Arquivo da tag: Highway Robbery
“Nosso intuito aqui é rugir, agitar, sentir prazer e, acima de tudo, emitir os mais altos níveis de energia rock. Tudo em nome do tempestuoso e belo rock ‘n’ roll”
“Eu realmente amo essa plateia”. É isso que o baixista/vocalista John Livingston Tunison IV canta na última faixa deste elepê, “Promotion Man”, um apelo do líder, compositor e guitarrista do Highway Robbery, Mike Stevens. Apelo no sentido mais ingênuo do rock pesado daqueles tempos – um jovem músico implorando para que o pessoal da gravadora, no caso a RCA, fizesse dele um rockstar, a todo custo.
Stevens, um descendente de índios e ciganos, passou boa parte de sua adolescência entre as garagens e os campos de futebol norte-americano. Sua ideia era mesclar rock pesado com performances atléticas no palco. Quando, em 1969, surgiu o Grand Funk Railroad, que tinha em Mark Farner um sujeito que fazia exatamente isso, Stevens finalmente ficou aliviado – havia localizado seu modelo, seu ídolo maior.
O trio foi parar na RCA, que os colocou em estúdio com o produtor Bill Halverson, que havia trabalhado com CS&N e Freddie King, entre outros. Antes disso, é interessante lembrar que o HR só havia realizado um único show, abrindo para o Earth Wind & Fire. Antes do início das gravações, Mike Stevens, que escreveu os oitos temas que entraram no álbum, escreveu um manifesto e o pendurou na porta do estúdio. O mesmo texto saiu na contracapa de For Love Or Money e dizia, entre outras coisas: “Nosso intuito aqui é rugir, agitar, sentir prazer e, acima de tudo, emitir os mais altos níveis de energia rock. Tudo em nome do tempestuoso e belo rock ‘n’ roll”.
É exatamente isso que temos em For Love Or Money, o único disco lançado pelo Highway Robbery. Com exceção de duas faixas melosas e comerciais, “All I Need (To Have Is You)” e “Bells” – exigidas pela RCA, que desesperadamente tentava promover o nada “promovível” trio – o que sobra? Seis apocalípticas faixas, de uma violência talvez só registrada em vinil pelo Sir Lord Baltimore naquela época. For Love Or Money é um registro mais que simplesmente energético, é um exercício puro e verdadeiro de proto heavy metal, perfeito para quem não consegue viver sem riffs infernais e aquela sonoridade típica de power trio.
Artigo originalmente publicado na pZ 48
Guess Who, Steve Howe, Museo Rosenbach, The Remains, Swamp Dogg, Max Webster etc.
GUESS WHO
Falamos com o guitarrista Randy Bachman e o baterista Garry Peterson, que nos ajudaram a passar a limpo a trajetória do Guess Who, a primeira banda canadense a
fazer sucesso no mundo todo. Dos primeiros anos como Chad Allan & The Reflections até os últimos álbuns, com o guitarrista Domenic Troiano. Inclui discografia básica comentada. Ao ler essa matéria você vai constatar que o Guess Who é muito mais do que os hits “These Eyes” e “American Woman”; e que o vocalista Burton Cummings é uma das vozes mais subestimadas do rock.
MUSEO ROSENBACH
Lançado há 40 anos, Zarathustra é considerado por muitos como o melhor disco de rock progressivo lançado por uma banda não britânica. Acusado de ser um conjunto “de direita”, foram obrigados a interromper abruptamente suas atividades logo após o lançamento de Zarathustra. A pZ entrevistou os integrantes originais do Museo Rosenbach para traçar a conturbada trajetória desse gigante do rock progressivo italiano. “A política esmagou a nossa música”
THE REMAINS
De Boston surgiu uma das mais imponentes bandas de garagem dos anos 1960, responsáveis pelo mini-hit “Don’t Look Back” e pela abertura dos shows da última turnê dos Beatles, em 1966.
STEVE HOWE
A pZ entrevistou o guitarrista do Yes, que falou sobre os discos clássicos da banda, seus álbuns solo, suas passagens pelo Tomorrow, Asia e GTR, e seu lendário encontro com Frank Zappa, em 1967.
SWAMP DOGG
O nosso pZ Hero desta edição lançou mais de 20 álbuns e nunca emplacou um grande sucesso, porém, foi contra a Guerra do Vietnã e, com Jane Fonda, entrou para a lista de “perigosos” de Nixon e do FBI. Foi o primeiro produtor negro da Atlantic e também um grande pioneiro ao injetar consciência social e humor na música negra norte-americana.
BANDA DO COMPANHEIRO MÁGICO
A obscura banda baiana capitaneada pelo percussionista Ary Dias (futuro A Cor do Som) é a bola da vez na nossa seção Arquivo Verde Amarelo. Dos primeiros shows em Salvador até a consagração no underground carioca.
MAX WEBSTER
Outro grande grupo canadense que marca presença nesta pZ, em texto do nosso colaborador Leopoldo Rey.
E mais:
Clube da Esquina, The Grass Roots, Highway Robbery, Morly Grey, Ray Manzarek, Trevor Bolder, Älgarnas Trädgård, Estructura, Ragnarok,
Octopus, Marku Ribas e muito mais.