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É sempre bom retomar o debate sobre a influência do uso de substâncias no artista. Curiosamente este episódio
É sempre bom retomar o debate sobre a influência do uso de substâncias no artista. Curiosamente este episódio acabou vindo em uma semana bem peculiar, mas é claro que o assunto incide principalmente sobre o período de efervescência psicodélica no rock (e além).
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Uma conversa sobre qual entre essas duas regiões é melhor para o rock: os estados que formam a
Uma conversa sobre qual entre essas duas regiões é melhor para o rock: os estados que formam a Costa Leste ou os da Costa Oeste dos Estados Unidos.
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Nosso assunto nesta semana é o grupo californiano Grateful Dead, que, com três décadas de atividade, conquistou uma
Nosso assunto nesta semana é o grupo californiano Grateful Dead, que, com três décadas de atividade, conquistou uma verdadeira legião de “deadheads”. Por uma feliz coincidência, este episódio é lançado no aniversário do mais famoso integrante, o membro fundador Jerry Garcia (1942-1995).
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Desta vez “saboreamos” as listas sui generis do livro The New Book of Rock Lists, de Dave Marsh
Desta vez “saboreamos” as listas sui generis do livro The New Book of Rock Lists, de Dave Marsh e James Bernard.
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E aqui vamos com nossas escolhas dos melhores álbuns que estão completando três décadas do lançamento. Torne-se um
E aqui vamos com nossas escolhas dos melhores álbuns que estão completando três décadas do lançamento.
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Em 1967, há 50 anos, o massivo encontro de pessoas em San Francisco, Califórnia, com repercussão no restante
Em 1967, há 50 anos, o massivo encontro de pessoas em San Francisco, Califórnia, com repercussão no restante dos Estados Unidos e em outros países, promoveu a contracultura e o estilo de vida hippie celebrando a arte e o amor livre.
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Sendo listados como integrantes ou apenas agregados, há letristas que de tão emblemáticos e presentes fazem parte da
Sendo listados como integrantes ou apenas agregados, há letristas que de tão emblemáticos e presentes fazem parte da identidade de algumas bandas, mesmo que não cantem nem toquem com elas.
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Escolhemos dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes
No final dos anos 80 e início dos 90, surgiu nos EUA um novo fenômeno musical. Na verdade não totalmente novo, mas com tendências nostálgicas, era o fenômeno das jam bands. Phish, Blues Traveler, Widespread Panic, Bela Fleck and the Flecktones, Col Bruce Hampton, Primus, Black Crowes e muitos outros grupos realizavam apresentações livres e estendidas, repletas de improvisos musicais. Aquela era uma cultura inteiramente relacionada ao que bandas como Cream e The Jimi Hendrix Experience fizeram nos anos 60, utilizando a liberdade do jazz para levar seu rock às derradeiras consequências. Sacando aquela revolução, dois nomes do rock norte-americano, Grateful Dead e Allman Brothers Band, lançaram então o modelo para as futuras gerações de jam bands. Os discos de estúdio não eram lá tão festejados, mas os registros ao vivo viravam febre e uma espécie de culto passou a acontecer nas apresentações dessas duas bandas. Aqui estão dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes.
Grape Jam (Columbia, 1968)
MOBY GRAPE
Originalmente, este álbum era um presente, ofertado a quem adquirisse o segundo disco do Moby Grape, chamado Wow. Somente na Alemanha, saiu como um disco duplo: Wow/Grape Jam. Essas cinco jams registradas livremente em estúdio foram lançadas antes mesmo de Super Session, e, não por mera coincidência, tanto Al Kooper como Mike Bloomfield participam de Grape Jam tocando piano. Mas os holofotes estavam virados para os integrantes do Grape, todos músicos de primeira: Bob Mosley, Skip Spence, Don Stevenson e Jerry Miller, este último literalmente brincando com a sua guitarra pelo álbum. Relaxado, o grupo apenas apertou o play e registrou tudo. Falta rumo e inspiração, mas não competência. Apenas bons músicos jogando conversa fora. Ouça “Never” e descubra de onde o Zeppelin sacou sua “Since I´ve Been Loving You”.
Super Session (Columbia, 1968)
MIKE BLOOMFIELD / AL KOOPER / STEPHEN STILLS
Al Kooper sempre foi um ávido e experiente entusiasta de improvisos e sessões musicais livres. Assim, resolveu registrar um novo trabalho, que num lado contaria com o maior guitarrista branco do blues americano, Mike Bloomfield, e no outro lado com Stephen Stills. Não que tudo havia sido calculado daquela forma, mas a necessidade falou mais alto: Bloomfield se mandou e não conseguiu finalizar o disco. Foi aí, então, que Kooper ligou para Stills e resolveu tudo rapidamente. O intuito de Kooper foi se divertir em estúdio, com músicos, que assim como ele, estavam desempregados de suas grandes bandas. Assim, eles estariam livres das pressões dos grandes selos, dos produtores e dos executivos. Ironicamente, criaram não só um disco que foi um sucesso como também um novo termo musical: Super Session.
Live/Dead (Warner, 1969)
GRATEFUL DEAD
Não é o melhor disco ao vivo do Grateful Dead, mas foi a primeira gravação estendida oficial de um concerto do grupo pai das jam bands. Mais que isso, foi também neste álbum que os deadheads conheceram o seu hino #1, “Dark Star”, que toma conta do primeiro lado inteiro do LP, com seus 23 minutos. Os paradigmas do formato “canção pop” vem abaixo durante os quatro lados experimentais, registrados no Fillmore West, que representam de maneira fidedigna o show da banda em 1969. Com Live/Dead o pioneiro Grateful Dead solucionou o enigma de como trazer para a sala do ouvinte casual a longa experiência de presenciar o conjunto ao vivo. Foi um ato sem dúvida visionário, que até hoje faz sentido dentro do mercado fonográfico, mostrando que o disco pode ser legal, mas o show é que é realmente imperdível.
Trip In The Country (Polydor, 1970)
AREA CODE 615
615 é o DDD de Nashville e o Area Code foi um supergrupo local formado pela nata dos músicos de estúdio da crucial cidade da música norte-americana: Charlie McCoy, Mac Gayden, Weldon Myrick, Kenny Buttrey, Bobby Thompson, Wayne Moss, Buddy Spicher, Norbert Putnam e David Briggs. Lançaram apenas dois álbuns que, juntos, criaram uma espécie de cartilha do country fusion, com muitos improvisos virtuosos. Trip In The Country foi o segundo deles e fez muito sucesso no Reino Unido, já que a canção “Stone Fox Chase” foi escolhida como tema de abertura do programa The Old Grey Whistle Test. Infelizmente, nos EUA o grupo não decolou; somente os mais inteirados sabiam da existência da banda, que se apresentava no Fillmore geralmente para poucos felizardos. Wayne Moss fundaria na sequência o Barefoot Jerry.
https://youtu.be/o0RBDFr9aGw
At Fillmore East (Capricorn, 1971)
THE ALLMAN BROTHERS BAND
Se Jerry Garcia é o rei das jam bands, Duane Allman pode ser o príncipe e este aqui é o seu ápice em disco. Canções como “In Memory of Elizabeth Reed”, “Whipping Post” e “Mountain Jam” tomavam conta de boa parte dos shows dos Allmans onde as jams rolavam livres e soltas. Duane passeava com seus solos em companhia de Dickey Betts e isso virou marca registrada da cena. Produzido e registrado por Tom Dowd, o álbum duplo se tornou referência quando o assunto é álbum ao vivo. A versão original de 1971 contém sete músicas em quatro lados, mas At Fillmore East já foi relançado em formato expandido por diversas vezes. Na mais recente delas, se transformou num luxuoso box de seis CDs. Esteticamente, historicamente e culturalmente, é um marco da música norte-americana, como alegou a Library of Congress, em 2004.
Live! At The Spring Crater Celebration Diamond Head, Oahu, Hawaii (Volcano 1972)
COSMIC TRAVELERS
Este obscuro grupo lançou somente este álbum, registrado ao vivo em 1972, na cratera do vulcão havaiano Diamond Head. O quarteto era experiente, pois seus integrantes haviam tocado com Otis Redding, Etta James, Paul Revere, Lee Michaels etc. Juntos, conversavam musicalmente de maneira explosiva e telepática, o que fica evidente nos seis temas do disco. O guitarrista Drake Levin pode abusar um pouco além da conta com o seu wah-wah, mas o ritmo contagiante da cozinha e os vocais do pessoal compensam. A gravação leva o ouvinte para o lado do palco e a sonoridade desses viajantes cósmicos bebeu na fonte de nomes como James Gang, Deep Purple, Chambers Brothers e Sly Stone. Este LP virou uma raridade, mas foi relançado recentemente, tendo sua bela capa reproduzida em toda a sua glória.
Jamming with Edward! (Rolling Stones, 1972)
THE ROLLING STONES
Quando os Stones resolveram tornar públicas suas jams em estúdio, a coisa ficou séria. Passou a ser legal conferir o que seus astros aprontavam nos confinamentos criativos de um estúdio de gravação. Nos EUA, este álbum completamente desleixado chegou até a figurar nas paradas de sucesso da Billboard. Jamming with Edward! saiu somente em 1972, mas foi registrado em 1969, durante as sessões de Let It Bleed, no Olympic Studio londrino. Para a festa, vieram Mick Jagger, Charlie Watts, Bill Wyman, Nicky Hopkins (o “Edward” do título) e Ry Cooder – todos entediados, esperando o aparecimento de Keith Richards no estúdio para que as gravações “oficiais” pudessem começar. O resultado é frouxo, incorreto, negligente, indefinido e, por tudo isso, muito agradável de escutar.
Bobby Keys (Warner, 1972)
BOBBY KEYS
Ele não participou de Jamming with Edward!, mas sua presença sempre foi fundamental nas jams dos Stones do início dos anos 70 pra frente. Em 1972, Bobby lançou seu primeiro LP solo, recheado de jams, onde inseria seus sopros por cima de atuações inspiradas de ilustres amigos. Muito querido da alta classe do rock britânico, todos queriam participar do álbum de Bobby Keys. A lista de convidados é impressionante: Jack Bruce, Jim Gordon, George Harrison, Leslie West, Nicky Hopkins, Corky Laing, Dave Mason, Felix Pappalardi, Carl Radle, Ringo Starr, Klaus Voorman e outros. O álbum foi lançado somente na Inglaterra e na Alemanha e ficou por décadas esquecido, fora de catálogo, sendo relançado apenas recentemente. Com a morte de Keys, no fim do ano passado, essa é a melhor hora para celebrar esse grande músico e cair de ouvidos em suas jams.
The Cosmic Jokers (Kosmische Musik, 1974)
THE COSMIC JOKERS
É importante ressaltar que apesar das jam bands serem fruto de um fenômeno tipicamente pertencente ao rock norte-americano, a atitude de registrar uma sessão livre de música improvisada em estúdio aconteceu no mundo todo e veio originalmente do jazz. Na Europa esse conceito também ganhou muitos adeptos, principalmente na Alemanha. Foi lá que o visionário produtor/agitador Rolf- Ulrich Kaiser resolveu celebrar música, arte, diversão e LSD de uma forma ímpar, convidando seus amigos para informais experimentos em estúdio, com o gravador rolando o tempo todo. Assim surgiu o Cosmic Jokers, projeto que lançou cinco discos naquele ano de 1974. Este foi o primeiro deles e é considerado o Bitches Brew do Krautrock, uma colagem espacial de improvisos e texturas sonoras influenciadas pelo Ash Ra Tempel e por Timothy Leary.
https://youtu.be/tyAoZcVuzcY
Shut Up ‘N Play Yer Guitar (B. Pumpkin 1981)
FRANK ZAPPA
Quem mais poderia lançar três discos recheados de solos de guitarra registrados ao vivo? Zappa pode ser lembrado pelo grande público apenas como um piadista irreverente, mas seus apreciadores sabem que ele foi um dos maiores guitarristas que já pisou no planeta. Tudo foi registrado ao vivo entre os anos 1976-1980; muitos dos temas são solos extraídos de determinadas canções. Por exemplo, três temas surgiram de improvisos durante o solo de “Inca Roads”. A única exceção é a última faixa, “Canard Du Jour”, um improviso de estúdio com Jean Luc Ponty, registrado em 1972. Essa série de três discos foi lançada separada, mas depois reunida num só box. Para quem deseja se aprofundar mais nos solos de Zappa, o álbum duplo Guitar (1988), também é recomendadíssimo.
“Não vale chutar cachorro morto”, diz um. “Só vale banda que tentou ser boa”, professa outro. A lista
“Não vale chutar cachorro morto”, diz um. “Só vale banda que tentou ser boa”, professa outro. A lista deste programa é de piores bandas do mundo na modesta opinião de cada um do poeiraCast, só valendo artistas que se destacaram dentro de seus estilos.
Até hoje, muita gente não digere bem o experimentalismo lisérgico e desenfreado de Live/Dead
Grateful Dead – Live/Dead (1969)
O que dizer de uma banda formada por um tocador de banjo fanático por bluegrass, um especialista em experimentos musicais eletrônicos de vanguarda, um organista de blues, e mais alguns caras fanáticos imersos nas cenas de folk, jazz e jug bands dos anos 60? Só poderia ser um imenso barato viajante, e é exatamente esse o lance do Grateful Dead.
Capitaneados pelo genial e único Jerry Garcia, o Dead foi a principal trilha sonora dos Acid Tests de São Francisco, onde milhares de jovens experimentavam LSD, numa época em que esse ainda era liberado e comercializado livremente. Se por um lado o alucinógeno foi proibido em 1966, a criatividade latente de Garcia e sua trupe foi libertada de vez, fazendo que que mudassem o nome de Warlocks para Grateful Dead. A reputação dos caras era a de tocar (ou melhor improvisar) completamente chapados, levando inclusive em alguns casos cerca de meia hora para afinar os instrumentos no palco e depois mais meia hora para decidir qual canção executar…
Depois de alguns discos de estúdio, o Dead chegava a 1969 completamente quebrado financeiramente, devendo os tubos para seu selo, a Warner. A gravação do então mais recente disco de estúdio (Aoxomoxoa) havia sido longa e traumática e era evidente que o experimentalismo daquela obra jamais iria vender horrores e pagar pelo menos parte desse imenso débito. No meio daquela alucinação toda, alguém teve uma brilhante ideia: gravar um disco ao vivo. Além de ser bem mais barato do que uma produção em estúdio, o novo trabalho certamente registraria aquilo que a banda sabia fazer de melhor, longas e lisérgicas jams espaciais, onde a interação com a plateia (também chapadona) era total.
Foi aí que a Warner comprou a ideia, salivando para poder ao menos amenizar os débitos daquele bando de junkies cabeludos. Com uma mesa “state-of-the-art” para a época (16 canais!), o Dead registrou shows em alguns dos templos sagrados de São Francisco; o Fillmore West, o Avalon e o Carousel. Estava registrado em tape para sempre, o autêntico som viajante da Bay Area dos anos 60…
O disco duplo tem início com os 23 minutos do épico tema “Dark Star”, uma orgia multicromática de escalas modais, daquelas usadas por monstros do jazz como Miles Davis e John Coltrane. Aqui o que mais conta é o fator “mistério”; ninguém sabia onde a canção ia terminar, nem a banda e muito menos o público, daí o sucesso entre os fãs do Dead, os famosos Deadheads, uma verdadeira legião que até hoje cresce pelos EUA e pelo mundo. Segundo esses Deadheads “Dark Star” só era executada naquelas noites em que a banda estava viajando alto, era preciso alcançar um certo nível de alucinação para executá-la e em alguns shows, o tema passava fácil dos 40 minutos de duração.
A eletricidade e a excitação daquelas noites são perfeitamente sentidas no medley “Saint Stephen/The Eleven”, onde o duelo de guitarras de Jerry Garcia e Bob Weir travam batalha também com as linhas de baixo complexas e peculiares de Phil Lesh. Dando o molho, temos ainda a força polirítimica de duas baterias. Caso você não esteja no “clima” certo, os oito minutos de “Feedback” (o título já diz tudo); e “Turn On Your Love Light”, que ocupa todo um dos lados do vinil duplo, pode vencer a sua paciência. “The Eleven” é baseada no nada usual tempo e andamento imposto pelo baixista Phil Lesh, e segundo o próprio, o tema foi concebido para ser uma viagem rítmica e não uma simples canção. Outra grande passagem de Live/Dead é “Death Don’t Have No Mercy”, com a tradicional voz fragilizada e guitarra flamejante do Captain Trips em pessoa, Mr. Jerry Garcia.
Para a alegria geral de todos o álbum foi um sucesso e pelo menos metade da dívida do Dead com o selo foi sanada. Para quitar a outra parte, o Dead se aventurou numa fase mais comercial e básica, mas não menos genial, buscando as origens da música norte americana, que desembocou em duas maravilhas lançadas no ano seguinte (1970): Workingman’s Dead e American Beauty, excelentes recomendações para “iniciar-se” no som do grupo.
Até hoje, muita gente não digere bem o experimentalismo lisérgico e desenfreado de Live/Dead, no entanto, quem bem resumiu o intuito da obra original foi o grande crítico e músico Lenny Kaye, que em 1969 escreveu numa resenha da Rolling Stone: “Esse disco explica porque o Dead tem uma das melhores performances ao vivo da América… simplesmente porque a música da banda alcança certos níveis que a maioria dos outros grupos desconhece completamente”. Convencido?
Aeroblus, The Nice, Zior, Trust, Graham Nash, Edy Star, Necro, Marvin Gaye, discos de jams etc.
AEROBLUS
O único disco lançado pelo Aeroblus, em 1977, foi um marco do rock dos anos 70 – abrindo caminho para uma série de bandas pesadas do rock latino-americano. Foi também o elo entre o rock argentino e brasileiro do período, já que a banda contava com dois argentinos (Pappo e Alejandro Medina) e um brasileiro (Rolando Castello Junior). Junior e Medina nos ajudaram a contar a intensa e turbulenta trajetória do Aeroblus. Inclui fotos raras, memorabilia do período, detalhes sobre o novo disco da banda (recheado de raridades da época) e um artigo sobre as passagens do guitar hero argentino Pappo pelo Brasil.
THE NICE
A estreia do The Nice em vinil mostrou ao mundo um novo estilo de fazer rock, mesclando a música jovem do período com a erudição de seus integrantes, dentre eles o tecladista Keith Emerson, que anos depois fundaria o Emerson Lake & Palmer. Mas as primeiras sementes do que viria a ser o rock progressivo foram plantadas em 1967, com The Thoughts Of Emerlist Davjack.
NAPOLEON MURPHY BROCK
Ele atendeu a pZ pessoalmente para um longo e descontraído papo, numa chuvosa tarde de verão, em meio a uma feijoada e cerveja gelada. Napoleon veio ao Brasil fazer duas concorridas apresentações com a banda Let’s Zappalin’, liderada pelo guitarrista Rainer Tankred Pappon, ex-integrante da The Central Scrutinizer Band. O ex-vocalista, saxofonista, dançarino e divertidíssimo frontman dos Mothers (of Invention), de Frank Zappa, participou das gravações de discos emblemáticos como Roxy & Elsewhere, One Size Fits All, Bongo Fury, Apostrophe (‘), Zoot Allures, Sheik Yerbouti, Them or Us e Thing-Fish e contou histórias reveladoras nesta entrevista exclusiva.
ZIOR
De uns anos pra cá, os fãs de heavy metal passaram a buscar as origens de seu tão amado gênero de preferência. Riffs neolíticos, visual tenebroso e a famigerada temática satânica. Essa combinação tão festejada teve sua origem em finais dos anos 60 dentro do rock. Black Sabbath, Black Widow e Coven são nomes cultuados dentro dessa seara, mas os britânicos do Zior continuam, inexplicavelmente, fora desse culto. Aqui está a história completa da banda, incluindo um especial sobre o selo Nepentha, que lançou o Zior na época.
EDY STAR
Único integrante vivo da Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, o glamouroso e indomável Edy Star atendeu a pZ para um memorável bate-papo. A partir deste encontro, passamos para o papel a trajetória do artista, que, em 1974, lançou seu clássico álbum Sweet Edy…
GRAHAM NASH
O nosso pZ Hero desta edição é um músico capaz de fazer parte do que de melhor existe no pop e rock inglês e americano, com identidade diversificada, mas sempre inconfundível em sua voz de tenor. Graham Nash é um desses artistas que mostram que o rock também pode ter sintonia fina.
TRUST
No universo do rock pesado, o Trust sempre foi mencionado graças a sua associação direta com três nomes: AC/DC, Iron Maiden e Anthrax. Servindo de parceria, ou influência, o Trust marcou quem viveu o rock do início dos anos 80. Nem a barreira da língua foi capaz de prevenir o sucesso do grupo francês em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, as cópias importadas de seus elepês eram disputadas no braço. O artigo inclui discografia básica selecionada e fotos raras do período.
DISCOS DE JAMS
Dois nomes do rock norte-americano, Grateful Dead e Allman Brothers Band, lançaram o modelo para as futuras gerações de jam bands. Os discos de estúdio não eram lá tão festejados, mas os registros ao vivo viravam febre e uma espécie de culto passou a acontecer nas apresentações dessas duas bandas. Neste especial selecionamos dez álbuns contendo jams, lançados bem antes da explosão das jam bands dos anos 90, mas que serviram de cartilha para as gerações seguintes. Estrelando: Grateful Dead, Allman Brothers Band, Al Kooper, Moby Grape, Stones, Zappa, Area Code 615, Cosmic Travellers, Cosmic Jokers etc.
PÉROLAS ESCONDIDAS
Climax, The Unfolding, Cai, Burnin Red Ivanhoe, Country Weather e Perigeo.
E MAIS:
Joe Cocker, Necro, Vento Motivo, Bobby Keys, Ronnie Self, Demis Roussos, Os Depira, Edgar Froese, Lincoln Olivetti, Marvin Gaye, Kim Fowley, Gil & Gal, Radio Birdman, Gryphon, Patrulha do Espaço, The Standells etc.
Além dos quatro músicos originais, os shows terão convidados: o tecladista Bruce Hornsby e Trey Anastasio, do Phish
Os deadheads, como são chamados os muitos fãs do Grateful Dead, irão comemorar os 50 anos da banda em grande estilo. Mesmo sem Jerry Garcia, morto em 1995, os quatro integrantes originais remanescentes, Bob Weir, Phil Lesh, Mickey Hart, e Bill Kreutzmann farão três shows no fim de semana do 4 de Julho, o Dia da Independência nos Estados Unidos. E será no Soldier Field, estádio de Chicago onde desde 1971 jogam os Chicago Bears, equipe de futebol americano.
A cidade é tão especial para o Dead porque, além da imensa concentração de fãs, foi lá que o grupo fez sua última apresentação, há 20 anos. Além disso, Chicago fica num ponto geográfico estratégico, atraindo deadheads tanto da costa oeste como da costa leste, que terão que viajar uma distância similar para chegar ao Soldier Field.
“Este ano é o do 50.º aniversário da banda que todos amamos, o Grateful Dead. Será uma celebração. É uma banda americana incrível, sendo celebrada no aniversário da América”, diz Trixie, filha de Jerry Garcia, em um vídeo promocional do evento.
Além dos quatro músicos originais, os shows, que serão realizados entre 3 e 5 de julho, terão alguns convidados, incluindo o pianista e tecladista Bruce Hornsby (que já foi músico de apoio do Dead) e Trey Anastasio, do Phish.
Thin Lizzy, Grateful Dead, Malo, La Maquina de Hacer Pajaros, Cream etc.
A poeira Zine traz um especial sobre os últimos dias da banda de Phil Lynott, o glorioso Thin Lizzy. Em janeiro serão completados 20 anos da morte desse músico excepcional, assim, resolvemos antecipar as homenagens com esse especial. Os tempos pesados dos discos Renegade e Thunder And Lightning, a tour de despedida, o último disco duplo ao vivo e os derradeiros concertos são a tônica dessa super matéria. O Thin Lizzy dava suas últimas cartadas e agonizava em alto estilo, lotando shows, roubando a cena nos grandes festivais e voltando às paradas.
Os 40 anos da fundação do Grateful Dead e os 10 anos da morte de Jerry Garcia. Não poderíamos perder a oportunidade para fazer uma abordagem inédita sobre um fato bizarro que sempre acompanhou o Grateful Dead: o azar do grupo nos grandes festivais dos anos 60.
E Mais: entrevista com Jaques (Kaleidoscópio), Eldo Pop, Band Of Joy, Rick Wakeman no Brasil em 1975, etc.
Como Comprar: Lemmy Kilmister (Hawkwind/Motorhead)
Capas Históricas: Malo (Malo)
Canções que Mudaram o Mundo: Sunshine Of Your Love (Cream)
Pérola Escondida: La Maquina de Hacer Pajaros
Have A Nice Day: Thunderclap Newman / ? Mark and the Mysterians