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Long Time Gone – CSNY

Depois de 40 anos o maior supergrupo dos supergrupos relembra seus dramáticos excessos em novo boxset

por Bento Araujo     25 ago 2014

CSNY-DELUXE-BOX-SET“Trabalhando nessas canções, eu percebi o quanto Neil Young é um músico generoso em relação às canções dos demais integrantes. Isso é atípico para um artista, que geralmente quer que as suas composições se sobressaiam. É incrível como Neil toca melhor nas canções que que não foram escritas por ele. Isso ficou óbvio quando eu comecei a trabalhar neste novo boxset”.

Graham Nash não tem problema algum em elogiar o velho comparsa logo que o caixote CSNY 1974 chegou às lojas, trazendo 40 canções registradas durante a malfadada turnê de 31 apresentações em gigantescos estádios de 24 cidades. São várias versões da caixa disponíveis, sendo a mais luxuosa uma com acabamento em madeira, contendo seis LPs, um Blu-ray e um livro de 188 páginas.

David Crosby, Stephen Stills, Graham Nash e Neil Young se reuniram para aquela turnê depois de alguma insistência do empresário Bill Graham. Amparados do baixista Tim Drummond, do baterista Russ Kunkel e do percussionista Joe Lala, o CSNY de 1974 era um conglomerado de egos inflados, desinteresse e uso desenfreado de substâncias ilícitas.

Nash, por exemplo, assistiu um bootleg do último show da excursão, no Wembley Stadium, e não gostou nada do que viu e ouviu: “Foi uma apresentação horrorosa… Era o último show da tour e estávamos excitados por estar tocando em Londres, mas, ao mesmo tempo, estávamos exaustos. Cheirávamos muita cocaína, estávamos tocando muito rápido e cantando um pouco fora do tom. Eu não gostaria que nossos fãs mais jovens pensassem que aquilo era o que fazíamos sempre. Ao mesmo tempo, eu sabia que havíamos feito alguns bons shows naquela tour. Quando me deparei com os tapes eu percebi que, ao remover alguns grãos de areia, todos seríamos agraciados com uma bela pedra preciosa”, declarou Nash a Harvey Kubernik, do site rocksbackpages.com.

O trabalho de Nash foi rearranjar as melhores gravações de diversas noites, construindo a maratona original de canções apresentadas naquele período, com um set elétrico de abertura, um longo set acústico e outro set elétrico de encerramento. Das 40 faixas, apenas dez vieram dos discos CS&N e Déjà Vu – o restante era material solo dos integrantes, alguma parte dele inclusive inédito, como no caso de Neil Young, que apresentou nada menos que cinco novos temas naqueles shows.

Stills estava bem menos empolgado que Young, apesar de 1974 ser o ano onde Young lançou On The Beach, bem no meio de sua fase mais depressiva e cultuada. Stills declarou na Creem, antes daquela excursão de 1974: “Fizemos shows pela música, pela arte e pelas garotas. Esses serão pela grana”.

Apesar de soar imponente nas gravações, Young declarou em sua biografia que não ficou assim tão entusiasmando: “Aqueles shows não foram bons. A tecnologia não estava lá para nos ajudar e os egos pareciam mais importantes do quer a música. Foi um desapontamento enorme”. O fato da cocaína ter substituído a maconha como droga da vez acabou com o senso hippie de comunidade entre o quarteto fantástico. Enquanto Nash, Stills e Crosby viajavam em jatinhos, Young se locomovia com seu velho ônibus. O mundo de Woodstock era passado; 1974 veio cheio de repugnância, crises, corrupção, paranoia e o escândalo de Watergate.

Quando “Ohio” encerra a maratona e a caixa, Nixon havia caído e um senso de vitória do velho sonho hippie vem à tona. Young, odiou tocar em Woodstock com seus amigos, mas não há como negar que até hoje ele não passa de um inveterado hippie sonhador.Quando Nash mostrou a Young a foto colorizada em computador que ilustra a capa do novo box, o músico canadense odiou. Nash perguntou a razão daquilo e Young respondeu: “Estamos elevando a nós mesmos nessa foto… Como se fôssemos muito importante, fazendo parecer que éramos maiores do que na verdade éramos”. Nash retrucou: “Mas Neil, não foi exatamente isso que fizemos? Não fizemos 31 shows para milhares e milhares de pessoas?”. Enquanto Young concordava balançando a sua cabeça de cima pra baixo, o velho Nash deu o golpe final: “Você não percebe que graficamente essa capa é incrível?”. Assim a dupla entrou num acordo e os poderosos CSNY podem soar grandiosos pela eternidade.

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Johnny Winter, Armageddon, Robert Fripp, Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, Link Wray, CSNY, Rock In Opposition, Doobie Brothers, Lucio Battisti, The Open Mind, Pretty Things, Strawberry Alarm Clock etc.

por Bento Araujo     31 jul 2014

JOHNNY WINTER
Calou-se a guitarra de Johnny Winter e com ela se foi um dos mais expressivos talentos do blues rock. A pZ celebra o legado do ícone texano relembrando sua turbulenta carreira dentro do rock e do blues. Da parceria com o irmão Edgar Winter e Muddy Waters até os tempos mais pesados de Johnny Winter And: os shows memoráveis, a repercussão na imprensa através dos anos e seus terríveis problemas com as drogas. Inclui também uma discografia selecionada comentada.

ARMAGEDDON
Em 1975, o surgimento de um supergrupo hard contando com ex-integrantes de bandas como The Yardbirds, Captain Beyond, Johnny Winter And, Renaissance e Steamhammer parecia realmente promissor. Na prática, a história foi diferente… Mas o que deu errado com o ARMAGEDDON? Por que a banda ficou somente num único disco? Talvez as respostas estejam neste texto…

ROBERT FRIPP (Entrevista – primeira parte)
Depois de um longo hiato, o King Crimson está de volta. Robert Fripp acordou sua criatura após uma hibernação de anos e se apresenta com a sua banda, por diversas noites, em Nova York, no próximo mês. Uma turnê pelo mundo deve ser anunciada em breve e parece que a América do Sul está nos planos de Mr. Fripp. Para celebrar essa volta, nos unimos ao jornalista norte-americano Steven Rosen, que entrevistou o “entrevistável” guitarrista em algumas ocasiões no decorrer dos anos. A mais completa, interessante e “difícil” dessas entrevistas aconteceu em 1974, quando o King Crimson estava lançando uma de suas obras definitivas: Red. Parte deste papo foi publicado na revista Guitar Player, há 40 anos, mas nesta edição você confere a primeira parte dessa histórica entrevista, publicada pela primeira vez na íntegra.

PAULO BAGUNÇA E A TROPA MALDITA
Uma bagunça podia ser mesmo o que acontecia no quartel general da Tropa Maldita, nos subúrbios cariocas do início da década de 70. Tempos depois, quando enfim a banda conseguiu lançar, pela Continental, o LP homônimo Paulo Bagunça e A Tropa Maldita, o que se pôde ouvir era uma música livre de rótulos e também livre na concepção. Em sua única e provavelmente limitada prensagem original, acabou ganhando status de raridade, e tornou-se um item de colecionador em nível mundial, alcançando valores compatíveis com algumas das maiores raridades nacionais.

ROCK IN OPPOSITION
Nos anos 70, o rock britânico e norte-americano impunha uma espécie de ditadura musical e cultural. No resto do mundo, muitas bandas viviam à marginalidade, cantando em sua língua e mantendo-se fiel às suas tradições. Essa resistência gerou uma oposição não só estética, mas também política. Sacando essa efervescência, os britânicos do Henry Cow deixaram a Inglaterra e partiram rumo à Europa Continental, onde conheceram inúmeras bandas vanguardistas. Em 1978, já no fim de sua trajetória, o Henry Cow convocou quatro bandas, de quatro países distintos, para um festival em Londres chamado Rock In Opposition (RIO). Após o evento e outros shows espalhados pela Europa, uma espécie de cooperativa foi criada. Novas bandas aderiram ao movimento, porém, mais adiante, o RIO enfraqueceu como organização. Já como fenômeno cultural e subgênero dentro do rock progressivo, continua atraindo seguidores e entusiastas mundo afora. Nesta edição você confere os dez discos essenciais para se aventurar pelo Rock In Opposition.

LINK WRAY
Como se dois grandes nomes das seis cordas não bastassem nesta edição (Winter e Fripp), o pZ Hero da vez é o mega influente Link Wray, simplesmente o pai da distorção no rock ‘n’ roll.

E MAIS:
CSNY, Doobie Brothers, Lucio Battisti, The Open Mind, Pretty Things, Strawberry Alarm Clock etc.