Haag, um transformista e cantor de cabaret. Tudo veio por água abaixo quando Bowie reparou que Romy usava o relacionamento para se auto-promover nos jornais alemães. O jeito era curtir passeios com seu filho Zowie pela capital Alemã. Bowie havia pedido a guarda do garoto (conquistada dois anos depois) e precisava trabalhar uma reaproximação com a criança.

Assim terminava o histórico ano de 1977 para Bowie e Iggy. 365 dias de muitas aventuras, abstinências, renascimentos e quatro dos melhores registros fonográficos da música pop.

Bowie ainda continuaria sua fase Berlim por mais dois álbuns, Stage (um duplo ao vivo de 1978) e Lodger, de 1979. Iggy se afastou e lançou pelas próprias pernas New Values. A dupla voltaria a trabalhar junta em 1986, no álbum Blah-Blah-Blah, de Iggy Pop.

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Low – A obra-prima mais radical
Um álbum pesado. Sem guitarras distorcidas e berros. Mesmo assim um disco pesadíssimo. A atmosfera problemática e densa desse primeiro volume da ‘trilogia Berlim’ era um fiel reflexo da mente de seu criador. Arrasado e desiludido, Bowie passou uma borracha na sua faceta R&B e se deixou seduzir pela perfeição glacial de agrupamentos como Neu!, Cluster e Kraftwerk. O resultado? Hinos como “Sound And Vision”, “Be My Wife”, “Breaking Glass” e quatro peças instrumentais paridas ao lado de Brian Eno, um oceano de melancolia que serviu de pilar para o pós-punk. Para não soar óbvio demais, basta lembrar que dentre os discos de Bowie, Low é o seu favorito.

The Idiot – O passo mais importante do iguana.
A estréia solo de Iggy, lançada no ano da explosão punk, foi um presente dos deuses ao pai do estilo. Os Stooges ainda eram uma banda maldita, cultuada somente por alguns freaks mais espertos, até que “The Idiot” taxou aquele som de arcaico e apostou numa atmosfera mais densa e cerebral, graças as composições arrebatadoras de Bowie. “Funtime”, “Nightclubbing”, “Sister Midnight”, “China Girl” e a assustadora “Mass Production” são pérolas de um novo estilo, de uma nova agressividade musical. Graças a Bowie, Iggy não só se recuperava musicalmente como dava um golpe certeiro em quem ainda ousava duvidar de sua competência artística. Claustrofobia sonora.

Heroes
Bowie continuava sua reintegração à humanidade, atingindo cada vez mais seu objetivo sonoro e performático – uma espécie de esplendor decadente, como a Berlim dos anos 20. Dos clubes noturnos de “Blackout”, passando por temas instrumentais, aos miseráveis bairros de imigrantes de “Neuköln”, Heroes é retrato fiel da capital gay e drogada da Europa além de um dos mais inovadores trabalhos daquela década. A faixa título, com o timbre único de Robert Fripp, é um dos pontos mais altos da carreira de Bowie.

Lust For Life
Com o mesmo time que vinha da estrada, que incluía Bowie nos teclados, Iggy passou 13 dias no estúdio Hansa de Berlim e registrou Lust For Life, título que caiu como uma luva para seu segundo disco solo. A faixa título virou febre depois de Transpoitting, mas já era uma favorita dos shows e escancarava o intuito de Iggy de voltar à selvageria rocker. “The Passenger” é um poema musicado, baseado em Jim Morrison, onde Iggy usa toda sua bagagem junkie para admirar, de um ambiente externo, todos os excessos de uma metrópole. “Turn Blue” e “Fall In Love With Me” são duas das coisas mais legais que Iggy e Bowie fizeram juntos. Sério candidato ao honroso título de melhor álbum solo do Iguana.

Artigo originalmente publicado na pZ 15

The Stooges: Tudo sobre Fun House

Depois de um ano de muito ensaio, drogas pesadas e estrada, o grupo liderado pelo então Iggy Stooge, queria mais sangue do que nunca

por Bento Araujo     03 nov 2014

the_stooges_-_fun_houseApesar de uma avassaladora estréia em 1969 com um álbum auto-intitulado, os Stooges eram um grupo completamente diferente em 1970. Pode-se dizer que eles tinham mais vontade do que outra coisa no final da década de 1960. Amparados pela produção mais viajante do velvet John Cale, a estréia dos rapazes expelia beats primitivos a la Troggs (como em “No Fun”) e fuzz tosco escorrendo pelos três dos mais imundos dos acordes no hino punk “I Wanna Be Your Dog”.

Em Fun House os Stooges estavam muito mais maduros e sacanas. Depois de um ano de muito ensaio, drogas pesadas e estrada, o grupo liderado pelo então Iggy Stooge queria mais sangue do que nunca.

Ouvindo Miles e Coltrane e cheirando sem parar, a banda levava sua sonoridade ao limite, incluindo pitadas de free-jazz e groove mortal, casando perfeitamente com o punk primitivo original do quarteto. O impacto explosivo de Fun House era a pura visão apocalíptica de Iggy Pop, o sujeito mais insano que já havia subido num palco. Iggy queria ser queimado vivo; como disse Simon Reynolds, na Melody Maker, Iggy transformava romantismo em fascismo, como um mistura de Nietzsche com Beavis & Butthead.

Surgindo para o mundo em 1968, os Stooges fizeram dois álbuns em dois anos e mancharam de sangue e atitude a história do rock n’ roll. Pouco após o lançamento de Fun House, em agosto de 1970, eles estavam literalmente na merda: sem grana, sem teto, odiados por todos na indústria fonográfica e carregando um vício infernal: o da heroína. Hoje, 38 anos depois, toda essa frustração e falta de reconhecimento ficou pra trás e Fun House é considerado por muitos músicos e críticos como o melhor disco de rock do universo.

Em 1970, a primeira dúvida que pairou sobre Fun House foi quanto à produção do álbum. Os Stooges estavam cansados de serem associados a demais bandas como o MC5 – eram considerados a “baby brother band” da banda de Rob Tyner e Wayne Kramer – e ao Velvet Underground, conexão óbvia após John Cale ter cuidado dos botões na estréia dos Stooges.

O nome mais cotado para a produção do segundo registro do grupo era Jim Peterman, produtor do staff da gravadora deles, a Elektra. Jim tinha sido tecladista da banda de Steve Miller e foi um nome bastante cotado para assumir a “encrenca”.

Reza a lenda que outro candidato para o cargo era um jovem chamado Jackson Browne. Por mais bizarro que isso possa soar, Browne era nessa época algo bem distante do ícone da cena singer/songwriter californiana que ele viria a se tornar durante aquela nova década. No final dos anos 60, Browne seguia trovadores lendários como Tim Buckley e Tim Hardin pelos becos de Nova York, onde conheceu Nico, com quem teve um affair. O próximo namorado de Nico seria outro carinha bem jovem, um tal de Jim Osterberg, novo contratado da Elektra e que se transformara em Iggy Stooge. Vendo por esse lado, a conexão de Browne com os Stooges soa menos absurda.

Depois de cogitarem a presença de Eddie Kramer, (Hendrix, Led, etc.) a escolha da Elektra acabou sendo um outro jovem membro de seu staff, Don Gallucci, que estava em alta, pois acabara de produzir um hit nacional: “Go Back”, da banda Crabby Appleton. Gallucci, além de compositor e tecladista, era conhecido da cena garageira norte-americana; havia tocado com o grupo Don & The Good Times, e apesar do guitarrista dos Stooges (Ron Asheton) garantir que aquilo tudo foi mesmo uma escolha da gravadora, Gallucci trazia um certo clima mais familiar para o estúdio. Iggy também se identificou de cara com o produtor, que era uma espécie de ídolo do vocalista simplesmente pelo fato de ser Gallucci que tocou piano na gravação original de “Louie Louie”. Com apenas 14 anos de idade, Gallucci gravou essa pérola ao lado do Kingsmen, grupo idolatrado pelos Stooges. Estava tudo em casa…

A sonoridade forjada em Fun House, o álbum, na verdade foi parida quando o grupo alugou uma casa semi-abandonada numa região literalmente largada de Detroit. Morando todos em comunidade, Iggy, os irmãos Asheton e o baixista Dave Alexander ensaiavam pra valer e batizaram o novo lar de Fun House; agora reformada, com vários apartamentos privativos e um porão gigantesco. Som, drogas pesadas e orgias sacanas foram o cenário das composições para o segundo álbum do grupo.
Inspirado pelo primitivismo de vanguarda do compositor Harry Partch, Iggy Pop “envenenava” os instrumentos do seu grupo usando peças achadas num depósito de lixo. A tosqueira musical estava com data marcada pra começar…

stooges_down_on_the_street

Um passo certeiro na concepção de Fun House foi a inclusão de um saxofonista de verdade na formação original da banda: Steve Mackay. O MC5 flertava com jazz em seus concertos e tinha até uma forte conexão com caras como o lendário Sun Ra, o que caracterizava uma sonoridade única de Detroit: a mistura do rock mais sujo e deteriorado com a liberdade do jazz. Outra grande influência dos Stooges era a banda principal do selo deles, os Doors. Segundo Ron Asheton, foi somente quando os Doors incluíram sax na canção “Touch Me” que a fixa caiu: “Nós podemos fazer melhor que os Doors!”, pensou o guitarrista. Os Stooges passaram a acreditar que este era o caminho e efetivam os sopros no grupo… Ao vivo a fórmula estava dando certo, então por que não levar tal transgressão para dentro do estúdio? O resultado estava nas duas derradeiras faixas de Fun House: a faixa título e “L.A. Blues”.

Mackay acabou entrando na vida dos Stooges de forma engraçada. Ele tinha sido contratado por uma loja de discos, a Discount Records, para substituir o antigo estoquista do estabelecimento, o próprio Iggy, que havia optado por ser um Stooge full-time. A boa impressão causada pelo saxofonista em Iggy acabou acontecendo durante um festival de música na Universidade de Michigam, onde Mackay tocou ao lado de três bandas: Carnal Kitchen (um duo pirado de sax e bateria), The Charging Rhinoceros of Soul e o Commander Cody & His Lost Planet Airmen. Iggy estava fissurado em James Brown na época e achou que os sopros psicodélicos de Mackay iriam trazer um groove diabólico para a música rude de seu grupo. Além disso, Mackay também era artista gráfico e cartunista, publicando inclusive uma tira de sucesso na revista Creem.

É sempre bom lembrar que quem na verdade apresentou o jazz pra toda essa turma foi John Sinclair; líder político, malucão de carteirinha e padrinho do MC5. Foi Sinclair que fez a moçada abrir os ouvidos para caras como Pharaoh Sanders, John Coltrane e Sun Ra. Mackay costuma admitir inclusive que foi quando Sinclair lhe mostrou Archie Sheep que ele mudou completamente seu estilo de tocar sax.

Um belo dia Mackay foi trabalhar normalmente na loja de discos, quando Iggy chegou por volta das 10h00 da manhã e falou: “Cara, arrume suas malas que um carro vem te buscar e te levar para o aeroporto… Vamos pra Califórnia!”.

Integrado aos Stooges, Mackay sente de vez o clima insano do grupo numa noite alucinante no Whiskey A Go Go de Los Angeles e logo depois numa apresentação no conceituado Fillmore West, em São Francisco. Ali o grupo se apresentou como headliner, tendo como supporting act os Flaming Grooves e o Alice Cooper Group.

Em S.F. a “perdição” foi total. Iggy ficou amigo de Augustus Owsley Stanley III, o mais famoso guru do LSD da América, responsável pelos mais potentes alucinógenos da época. A viagem começava agora pra valer: Iggy, animado em ver o mar pela primeira vez em sua vida, se meteu em diversas confusões. Primeiro foi parar numa orgia gay do grupo teatral dos Les Cockettes; depois se envolveu com uma prostituta latina de 14 anos de idade que costumava sair com rockstars em troca de heroína. Iggy voltou para L.A. e, segundo sua biografia oficial, trouxe consigo doenças venéreas, piolhos e outras infecções de uma vida de excessos.

De volta à cidade dos anjos, a entourage psicótica e selvagem dos Stooges firmou base no Tropicana Motel, localizado no Santa Monica Boulevard, bem no coração de West Hollywood. Os membros do grupo ficaram em quartos no segundo andar, com vista para a piscina e o restante da equipe e Mackay ficaram em acomodações mais modestas, na parte dos fundos do complexo. De propriedade de um astro do futebol norte-americano, o Tropicana era o motel mais rock n’ roll da cidade, uma espécie de Max Kansa’s City da costa Oeste. A maior vantagem era que tal motel ficava apenas a um quarteirão de distância dos escritórios e estúdios da Elektra Records.

De frente ao quarto de Iggy estava hospedado o lendário escritor beat e ex-Fugs, Ed Sanders; escrevendo um livro sobre a “Família”, uma comunidade alternativa liderada por um carismático líder, um sujeito chamado Charles Manson. Os Doors mantinham o seu escritório lá e Andy Warhol também estava hospedado no Tropicana, junto com todo o elenco do filme Heat. Segundo a biografia de Iggy, Warhol ficava sempre excitado ao ver o vocalista nadar na piscina do motel. Warhol teria elogiado Iggy pessoalmente pelo seu porte físico e convidado o iguana para um bate papo noturno no quarto do artista. Iggy chegou a aparecer mais tarde, mas garante que tudo não passou de um agradável bate-papo…

Nessa época também começa a acontecer uma mudança, só que no guarda roupa de Iggy. Um repórter da revista Entertainment World cobria a visita do grupo em L.A. e reparou que Iggy tinha trazido um par de calças jeans, duas camisetas, dois pares de sapatos e um Ray-Ban no melhor estilo Ray Charles. Em contato direto com Warhol e os Cockettes de São Francisco, Iggy adotou dois acessórios que, junto a imagem de seu dorso nu, acabaram adentrando a história visual do rock n’ roll. Agora só de calça jeans surrada, Iggy vestia uma coleira vermelha de cachorro e um par de luvas femininas prateadas que vinham até o cotovelo. Mesmo o “contracultural” Ed Sanders estava chocado com o apelo visual de Iggy. Para Sanders, Iggy pregava o satanismo e queria ser como Manson. Sanders provava então que toda a Califórnia entrava numa paranóia coletiva graças aos crimes horrendos de Manson. Os Stooges eram uma ameaça não só para os caretas, mas também para os membros da contracultura e os hippies da costa Oeste. Aquela visão sonora particular do apocalipse, definitivamente não agradava ninguém nos idos de 1970.

Hospedados no Tropicana, os Stooges estavam preparados para dar início às gravações de seu segundo álbum, ali próximo, nos estúdios da Elektra. Conhecem finalmente o produtor Don Gallucci, que ao assistir um dos shows viscerais da banda resolve deixar o então novo álbum com uma sonoridade mais “ao vivo” possível, tentando capturar nos sulcos do vinil toda a performance incendiária da banda no palco. De acordo com uma declaração de Ron Asheton, a banda estava no ponto: “Desde o primeiro álbum, estávamos direto na estrada. Preparamos essas canções na estrada, na frente do público, então sabíamos que elas iriam funcionar bem também em disco. Nós desenvolvemos esse material durante um certo tempo, então fomos incluindo essas canções novas no set list. De repente demos conta que tínhamos um repertório completamente novo e que era hora de registrar esse material. Estávamos prontos!”.

Durante oito dias, tudo foi gravado ao vivo no estúdio, inclusive os vocais de Iggy, que escolhia uma canção por dia para ser registrada, onde ele e o grupo iam tocando-a até alcançarem a versão desejada. Na sala da Elektra estavam posicionados os Marshall Stacks de Ron e Dave, exatamente como eles os montavam nos shows do Grande Ballroom, em Michigan. Dois PAs também serviam para a voz de Iggy, que gravou tudo com o microfone na mão, buscando e exato feeling das apresentações da banda.

Confiantes e redondos como nunca, as sessões foram completas manifestações de uma banda no auge de sua selvageria e força, como comprova a caixa de sete cds The Complete Fun House Sessions lançada pela gravadora Rhino em 2001. Ali você pode se deleitar com todos os takes originais das gravações deste álbum seminal. Recomendadíssimo.

Como braço direito de Gallucci no estúdio estava também o engenheiro de som Brian Ross-Myring, um discreto sir inglês que já tinha trabalhado com músicos de jazz e com Barbra Streisend. Claro que os Stooges não eram a praia daquele competente profissional, mas certamente ele se divertiu a beça com Iggy e os rapazes, fazendo um grande trabalho ao lado de Gallucci.

Segundo Ron, o que também foi crucial na sonoridade de Fun House foi a qualidade espetacular dos estúdios da Elektra. O dono do selo, Jac Holzman era um autêntico audiófilo, então foi natural que ele exigisse a melhor acústica e tecnologia para oferecer aos seus contratados. Equipamentos de ponta e uma decoração aconchegante, com tapetes persas, contrastaram com a violência sonora emitida pela banda tosca de Detroit.

Apenas sete músicas fizeram parte de Fun House. Durante as gravações o grupo chegou a registrar um oitavo tema chamado “Lost In The Future”, que acabou ficando fora do mix original do álbum. Sempre foi muito falado também que eles chegaram a gravar um nono tema, a canção “Dog Foot”, mas nem mesmo a Rhino localizou tal gravação quando varreu seus arquivos para o lançamento de tal box set citado acima.

Outro fato engraçado aconteceu durante as gravações de Fun House; o grupo foi espionado por um espantado Jim Morrison. Quem explicou melhor foi o guitarrista Ron Asheton, nas liner notes do box da Rhino: “Eles tinham um imenso vidro espelhado no estúdio e foi só mais tarde que eu fiquei sabendo o que era aquilo na verdade. Alguém da gravadora me disse que os Doors (o grupo de maior sucesso da Elektra) estavam se sentindo intimidados e um pouco ameaçados pela atenção que os Stooges vinham recebendo, então Jim Morrison estava lá conferindo o que estávamos fazendo do outro lado daquele espelho, só que nós não conseguíamos vê-lo. Quando anos depois eu perguntei sobre isso ao tecladista Ray Manzarek, ele deu risada e me confessou: ‘Bem, nós estávamos mantendo o olho em vocês…’.

Para o bem de Fun House, como obra, a pressão da Elektra acabou sendo limitada ao único compacto extraído da bolacha: Down On The Street/1970 (I Feel Alright). Ambos os lados foram editados para caber melhor no esquema das rádios AM pela América. Até que alguém do selo decidiu que o lado A deveria ser um pouco mais palatável ao grande público e que isso só aconteceria com a inclusão de alguns sons de teclado, ou seja, algo na linha dos Doors. Coube a Don Gallucci fazer o overdub e adicionar um teclado no melhor estilo Ray Manzarek pra cima de “Down On The Street”. Essa versão mais pop acabou saindo unicamente neste compacto, sendo que nem mesmo o guitarrista Ron Asheton se lembrava dessa traquinagem, até a raspagem do tacho feita pela Rhino nos 13 rolos originais de Fun House.

Lançado em agosto de 1970, exatamente um ano após o disco de estréia, Fun House vendeu pouco. Comparado ao anterior, as vendas até que foram mais satisfatórias, mas o reconhecimento por completo só começaria mesmo a surgir em 1977, quando o álbum foi usado como cartilha pelo movimento punk britânico. Antes disso, Fun House só tinha lugar especial de destaque na jukebox do Max Kansa’s City ou na vitrola do imortal Lester Bangs.

The Stooges 1970

1970 na stoogeland…

# O grupo participou do Cincinnatti Pop Festival e chegou assustando as conservadoras famílias norte-americanas via rede nacional de TV. No meio do concerto, Iggy se atirou na platéia, que o ergueu pelos pés. Caminhando sobre as pessoas ele passou pasta de amendoim em seu peito e atirou o restante da guloseima na platéia. Tal episódio rendeu uma boa publicidade para a banda e as vendas de Fun House melhoraram um pouquinho…

# O show no Cincinnatti Pop Festival foi também transmitido na Inglaterra. David Bowie toma conhecimento da banda e cai de amores por Iggy.

# Ainda impressionado com a repercussão da performance de Iggy com a pasta de amendoim, Dave Alexander resolveu chamar atenção num show e botou fogo em seu baixo no melhor estilo Hendrix. O problema é que as chamas atingiram quase dois metros de altura e Dave não conseguiu controlar o fogo. O figura ainda piorou a situação se jogando em cima das chamas, tentando apagar o pequeno incêndio. Resultado: uma camiseta destruída e um peito chamuscado.

# Durante um mega festival open air em Goose Lake, Michigan, Iggy literalmente apaga antes de adentrar o palco. Dividindo as honras com bandas como Canned Heat, Savoy Brown, Jethro Tull, Joe Cocker, Ten Years After, Alice Cooper, Chicago, James Gang e The Flying Burrito Brothers; os Stooges quase perderam o seu vocalista, que teve uma amnésia devido ao excesso de drogas, esquecendo inclusive a razão pela qual estava ali.

# A loucura da estrada também ataca Dave Alexander, que antes de um show toma dois calmantes, enche a cara e fuma uma quantidade surreal de maconha. Na hora “H” o baixista travou e não conseguiu tocar uma nota certa sequer durante um show do grupo. Iggy, furioso, demitiu Alexander imediatamente e colocava assim um ponto final na essência dos Stooges. Segundo Ron Asheton, depois deste episódio eles nunca mais seriam uma banda de verdade.

# Após a confusão com Alexander os Stooges se transformam num sexteto, com Iggy chamando o amigo Zeke Zettner para o baixo e o roadie Billy Cheatham, ex-companheiro de Ron no Dirty Shames, para assumir uma segunda guitarra.

# O grupo arranja uma residência de quatro noite seguidas no Ungano’s, em Nova York. Para segurar a barra, Iggy assume que precisa descolar cocaína da melhor qualidade, e para tanto, pede um adiantamento ao vice-presidente do seu selo (a Elektra). Inicialmente o executivo se negou em sustentar o vício de seu contratado, mas depois acabou cedendo como forma de se livrar de Iggy.

# Os shows no Ungano’s foram uma marco para a cena roqueira de NY. Warhol e sua trupe, Patti Smith, Dee Dee Ramone…todos estavam lá. Johnny Winter estava também presente e odiou tudo. Outra figura lendária presente era Miles Davis, que foi convidado a cheirar um pouco de pó nos camarins com a banda; esse um dos pontos altos da carreira de Ron Asheton, segundo o próprio. Miles gostou da música “Fun House” e disse que os Stooges eram a “The Real Shit”.

# Através do batera Scott Asheton os Stooges descobrem a heroína. Ele travou contato com a droga durante os bastidores de um show do conglomerado Parliament/Funkadelic. Seu irmão, Ron, nega qualquer envolvimento, mas Iggy cai de cabeça no novo vício. Uma grave crise interna afeta os Stooges a partir de então. Iggy fica tão viciado que passa a traficar para sustentar o vício. Seu parceiro no novo negócio é o guitarrista do MC5, Wayne Kramer. Na casa de Michael Davis (baixista do MC5), Iggy tem uma overdose e é trazido de volta à vida pelo próprio dono da casa, mediante respiração boca-a-boca e uma ducha gelada.

Fun House Faixa A Faixa

Down on the Street
O riff de Ron Asheton e o grito insano de Iggy já deixa claro que os anos 1970 chegaram pra valer. Chega de paz e amor e é bom você segurar a onda…

Loose
“I’ll stick it deep inside…”. Letra pra lá de sacana, amparada por música idem. A letra original era muito pior ainda, e acabou sendo deixada de lado em função dessa versão mais clean.

T.V. Eye
Inspirada nas pernas da irmã garotinha dos Asheton, Iggy não perdoou e lançou um “TV Eye” pra cima das coxas da menina. Na gíria das garotas, o título seria a abreviação de Twat Vibe Eye, ou seja, um olhar com segundas intenções e vibrações pra cima do sexo frágil.

Dirt
O groove preferido de Ron Asheton, que chegou a jurar que nunca mais tocaria esse tema em respeito a formação clássica dos Stooges. Fim de linha emocional e musical, trilha perfeita para os novos e pesados tempos. Créditos para o Stooge esquecido: o baixista Dave Alexander.

1970
Resposta e continuidade da canção que abria o álbum anterior, “1969”. Intensa, urgente e moderna, mesmo décadas depois.

Fun House
Faixa título perfeita de um álbum perfeito. A primeira jam com o saxofonista Steven Mackay, eternamente registrada para o deleite de seus tataranetos.
Prepare as próximas gerações.

L.A. Blues
A ideia de tentar registrar um trecho do freakout que encerrava todas as apresentações do grupo nessa altura. Frustração adolescente misturada com a liberdade do free jazz.

Artigo originalmente publicado na pZ 20

pZ 15

Edição rara, temos poucos exemplares.
UFO, Bowie + Iggy, Atomic Rooster, Pink Fairies, Budgie, Randy California, James Brown, Genesis, Novos Baianos, Quintessence etc.

por Bento Araujo     07 jul 2014

UFO
Dessa vez a pZ resolveu desvendar a ufologia secreta do rock. O UFO foi uma das grandes bandas do rock pesado inglês dos anos 70, grupo que colocou no mapa um dos maiores guitar-heroes da época, Michael Schenker. Nessa matéria, não só a fase com Schenker é abordada, mas também o início da banda, numa primeira fase de Space Rock, até os dias atuais, quase sempre capitaneados por Phil Moog e Pete Way.

BOWIE + IGGY
David Bowie e Iggy Pop também marcam presença num especial sobre o ano de 1977 na carreira da dupla. Há 30 anos atrás eles se mandaram para Berlim, visando dar um tempo com as drogas pesadas e produzir música inovadora. Foram quatro álbuns em apenas um ano: Low, The Idiot, Heroes e Lust For Life. Teoricamente dois de Bowie e dois de Iggy, mas na prática, quatro álbuns da dupla. Tudo sobre a lua de mel mais famosa da música pop.

E Mais: Atomic Rooster, Pink Fairies, Budgie, Randy CalifOrnia etc.

Como Comprar: James Brown

Capas Históricas: The Lamb Lies Down On Broadway (Genesis)

Canções que Mudaram o Mundo: Preta Pretinha (Novos Baianos)

Pérola Escondida: Quintessence

Have a Nice Day: Christie / Liverpool Express

pZ 3 (ESGOTADO)

Zappa, Wishbone Ash, Iggy and The Stooges, Secos & Molhados, KGB etc.

por Bento Araujo     03 Maio 2013

Passados dez anos de sua morte, chegou a hora de Zappa receber seu devido crédito como guitar hero!

Wishbone Ash: A Escola Britânica Que Ensinou Como Duelar Com Guitarras.
Biografia completa da banda, com discos comentados e muito mais.

Raw Power, o making off do clássico absoluto de Iggy and the Stooges.

E mais: Tom Dowd, Secos & Molhados, Allman Brothers Band etc.

Como Comprar: David Bowie

Pérola Escondida: KGB

Have A Nice Day: Edison Lighthouse / Blues Image / Stealers Wheel / The Box Tops