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Gracious!

Quem assinou a capa do oitavo lançamento do cultuado e respeitado selo swirl da Vertigo foi o lendário Barney Bubbles.

por Bento Araujo     11 Maio 2016

Gracious pzGracious!
(Vertigo, 1970)
Design: Barney Bubbles (Teenburger Designs)

Quem assinou a capa do oitavo lançamento do cultuado e respeitado selo swirl da Vertigo foi o lendário Barney Bubbles (verdadeiro nome: Colin Fulcher), que em 1970 dirigia um estúdio/coletivo chamado Teenburger Designs. Bubbles ficou famoso pelo seu traço radical e enigmático e pelas suas capas recheadas de simbologias, o que casou perfeitamente com a música progressiva e melódica do Gracious!.

Em 1970, a Vertigo lutava para se estabelecer no underground britânico, mas já havia inovado artisticamente, criando capas assustadoras e curiosas como aquelas utilizadas nos discos de estreia dos grupos Colosseum, Black Sabbath e Cressida.

Para a estreia do Gracious!, Barney Bubbles criou algo extremamente minimalista, um ponto de exclamação situado por cima de um fundo branco texturizado, o nome da banda no canto superior direito, a logomarca definitiva da Vertigo no canto superior esquerdo e nada mais. A explosão de cores surgia somente na parte interna da capa dupla do elepê, uma pintura pop art inspirada em Richard Hamilton.

O contraste da capa minimalista e p&b com a parte interna colorida e saturada era interessante, algo já utilizado pelo Cream em Wheels Of Fire (1968), mas levado ainda adiante por Barney Bubbles e pelo Gracious!.

O Gracious! acabou não resistindo ao turbulento caminho do prog britânico e, depois de apenas mais um disco em 1971, encerrou suas atividades. No entanto, a capa do disco de estreia do grupo vem atravessando décadas e chamando atenção tanto de colecionadores de discos como de designers gráficos.

Já Barney Bubbles teve uma carreira agitada nos anos 70, geralmente evitando assinar seus trabalhos e utilizando inúmeros pseudônimos. Foi desenhar capas incríveis de artistas e bandas como Hawkwind, Ian Dury, Brinsley Schwarz, Red Dirt, Kevin Coyne, Edgar Broughton Band, Quiver, The Damned, Elvis Costello etc. Em 1983, sofrendo de depressão e distúrbio bipolar, ele cometeu suicídio asfixiando-se com um saco plástico.

pZ 63

Fairport Convention, Panna Fredda, Kansas, Frank Marino, The Beggers, Anacrusa, Rock Australiano, Radio Caroline, These Trails, Fraction etc.

por Bento Araujo     01 dez 2015

FAIRPORT CONVENTION
Uma instituição não só do folk rock, mas da música popular britânica, o Fairport Convention iniciou sua gloriosa carreira em 1967. Como nenhum outro grupo de sua geração, criou uma versão autenticamente inglesa do folk rock norte-americano e despertou também o interesse de novas gerações pela música tradicional das ilhas britânicas, através de versões carregadas de identidade. Eram também exímios instrumentistas, vocalistas e compositores e pelas fileiras do conjunto passaram dezenas de músicos que se tornaram referência, seja em carreiras-solo ou em outras bandas. O culto ao redor do Fairport é tão poderoso que desde 1976 acontece o Cropredy Festival, um festival anual cujo headliner e organizador é o próprio conjunto. Tudo isso sobre a banda e muito mais nesta edição. Inclui discografia selecionada comentada e um artigo especial sobre a participação de Sandy Denny em “The Battle of Evermore”, do Led Zeppelin.

O ROCK DE OZ
A pZ passa a limpo três gerações de rock na Austrália!
Nos anos 80, o rock australiano ganhou popularidade no Brasil graças ao sucesso de bandas pop como Men at Work, INXS, Midnight Oil, Hoodoo Gurus, Spy vs Spy, Australian Crawl e Crowded House. Antes disso, o beat dos Easybeats e o rock pesado do AC/DC também foram populares por aqui, mas uma grande quantidade de excelentes bandas do país dos cangurus jamais teve chance no Brasil. A pZ aproveita então essa carência para investigar as três primeiras ondas do rock australiano, ou “Oz rock”, ocorridas nos 30 primeiros anos de rock no país (1955-1975). Estrelando: Tamam Shud, The Masters Apprentices, Buffalo, Fanny Adams, Bakery etc.

FRANK MARINO
Constantemente comparado a Jimi Hendrix, o canadense Francesco Antonio “Frank” Marino é um dos maiores e mais subestimados guitarristas da década de 70. Ao lado de seu Mahogany Rush, ou em carreira solo, Marino lançou grandes álbuns e participou de grandes festivais, como a segunda edição do California Jam. Inclui discografia selecionada comentada.

PIRATAS DO ROCK
Os anos dourados da Radio Caroline e Radio London!
Existem piratas e piratas. Aquele com o papagaio a tiracolo e tapa olho pode ter voltado ao imaginário popular graças a Johnny Depp e Keith Richards no filme Piratas do Caribe, mas os piratas que atacaram o Reino Unido nos anos 60 eram outros. Andavam com os discos mais quentes do período debaixo do braço, andavam bem vestidos (no melhor estilo mod), eram excêntricos e influenciaram milhares de jovens até além das ilhas britânicas. Neste pequeno especial, a pZ revisita os anos de ouro das rádios “pirata” Radio Caroline e Radio London, que, de suas embarcações, transmitiam uma programação sem igual naquela época.

KANSAS
Depois de três discos de estúdio que não emplacaram comercialmente, o Kansas chegou ao seu quarto trabalho, Leftoverture, dominando o rock norte-americano, sem receio de mesclar suas influências de Yes e Genesis com uma latente veia Southern Rock.

E MAIS:
Terry Reid, The Beggers, Anacrusa, Gracious!, Whitford/St.Holmes, These Trails, Fughetti Luz, Eyes of Blue, Messias Eletrico, Fraction, Picchio dal Pozzo, Variations, Panna Fredda, “Philthy Animal” Taylor etc.