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poeiraCast 464 – The Yardbirds

Conhecidos como sendo a banda que deu ao mundo três dos maiores guitarristas britânicos, os Yardbirds talvez tenham Mais

por Bento Araujo     01 set 2021

Conhecidos como sendo a banda que deu ao mundo três dos maiores guitarristas britânicos, os Yardbirds talvez tenham muito mais em seu legado do que somente essa reputação como escola de magos das seis cordas. Ouça a conversa no nosso “most blueswailing” podcast!

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poeiraCast 444 – Quem tem culpa no cartório?

No último poeiraCast de 2019, falamos sobe alguns artistas e bandas que têm “culpa” pela existência de pupilos, Mais

por Bento Araujo     18 dez 2019

No último poeiraCast de 2019, falamos sobe alguns artistas e bandas que têm “culpa” pela existência de pupilos, digamos, não tão interessantes (em nossas opiniões, é claro). E pra você, quem tem culpa no cartório?

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poeiraCast 435 – Ginger Baker

Um jazzista de origem que fez história como um dos grandes bateristas do rock. Falecido no início do Mais

por Bento Araujo     16 out 2019

Um jazzista de origem que fez história como um dos grandes bateristas do rock. Falecido no início do mês de outubro, Ginger Baker é o nosso assunto neste episódio!

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poeiraCast 414 – Os discos da vida

Neste episódio, cada integrante da nossa mesa comenta os discos que marcaram sua vida, ou, como às vezes Mais

por Bento Araujo     22 Maio 2019

Neste episódio, cada integrante da nossa mesa comenta os discos que marcaram sua vida, ou, como às vezes dizemos, que formaram caráter.

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poeiraCast 375 – O Blues Britânico dos Anos 60

Nosso assunto neste episódio é aquele momento na história em que o blues atravessou o Atlântico e se Mais

por Bento Araujo     04 jul 2018

Nosso assunto neste episódio é aquele momento na história em que o blues atravessou o Atlântico e se tornou um dos estilos preferidos no Reino Unido, com novos artistas britânicos reverenciando os bluesmen originais ao mesmo tempo em que imprimiam suas próprias marcas.

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poeiraCast 345 – A música nas capas da Rolling Stone

Nesta edição do poeiraCast, comentamos o conteúdo das capas da revista norte-americana que completou 50 anos em 2017, Mais

por Bento Araujo     27 set 2017

Nesta edição do poeiraCast, comentamos o conteúdo das capas da revista norte-americana que completou 50 anos em 2017, com alguns artistas hoje atemporais e outros que foram retratos de suas épocas.

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poeiraCast 335 – O racismo no rock

Tão presente na sociedade, o racismo também dá as caras no rock, e é ele o nosso assunto Mais

por Bento Araujo     19 jul 2017

Tão presente na sociedade, o racismo também dá as caras no rock, e é ele o nosso assunto neste episódio.

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poeiraCast 310 – Álbuns ao vivo: divisores de águas

Este episódio, o último poeiraCast de 2016, é sobre o papel que muitas vezes o álbum ao vivo Mais

por Bento Araujo     14 dez 2016

Este episódio, o último poeiraCast de 2016, é sobre o papel que muitas vezes o álbum ao vivo tem na carreira de uma banda, abrindo território para uma mudança de estilo, de formação, ou até a derrocada criativa ou comercial.

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poeiraCast 309 – Discos depressivos

Álbuns que trazem em seu som a carga pesada da depressão, da tristeza, da melancolia. São muitos deles, Mais

por Bento Araujo     07 dez 2016

Álbuns que trazem em seu som a carga pesada da depressão, da tristeza, da melancolia. São muitos deles, e eles são nosso assunto neste episódio, o penúltimo de 2016.

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poeiraCast 305 – Melhores discos de 1966

1966, mais um ano em que grandes discos do rock foram lançados. E, claro, em outros gêneros da Mais

por Bento Araujo     09 nov 2016

1966, mais um ano em que grandes discos do rock foram lançados. E, claro, em outros gêneros da música popular. Listamos e comentamos um pouco do que de melhor foi registrado na música de 50 anos atrás.

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poeiraCast 298 – Howlin’ Wolf

Uma das maiores e mais assombrosas vozes do blues, Howlin’ Wolf influenciou mais roqueiros do que se podem Mais

por Bento Araujo     21 set 2016

Uma das maiores e mais assombrosas vozes do blues, Howlin’ Wolf influenciou mais roqueiros do que se podem enumerar. E sua carreira, desde o momento em que impressionou o jovem produtor Sam Phillips até as colaborações com superastros do rock, é comentada neste episódio.

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poeiraCast 296 – Steve Winwood

The Spencer Davis Group, Traffic, o supergrupo Blind Faith, mais Traffic e uma bela carreira solo. Tudo isso Mais

por Bento Araujo     07 set 2016

The Spencer Davis Group, Traffic, o supergrupo Blind Faith, mais Traffic e uma bela carreira solo. Tudo isso sem contar participações e parcerias! Hoje vamos com Steve Winwood, que veio da região de Birmingham, West Midlands, Inglaterra.

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poeiraCast 232 – Rock É Juventude?

Inspirados por uma lista publicada no site U Discover Music, conversamos sobre a ligação entre o rock e Mais

por Bento Araujo     06 Maio 2015

Inspirados por uma lista publicada no site U Discover Music, conversamos sobre a ligação entre o rock e a juventude, comentando álbuns hoje clássicos, sendo que alguns já têm mais que o dobro da idade dos artistas quando os gravaram.
Estrelando: Hendrix, Elvis, Dylan, Stones, Beatles e muitos outros.

The Yardbirds com Eric Clapton

Relembre a passagem do guitarrista pelo Yardbirds

por Bento Araujo     30 mar 2015

Yardbirds 1964

Um músico com uma ideia ao mesmo tempo ingênua e estúpida. É assim que começa a nossa história.

O sujeito juntou os nomes Fender e Gibson e se auto-denominou “Fenson”, Ricky “Fenson”. Baixista da banda que acompanhava Cyril Davies, a R&B All Stars, foi ele que, mesmo sem querer, mudou para sempre a carreira de uma nova e promissora banda inglesa: The Yardbirds.

Durante o ano de 1963, Davies e banda tinham uma residência no Marquee Club, apresentando-se todas as noites de quinta-feira. Dois jovens, Paul Samwell-Smith e Keith Relf, apareciam todas as quintas no clube, sempre com a mesma intenção: se esbaldar com a performance de Ricky Fenson, que subia bêbado ao palco, e totalmente em função disso, acelerava o tempo das canções a ponto de dobrar a velocidade delas. Davies e o pianista Nicky Hopkins suavam ao tentar acompanhar o cara, para deleite da jovem dupla Samwell-Smith e Relf.

Essa atitude, até meio punk – em pleno ano de 1963 – acabou sendo crucial na nova banda que estava surgindo, The Yardbirds, que desde o começo criou a sua marca-registrada, aquilo que ficou conhecido como “rave-up”, ou “delírio”. Tentando explicar o inexplicável, ou seja, aquilo que é pura energia juvenil, o “rave-up” era mais que uma simples vibração das moléculas ao redor dos amplificadores da banda. Era um outro, e mais elevado, estado de espírito – a famosa catarse coletiva. O baixo de Samwell-Smith era o combustível, a lenha daquela fogueira de exaltações. Logo o grupo todo estava no campo sonoro de batalha, todos participando daquele crescendo. Quando tudo estava prestes a explodir, eles voltavam à construção disciplinada do riff inicial.

O “rave-up” aparecia diversas vezes em todos os shows do Yardbirds. O público, obviamente, ia ao delírio – se debatia, suava à beça, ria, gritava – alguns mais empolgados arrancavam a roupa e se dependuravam nos balcões superiores. Francos exemplos dessa explosão gerada pela banda aparecem também em vinil, como em “Smokestack Lightning” de Five Live Yardbirds e “I Wish You Would”, um single de 1964. Foi esse “rave-up” o responsável pelo primeiro contrato do grupo, oferecido pelo empresário Giorgio Gomelsky (mais sobre ele adiante). Giorgio declarou: “Nunca esquecerei do que ouvi enquanto subia aquele lance de escadas. Escutei o grupo dobrando o tempo da música que executavam. Achei muito interessante. Antes mesmo de vê-los eu já estava completamente conquistado”.
Todos pareciam cair facinho nessa espécie de “truque barato”, todos menos um. Sim, um garoto arrogante chamado Eric Clapton, que tinha inúmeras reservas com o famoso “rave-up” da banda. Clapton, um purista do blues, achava aquela pataquada toda algo ordinário, chulo mesmo. Golpe baixo típico de jovens que não sabem o que estão aprontando.

Eric Clapton entrou para a banda ao substituir um guitarrista de 16 anos de idade chamado “Top” Topham, esse que foi proibido de tocar pelo próprio pai. Clapton conhecia Keith Relf, que escutava sem parar discos de Django Reinhardt, e se misturava com a realeza beat de pequenas cidades pertencentes ao então condado de Surrey. Clapton imitava nomes do blues como Big Bill Broonzy e músicos folk, como Wizz Jones, tudo para descolar bebida de graça pelos pubs. Foi num deles que Clapton e Relf se conheceram.

Clapton estudava arte no mesmo colégio que Cris Dreja, guitarrista rítmico e eventual baixista do Yardbirds. Segundo Dreja, Clapton já era uma figura cultuada desde aquela época de escola e adolescência. O guitarrista, excêntrico por natureza, mudava de tempos em tempos seu estilo de falar, vestir e se portar. Seu mundo e seu linguajar eram aqueles permeados por Robert Johnson e Blind Lemon Jefferson, e tinha mais, Clapton era o único guitarrista profissional que Dreja, Relf, Samwell-Smith e Jim McCarty (bateria) conheciam naquela altura.

Antes mesmo de entrar para o Yardbirds, Clapton já dava mostras de sua personalidade. Quando ainda atendiam pelo nome de Metropolitan Blues, Relf, McCarty e Samwell-Smith se apresentavam num barzinho. Uma bela noite, Clapton foi assisti-los, justo numa noite onde o baixista Samwell-Smith tratou de se aventurar por um solo de guitarra. No intervalo, Clapton chegou para Samwell-Smith e disse com a maior franqueza do mundo: “Faça-me um favor, jamais na sua vida tente executar outro solo de guitarra, meu caro…”

Eric estava ofendido, magoado pelo o que Samwell-Smith tinha feito com o blues que ele tanto venerava. Outra diferença entre Clapton e todo o restante dos rapazes: ele era o único que queria ser uma estrela de verdade; sempre preocupado com moda, identidade, e repleto de contatos pelos bares, clubes e pela sociedade em geral. Ficou claro desde o início que Clapton seria o maestro daqueles músicos errantes.

Quando o Yardbirds começou a engrenar pela cena musical britânica do início dos anos 60, Clapton já era objeto de adoração. Uma parcela fiel de admiradores sempre se amontoava no lado do palco onde o guitarrista se encontrava. Sua disciplina, seriedade, abordagem e comprometimento com seu instrumento, e com o blues, não só impressionava, mas gerava um magnetismo frenético. Keith Relf, o vocalista e supostamente aquele que teria que exalar um maior carisma em cima do palco, ficava acanhado com tanta adulação ao seu companheiro de banda. Curiosamente, era Clapton aquele que não estava nem aí para a plateia ou para o seu público. Assim como os blues brothers, ele parecia estar numa missão divina, e nada poderia atrapalhar o seu plano e o seu trajeto. Já seus companheiros estavam constantemente preocupados com o que os fãs queriam e como deveriam ser agradados. Aqui cabe uma lembrança aos famigerados “rave-ups”, motivo de discórdia e faíscas entre Clapton e os garotos.

A diferença maior estava no background dos envolvidos.

Yardbirds numa loja de discos em Londres

Quem leu a autobiografia de Eric Clapton sabe como foi difícil sua infância e adolescência. Não ter sido criado pelos próprios pais foi um grande trauma, assim como ter passado um bom tempo na parte mais pobre de Ripley. Nessas dificuldades residia seu elo de ligação com os antigos caras do blues do delta do Mississippi. Era como se ele vivesse por conta e risco o sonho de ser um bluesman duelando com todos seus demônios pessoais; habitando um mundo particular e paralelo, similar aquele vivido pelos seus maiores ídolos do passado.

Já a Surrey do pós-guerra era vista como um lugar seguro e próspero para as famílias mais abastadas procriarem. A paz reinou por pouco tempo, pois as crianças se tornaram adolescentes, e assim sendo, passaram a ter que lidar com o tédio. Sem nada pra fazer, o jeito era aprender a tocar algum instrumento e montar uma banda. Foi isso que aconteceu com os companheiros de Clapton no Yardbirds. Paul Samwell-Smith e Jim McCarty se conheceram na escola e ambos caíram de amor pelo disco At Carnegie Hall de Jimmy Reed. Bo Didley e Josh White também mantinham uma alta rotatividade nas vitrolas dos garotos, intrigados com aquela música americana negligenciada. Negros cantando sobre seus problemas, sobre o fato de ser enforcado num galho de uma árvore para então ser considerado uma espécie de “fruto estranho”… Era algo extremamente impactante para jovens da promissora classe média inglesa. Samwell-Smith gosta de ressaltar que esses músicos negros de blues eram verdadeiros outsiders, vivendo à margem da sociedade por optarem pelo caminho da patifaria, numa vida desregrada, inundada de sexo e bebida. Algo muito mais atraente e desafiante – emocional, rítmico e radical – do que o “bom mocismo” careta que dominava as paradas britânicas do período, com nomes como Cliff Richard e Adam Faith.

Enquanto Clapton queria ser a todo custo um desses músicos negros do blues norte-americano, Samwell-Smith, Dreja, McCarty e Relf eram aqueles filhos de uma elite social, que se encontravam na escola de arte, com discos importados debaixo de seus braços, prontos para tentar encarnar “aquele” estilo e tocar “aquela” música, mesmo que fossem necessários inúmeros “rave-ups” para tanto. As garotas adoravam e todos estavam se divertindo bastante, mas desde o início ficou muito claro que Clapton teria divergências musicais com seus colegas de banda.

Quando Clapton entrou para o grupo o Yardbirds estava pronto para se tornar a mais nova sensação do Crawdaddy Club, em Richmond. Eles foram escalados para cobrir a vaga deixada pelos Rolling Stones, que naquele final de 1963 já estavam se tornando grandes demais e foram tocar em locais maiores, que pudessem acomodar a sempre crescente legião de fãs. Giorgio Gomelsky, proprietário do Crawdaddy, virou empresário, produtor e padrinho do Yardbirds, e foi através dele que um contrato com a EMI foi assinado em fevereiro de 1964. A paixão de Clapton pela música ajudava, como relatou Chris Dreja: “Todos tínhamos a música em comum, mas Eric era mais passional que a gente. Ele passava um final de semana inteiro praticando uma única frase de guitarra.”

O nome da banda, antes que você pergunte, surgiu de dois fatores, duas homenagens na verdade. Uma ao ícone do jazz, Charlie “Yardbird” Parker, e outra aos anônimos andarilhos que perambulavam pelas linhas de trem do Mississippi, conhecidos localmente como “Yardbirds”. Reza a lenda que o sujeito que W.C. Handy se deparou naquela estação de trem em Tutwiler, Mississippi, no ano de 1903, era um “Yardbird”, que tocava um violão usando uma faca como “slide”. Teria sido essa a primeira manifestação do blues como gênero musical.

Falando em lendas do Mississippi, em dezembro de 1963 o Yardbirds estava nas nuvens. Além de contarem com uma badalada residência no Crawdaddy, foram convocados para servir de banda de apoio para a excursão do bluesman Sonny Boy Williamson II pela Inglaterra e Alemanha. Era um sonho para os garotos do delta do Tâmisa, que se esforçaram bastante, porém não agradaram a Sonny Boy, que voltou pra casa reclamando do blues demasiadamente “branco” dos rapazes. Gomelsky e seu assistente Hamish Grimes passam então a tirar uma onda com Clapton, apelidando-o de “slowhand”, ou “mão lenta”. Clapton nunca se incomodou com a brincadeira, pelo contrário, adotou o apelido, usou-o até para batizar seu álbum de 1977 e garante até hoje que existe muita afetividade por detrás da brincadeira.

No final de 1963 Clapton tirou duas semanas de folga para visitar sua mãe na Alemanha. A banda não hesitou e chamou um substituto, Roger Pearce, amigo de Relf e competente músico. Clapton ficou surpreso quando voltou, pois percebeu que o grupo poderia continuar sem ele. Com o sucesso dos shows no Crawdaddy, outras residências pintaram, como no Star Club em Croydon e no Marquee, em Londres.

O primeiro single do grupo foi lançado no início de 1964. “I Wish You Would”, tema original do bluesman de Chicago, Billy Boy Arnold, foi a estreia vinílica da banda, mas sem muito impacto nas paradas. Nos palcos o lance era diferente e a euforia continuava. Mesmo assim, o destino parecia querer pregar uma peça nos rapazes.

Foi em 9 de agosto de 1964 que o Yardbirds estava escalado para tocar na quarta edição do National Jazz and Blues Festival, em Richmond, famoso evento que acabou se tornando mais tarde o Reading Rock Festival. Era sem dúvida uma data crucial para a banda, sua mais importante apresentação até então. Talvez até por ansiedade e nervosismo, Keith Relf adoeceu dias antes. Ele sofria de asma e tinha ataques constantes. Dois dias antes do show Relf foi parar numa mesa de operação e por pouco não morreu, como relembrou anos depois: “A primeira coisa que me lembro depois dessa operação foi o médico me dizendo que eu nunca mais poderia cantar, pois não poderia comprometer meu pulmão e danificar a minha respiração”. Claro que Relf voltou ao grupo pouco depois, no entanto, o fatídico show no festival aconteceu sem ele, que foi substituído por Mick O’ Neill, que cantava no grupo The Authentics. Uma jam aconteceu no final do show do Yardbirds, tendo Graham Bond, Ginger Baker e Mike Vernon como convidados. O’ Neill ainda partiu com o grupo numa tour de duas semanas pela Suíça.

Os médicos exigiam que Relf ficasse pelo menos três meses de molho, porém o vocalista só aguentou ficar parado por duas semanas. Insistiu em sair do hospital, mesmo com seus colegas de grupo insistindo para ele ficar mais algumas semanas internado. Relf estava confiante e voltou para a banda, gravando imediatamente seus vocais no próximo single, “Good Morning, Little School Girl”. Assim como aconteceu no single anterior, Clapton se superou na execução do lado B, dessa vez com a incrível “I Ain’t Got You”. O single foi banido pela BBC, que o considerou demasiadamente “sugestivo”. Por um lado foi bom, pois gerou publicidade pra banda e pro compacto, que figurou na 44ª posição das paradas.

Yardbirds, 1964Visando preservar a saúde debilitada de Relf a banda parte numa package tour, abrindo para Nashville Teens, Cliff Bennett and the Rebel Rousers e Billy J. Kramer and the Dakotas. O Yardbirds tocava por apenas 15 minutos e isso era bom para Relf, que precisava se preservar de excessos e dos esforços das apresentações tradicionais da banda. Outra package tour foi agendada na sequência, tendo Jerry Lee Lewis como headliner.

Se para Relf aquilo era bom, para Clapton era o inferno. Fazer 28 apresentações, em 28 cidades diferentes, em 29 dias – e ainda mais para uma plateia teen e pop – era demais para ele. Dreja: “Eric era um purista do blues, a ponto de se tornar um teimoso. Fazer shows de 20 minutos no circuito de cinemas, para uma plateia que estava aguardando o Herman’s Hermits, definitivamente não era pra ele. Eric não conseguia entender que todos nós estávamos felizes apenas por colocar aquilo pra fora. Acho que ele começou a ficar magoado com isso.”

A pressão por um hit nas paradas aumentava. Visando isso, sessões de estúdio foram realizadas tendo Manfred Mann como produtor. “The One in the Middle”, uma composição de Paul Jones foi oferecida, e recusada. Resolveram gravar então uma versão para “Sweet Music”, do soulman Major Lance, tendo Jones como backing vocal. O tema não ficou compatível com o que o grupo desejava, então acabou sendo engavetado e não lançado na Inglaterra. Saiu apenas nos EUA, como parte da compilação For Your Love.

Batendo cabeça e frustrado pelo fato de seus compactos não capturarem a força do grupo ao vivo, o Yardbirds decidiu então que seu primeiro LP seria ao vivo. Five Live Yardbirds foi registrado no Marquee, em março de 1964, e foi lançado em dezembro daquele ano. Adrenalina pura, que segundo Dreja foi captada mais por acidente do que por outra coisa, através de versões para clássicos de John Lee Hooker, Slim Harpo, Chuck Berry, Howlin’ Wolf, etc.

“Um incrível registro ao vivo que gera uma tempestade em cada groove. Toda faixa é frenética e repleta de excitação. Como é de se esperar, a participação da plateia no disco é ansiosa. Muito da atmosfera de um show do Yardbirds está aqui condensada e o álbum é excelente para festas,” escreveu o Record Mirror em sua edição de maio de 1964. E eles tinham razão, Five Live Yardbirds era uma espécie rara, um disco ao vivo de uma banda de rock dos anos 60 que fazia sentido, perdido em meio a registros ao vivo sofríveis de grupos como Kinks e Stones, onde a gritaria das garotas era o mais importante. A execução dos temas se assemelhava a um trem desgovernado, que usava os duelos entre a guitarra de Clapton e a gaita de Relf como combustível. Parece que os garotos estão tocando na sua sala, tamanha a dinâmica do registro.

Com isso, a reputação do Yardbirds ao vivo chegou a pontos inimagináveis pela Inglaterra, tanto que foram convidados para abrir os shows de Natal dos Beatles no Hammersmith Odeon, ao lado de outros nomes como Freddie and the Dreamers, Sounds Incorporated e Elkie Brooks. Numa dessas apresentações, que duraram de 24 de dezembro de 1964 até 16 de janeiro de 1965, um publisher chamado Ronnie Beck procurou o Yardbirds. Ele tinha debaixo do braço uma demo de uma canção chamada “For Your Love”, um tema escrito por um jovem compositor de Manchester chamado Graham Gouldman, ele que se tornaria um grande hitmaker nos anos 60, escrevendo hits para bandas como The Hollies, Herman’s Hermits e outras.

Samwell-Smith, o integrante que Gomelsky havia designado como “diretor musical” do grupo, imediatamente vislumbrou algo interessante, repleto de potencial. Clapton, por sua vez, queria que o próximo single da banda fosse uma versão para “Your One and Only Man”, de Otis Redding. Samwell-Smith seguiu seu instinto e agendou a gravação de “For Your Love”, com alguns músicos de estúdio reforçando a atuação do Yardbirds, como Denny Piercy nos bongôs e Brian Auger (sim, ele mesmo) no harpsichord. Clapton, de início, se recusou a gravar o tema. Depois voltou atrás, mas topando gravar somente o “bridge” mais blueseiro da canção. Clapton, em depoimento à revista Uncut: “Precisávamos de um hit, então eu sugeri uma versão para uma canção de Otis Redding, pois poderíamos fazer algo comercialmente viável com ela. Aí eles vieram com ‘For Your Love’ que era bem comercial e terrível. Mesmo assim eu sabia que seria um hit e que iria direto ao topo, só que eu não queria fazer parte daquilo. Eu já vinha fazendo de tudo para eles se livrarem de mim da forma mais fácil possível. Quando a moda era franjinha a la Beatles eu cortei meu cabelo como o de um soldado e usei roupas caretas. Eu era o dedo na ferida deles, deixei tudo menos confortável para o grupo.”

A reação diante de “For Your Love” foi imediata e extremamente favorável. Um novo território certamente era explorado pelo Yardbirds. O jornal Disc Weekly publicou: “Esse é certamente o melhor lançamento do grupo… E uma mudança muito bem-vinda.”

Apesar das reservas de Clapton, “For Your Love” foi um compacto inovador, que finalmente deu ao grupo o que eles buscavam desesperadamente, um hit nas paradas. Nos EUA o single chegou à sexta posição e na Inglaterra, estacionou na terceira. Clapton por sua vez ficava animado somente com o lado B do disquinho, que incluía a instrumental “Got to Hurry”, uma ótima performance sua inclusive.

Enquanto tudo isso acontecia o jornal Sunday Telegraph insistia em chamar o grupo de “Yardsticks” ao invés de Yardbirds, além de erroneamente alegar que eles eram garotos que vinham da escola pública. Por outro lado, um artigo incrível no Record Mirror relatava muitas verdades. Dizia que eles se esforçavam ao máximo para não parecer com os Stones, que o jovem Clapton era o sujeito mais bem vestido da cena pop (e com isso deixava as garotas loucas), e que eles impressionavam, pois utilizavam em seus shows um material raramente ouvido pelos outros grupos, e claro, pelo grande público. Um trecho interessante da matéria dizia: “Agora a banda é uma das mais populares na Inglaterra. Não é só pela aparência que o grupo atrai muitos mods – mas sim por ser provavelmente algo excepcional, um grupo progressivo e incomum”. Lembre-se que estamos em 1964, então essa pode ser a primeira vez que a grande imprensa chamou o som de uma banda de rock de “progressivo”.

Já na Melody Maker, Samwell-Smith explicou as novas intenções de sua banda: “Usamos harpsichord e bongôs em ‘For Your Love’ para fugir da sonoridade R&B, que está muito datada atualmente”. Relf queria somente agradar ao público: “Estamos tentando coisas diferentes, e vamos fugir um pouco do velho ‘twelve-bar’, aquele compasso obrigatório do blues. Vamos incluir algo mais pop no repertório, basicamente o que as pessoas querem ouvir. Se eles quiserem algo mais pop, nós iremos tocar.”

No início de 1965, Giorgio Gomelsky chamou Clapton para uma conversa particular em seu escritório. Chegou para o guitarrista e disse: “É evidente que não falamos mais a mesma língua. O que você quer fazer? Seu desejo é o de se mandar?” Clapton respondeu que sim. Décadas depois ele assumiu na revista Uncut: “De uma certa maneira eu estava muito chateado, pois creio que eles já estavam de olho no Jeff Beck. Me senti como quando fui expulso da escola de arte. Eu não me enquadrei e fiquei muito aborrecido naquela época, então com o Yardbirds aconteceu algo similar, mas eu já estava preparado para passar por aquilo novamente.”

Em março de 1965 veio o anúncio oficial, e por um breve momento, Clapton considerou abandonar o mundo da música e nunca mais tocar guitarra. Justo ele que em 16 meses com o Yardbirds havia se tornado o primeiro guitar-hero da Inglaterra. Mesmo assim, parecia que a jovem e emergente cena pop inglesa não estava pronta para admitir um purista como Eric, nenhum outro grupo parecia se sentir atraído pelo radicalismo do guitarrista, que passou um tempo parado, lendo O Senhor dos Anéis e fazendo esculturas em madeira. Chegou a pensar em abrir uma loja de discos. Clapton diz ter aprendido muito nesse curto espaço de tempo, até que recebeu uma ligação de John Mayall…

Five Live Yardbirds

Five Live Yardbirds (1964)
Lester Bangs escreveu: “Sem sombra de dúvida, um dos cinco mais excitantes shows de rock gravados em disco. O Yardbirds do início era cru e espontâneo, tocavam com uma energia natural de tirar o fôlego, algo nunca superado ou igualado”. Versões quentes e suadas de temas de artistas negros norte-americanos. “Rave-up” aos montes, guitarra dura de Clapton e vibração constante. A edição de 2007 da Repertoire adiciona várias faixas bônus. Visceral, pura excitação juvenil embalada e prensada em vinil.

Artigo originalmente publicado na pZ 42

poeiraCast 224 – A Era de Ouro dos Box Sets

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por Bento Araujo     11 mar 2015

Caixas, caixas e mais caixas. Hoje o programa é sobre aquelas coleções e compilações encaixotadas, os chamados box sets!

poeiraCast 222 – Les Paul

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por Bento Araujo     25 fev 2015

O criador de um dos mais célebres modelos de guitarra foi também um grande artista, engenheiro de som e produtor musical. Neste programa falamos de algumas das peripécias de Les Paul.

O encontro: Duane e Clapton

Interessante o fato de Duane e Clapton terem se dado tão bem. É comum em reuniões de guitarristas o ego falar mais alto…

por Bento Araujo     05 jan 2015

derek and the dominos

A culpa foi de Tom Dowd, o lendário produtor norte-americano que tinha sido engenheiro de som do Cream e que no início da década de 70 produzia bandas em seu estúdio favorito, o Criteria Studios, na Flórida.

Dowd era uma espécie de homem de confiança de Eric Clapton e foi escalado para produzir o projeto Derek And The Dominos, uma banda “fictícia” que o guitarrista inglês estava usando para afogar suas amarguras (dentre elas, as mais daninhas eram as drogas pesadas e Patti Boyd, então esposa de George Harrison).

Dowd era também muito amigo de Duane Allman, inclusive produzia também os discos do Allman Brothers. Num bate papo, Dowd contou para Duane que Clapton havia agendado uma gravação no Criteria e que estaria chegando dentro de alguns dias. Duane ficou empolgadíssimo, pois era devoto de Clapton desde a época dos Yardbirds. O mestre do slide pediu para Dowd entrar em contato com Clapton e perguntar se ele poderia pintar no estúdio para conhecê-lo pessoalmente. Clapton adorou a ideia e confessou para Dowd que no fundo estava louco de vontade de ver Duane tocar, pois tinha se amarrado no solo de guitarra da versão que Wilson Pickett fez para “Hey Jude”, dos Beatles.

Clapton aportou na cidade e se instalou confortavelmente com sua banda num hotel na beira do Atlântico. De dia o pessoal curtia o sol e o mar e a noite davam os primeiros passos nas gravações, sem nenhuma pressão por parte da gravadora. Coincidentemente, logo no primeiro fim de semana de Clapton em Miami, o Allman Brothers estava escalado para encerrar um grande festival beneficente na cidade. O guitarrista inglês cancelou as sessões do fim de semana e se mandou com Dowd para finalmente conferir a performance de Duane.

“Eu só lembro de dirigir na direção daquele parque, e quando estávamos estacionando o carro há uns 800 metros do concerto ao ar livre, ouvi uma guitarra uivando no ar, bem mais alta do que o restante. Ouvíamos a banda de fundo e por cima de tudo aquele som que parecia o de uma sirene. Foi fantástico. Fomos até lá, sentamos perto do palco e lá estavam os Allman Brothers”.

Clapton e Dowd não tinham ingressos mas foram facilmente reconhecidos pelos pessoal dos bastidores que colocou a dupla bem na frente do palco, no famoso ‘chiqueirinho’, aquele local onde os fotógrafos costumam trabalhar, na verdade o pequeno espaço entre o palco e a grade de segurança que ‘segura’ o povão.

Eles sentaram no chão, bem na frente de Duane, que estava no meio de um solo de guitarra. Quando o guitarrista dos Allmans reconheceu Clapton, uma tensão absurda pairou sobre sua pessoa. O solo foi bruscamente interrompido, o suor começou a escorrer gelado por suas costeletas e a banda, desesperada, se apressava e fazia de tudo para tapar os ‘buracos’ deixados pela guitarra de Duane, que ficou imóvel, completamente atordoado com a presença de Clapton.

Após o show, Dowd apresentou Clapton a todo o grupo, que foi imediatamente convidado a comparecer no Criteria para uma jam session que durou uma noite inteira (trechos dessa jam podem ser conferidos no box set do Derek and The Dominos).

Interessante o fato de Duane e Clapton terem se dado tão bem. É comum em reuniões de guitarristas o ego falar mais alto. Clapton insistiu para Duane ficar em definitivo com os Dominos, mas o ‘Skydog’ disse que teria de ser leal a sua família acima de tudo e voltou para o seio materno dos Allmans…

poeiraCast 205 – Os 60 anos da Fender Stratocaster

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e Mais

por Bento Araujo     17 set 2014

Há 60 anos a Fender Stratocaster é uma das guitarras mais presentes no rock, com suas formas e cores marcantes e, é claro, o som que fez história nas mãos de músicos como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Buddy Holly, Rory Gallagher, Hank Marvin, Buddy Guy e tantos outros.

Publicado em setembro de 2014

poeiraCast 94 – Os 100 Maiores Guitarristas (Rolling Stone)
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