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poeiraCast 256 – Discos progressivos de bandas não prog

Tem sons de todas as épocas. Conversamos sobre bandas que flertaram com o rock progressivo ou que até Mais

por Bento Araujo     21 out 2015

Tem sons de todas as épocas. Conversamos sobre bandas que flertaram com o rock progressivo ou que até fizeram discos que se podem dizer progressivos, sem serem artistas do estilo.

Entrevista com Bobby Caldwell

Falamos por telefone com o baterista do Captain Beyond, Armageddon, Johnny Winter And etc.

por Bento Araujo     05 fev 2015

bobby c siteO que era pra ser um papo telefônico de vinte minutos acabou se estendendo para cerca de uma hora e meia de boa conversa. Simpático; sincero à beça e esbanjando alto astral, o batera Bobby Caldwell falou com a pZ direto de sua casa em Winter Park, Flórida, num domingo ensolarado e quente (pra eles) e frio e chuvoso (pra gente). Curta na seqüência o bate papo exclusivo.

poeira Zine – Você conhece o Rhino há muitos anos. Como essa amizade começou e como você foi convidado a se juntar ao Captain Beyond em 1971?

Bobby Caldwell – O Rhino cresceu numa cidade pequena que ficava umas duas horas e meia de onde eu vivia. Ele passou por muitas bandas amadoras, assim como eu, em Orlando. De tempos em tempos nos encontrávamos, batíamos um papo e assistíamos um a banda do outro. Por volta de novembro de 1969 ele entrou para o Iron Butterfly e seis meses depois eu me juntei ao Johnny Winter And. Um ano e meio depois, Rhino estava morando em Los Angeles, assim como Lee Dorman, e eles me mandaram um telegrama falando sobre o novo projeto que estavam montando juntos e ao mesmo tempo me convidando para tocar com eles. Logo depois fui tocar com a banda de Johnny Winter em L.A. e São Francisco e Rhino e Dorman vieram aos concertos para me ver tocar. Na seqüência, no verão de 1971, Johnny Winter resolveu dar um break e se retirar da cena musical. Eu não sabia o quanto longo seria essas férias dele, então achei um ótimo momento para começar um novo projeto. Assim me mandei para L.A. e comecei a tocar pra valer com Rhino e Dorman.

pZ – Vocês eram grandes fãs do Deep Purple na época? Como surgiu a idéia de convidar Rod Evans para o projeto?

BC – Naquela altura eu não havia ouvido muito o som do Deep Purple; e eu não posso te dizer o quanto Rhino e Dorman haviam ouvido o grupo… A verdade é que Rod estava morando em L.A. e estava já há algum tempo longe de sua ex-banda. Como precisávamos de um vocalista, Rhino e Dorman tinham o nome de Rod no topo de uma lista de possíveis contratações. Bastaria ver como ele se sairia tocando conosco.

pZ – Qual a sua relação e a do Captain Beyond com o Allman Brothers Band?

BC – Nessa época eu era muito próximo do pessoal do Allman Brothers Band e fiz várias jams com eles, como aquela que está registrada no CD The Fillmore Concerts (em “Drunken Hearted Boy”). Rhino também era muito amigo dos caras e tinha morado e feito jam com eles na Georgia por algum tempo. Em 1971 o Allman Brothers Band veio tocar em Los Angeles e o Captain Beyond tinha gravado, na casa do Rhino, uma fita demo com cerca de 20 minutos de duração. Após o show deles fomos até o quarto de hotel de Duane para dar um alô e também para tocar nossa fita para ele e para o Gregg. Duane adorou nosso material e ouviu aquilo com muita empolgação. Imediatamente ele começou a elogiar nossas composições e alertou a gente algo do tipo: “Não assinem nenhum contrato por aí, pois eu irei falar de vocês para o Phil Walden”, o presidente da Capricorn Records, selo do próprio ABB. Foi assim que fomos parar na Capricorn, por indicação de Duane e de Gregg, que imediatamente adoraram o som daquela demo do Captain Beyond.

Bobby Caldwell & Duane Allman - Santa Monica

Bobby Caldwell & Duane Allman – Santa Monica

 

pZ – E esse contrato com a Capricorn deu uma certa dor de cabeça para vocês não é, já que eles eram um selo especializado em bandas de rock sulista e country-rock?

BC – Pois é, como você deve ter percebido, o som do Captain Beyond nada tinha a ver com southern rock! (risos) Nossa música soava demasiadamente futurista para o selo e na verdade a única coisa que tínhamos em comum era a camaradagem com Duane e Gregg Allman. Provavelmente foi um erro para a Capricorn assinar um contrato com a gente… O fato de estarmos em Los Angeles e a sede da gravadora ser em Macon, na Georgia, também não ajudou nem um pouco… Era como tentar manter um casamento com sua esposa morando a milhas e mais milhas de distância (risos).

pZ – Engraçado que para mim o som do Captain Beyond era muito mais britânico do que norte-americano. Você concorda com isso?

BC – Absolutamente, você está certo (risos)! Estávamos tentando criar algo totalmente diferente naquela época; esse era o ponto. Não queríamos soar como outras bandas americanas, que eram ótimas por sinal…Queríamos soar somente como nós mesmos.

pZ – Você ainda se assusta com a força do primeiro álbum do Captain Beyond? Conte pra gente sobre o processo de gravação daquele álbum…

BC – Completamente; aquele ainda é um excelente álbum. Quando montamos o grupo, fomos todos para a casa de Rhino e ensaiávamos cinco dias por semana, das nove da manhã às cinco da tarde. Começamos a encarar isso como um trabalho sério e fizemos isso por muitos meses a fio. Isso ajudou muito, principalmente no fato de estarmos criando um novo e ousado tipo de música juntos. Tínhamos uma preocupação essencial: fazer com que aquelas novas composições soassem agradáveis para quem as ouvisse. Gravamos o álbum em Los Angeles e como tínhamos ensaiados bastante tudo acabou ficando mais fácil e o resultado dessa nossa dedicação está no disco.

pZ – O que você se lembra daquele assustador concerto do CB abrindo o show do Sha Na Na no Central Park de Nova York?

BC – Aquele foi o pior show da nossa carreira. Foi coisa da Capricorn colocar a banda naquela roubada (risos). Eles queriam fazer com que o CB estourasse na região de Nova York… Eles somente esqueceram que a gente tocava uma música espacial e progressiva e toda aquela platéia naquela noite estava vestida como o Fonzi do seriado Happy Days (risos), bem no estilo dos anos 50, com brilhantina no cabelo e jaquetas de couro. Claro que eles estavam lá para assistir ao Sha Na Na… Nós só éramos o grupo de abertura daquela noite e sofremos com isso. Lembro que no meio do meu solo de bateria, moedas e frutas foram arremessadas na minha direção (risos). Na maioria dos lugares em que tocávamos as pessoas curtiam o nosso som, mas nesse grande show no Central Park não foi o caso (risos)…

Lee Captain Beyondl

pZ – Já na estréia do grupo, no palco do Montreaux Jazz Festival a história foi diferente não é?

BC – Completamente. Tocar no lendário festival foi também idéia do Phil Walden, da Capricorn. Ele traçou uma estratégia para o CB, que consistia em primeiro “conquistar” o mercado europeu através de muitos shows por lá para só depois partir para o mercado norte-americano. O intuito dele era deixar o grupo a ponto de bala quando nós chegássemos para tocar nos EUA. Nosso show no Montreaux Jazz Festival foi ótimo, lembro de ter um pouco de nervosismo no ar pelo fato de ser a nossa primeira performance oficial, mas tudo correu ok e tocamos bem naquela noite. Lembro de que alguns jornalistas presentes ficaram muito impressionados e excitados com o nosso som, assim como a platéia, que prestou atenção a cada detalhe do nosso show. Aquela audiência do Montreaux Jazz Festival era muito atenta e posso te garantir que foi muito divertido e especial para nós.

pZ – Talvez o cast mais perfeito da história do rock foi o que contou com o Captain Beyond, o Gentle Giant e o Black Sabbath, dividindo o palco do Hollywood Bowl de Los Angeles. Conte algo sobre esse show…

BC – (espantado) Uau, eu não estou acreditando nessa pergunta (risos)! Você disse que o melhor cast foi esse com a gente, o Gentle Giant e o Black Sabbath? Meu Deus, você fez mesmo a sua lição de casa hein! As perguntas estão ótimas (risos)! Antes dessa data, o CB chegou a fazer uma outra data no Hollywood Bowl com o Alice Cooper Group, com quem nós inclusive fizemos nossa primeira tour norte-americana. A segunda vez no Hollywood Bowl foi exatamente essa com o Gentle Giant e o Black Sabbath. O show do CB nessa noite foi muito bom; o local estava completamente abarrotado de gente e o Gentle Giant também fez um show arrasador… Eles eram ótimos no palco, fiquei impressionado. Já o Sabbath era um grupo muito famoso na época, mas devo confessar que eles não são muito a minha praia; gosto de algumas canções deles, mas não é o meu estilo favorito de música. Quando tocamos na Inglaterra, ficamos amigos do Derek Taylor, que era o assessor de imprensa dos Beatles. O mais incrível é que durante esse nosso show no Hollywood Bowl, apareceu o Derek Taylor em pessoa para nos assistir, direto da Inglaterra, ou seja, ele veio para nos assistir do outro lado do Atlântico!

pZ – O que levou o Captain Beyond a encerrar prematuramente as atividades em 1973?

BC – Lembro que estávamos um pouco cansados daquelas tours e daquela rotina da estrada… Viemos passar o natal em casa e quando retomamos as atividades, no início do ano, Rod comunicou que estava deixando a banda… Todos ficaram perplexos, sem saber exatamente a razão pela atitude premeditada de Rod. Talvez tenha rolado uma falta de comunicação entre a gente… A questão é que ficamos surpresos com a saída repentina de Rod. Foi um choque, pois estávamos partindo para uma boa fase, onde faríamos certamente uma tour como atração principal e ganharíamos mais dinheiro. Isso é o que me lembro de ter rolado…

pZ – Você curte o álbum Sufficiently Breathless ou o fato do grupo lançar um disco com outro baterista no seu lugar foi como assistir a sua esposa te traindo na frente de todo mundo?

BC – Foi quando eu saí do grupo por cerca de seis meses que eles decidiram fazer esse segundo álbum. Ele (o álbum) soa diferente do que vínhamos fazendo até então… Eu gosto muito do Rod; ele é um grande letrista e possui uma voz única, mas apesar de eu curtir esse trabalho, posso te garantir que não se trata de um álbum do “verdadeiro” Captain Beyond.

pZ – Já que o assunto é a discografia do CB, o que você acha do álbum Dawn Explosion reouvindo-o hoje em dia? Você acha que o material desse terceiro álbum pode ser colocado lado a lado com o material mais antigo do grupo sem soar deslocado?

BC – Eu não gosto desse álbum (pensativo)… Até existem alguns bons momentos nele, mas o resultado final nunca me agradou. A intenção era gravar Dawn Explosion exatamente da mesma forma como gravamos nosso primeiro álbum, inclusive no mesmo estúdio. Buscávamos aquele som, que é o som verdadeiro do CB; essa era a nossa preocupação. Acabamos não conseguindo e fomos gravá-lo num outro estúdio. Acabamos perdendo a essência do nosso som… Dawn Explosion foi gravado debaixo de muita pressão e stress.

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pZ – E quais as melhores lembranças de tocar tocado ao lado de Johnny Winter?

BC – O mais engraçado foi como eu me envolvi com ele. Tudo começou quando eu recebi uma ligação de um cara que havia trabalhado com o Noah’s Ark, e ele disse: “Hey Bobby, você toparia fazer uma jam com Johnny Winter e banda? Será na casa dos meus pais!”. Eu disse: “Não estou interessado. Na minha opinião esse lance de fazer jam é muito chato”. O cara acabou me convencendo a pelo menos aparecer por lá para dar um alô e foi o que eu fiz. Chegando lá, o pessoal já estava mandando ver dentro da casa. Encostei o carro e fiquei só sacando o movimento, com gente entrando e saindo da casa o tempo todo. Quando eu estava pensando em sair fora o cara que tinha me ligado apareceu e me convidou para entrar. Quando cheguei na sala lá estavam Johnny e Edgar Winter, Rick Derringer e Randy Jo Hobbs. Vi a bateria no canto, com o nome “Johnny Winter” no bumbo e foi aí que saquei que aquilo era uma espécie de audição… Resolvi sentar na bateria para ver qual que era. Comecei com uma levada de bateria e todo mundo foi entrando na onda, me acompanhando. Fizemos uma jam de cerca de 40 minutos, sem interrupção. Quando acabamos, Johnny perguntou pra mim: “Você pode cair na estrada?”. Eu respondi que sim e ele falou: “Eu gostaria que você se juntasse com a gente”. Nisso, Edgar Winter disse “Hey, por que você não entra para a minha banda também?”. Todo mundo deu risada, mas eu acabei ficando somente com o Johnny Winter And, pois era mais a minha cara; mais orientado para guitarra e apreciado pelo tipo de público que eu queria atingir.

pZ – A integração entre vocês parece que foi imediata?

BC – Sim foi algo fabuloso. Aquela banda era sensacional. Rick Derringer e Johnny Winter duelando com suas guitarras todas as noites é algo que jamais esquecerei. Fizemos na época uma tour com o ELP e com o Humble Pie, que eram todos grandes amigos meus. Nessa tour nós éramos a atração principal todas as noites e isso era apenas um reflexo de como nosso show era poderoso e intenso, mexendo pra valer com as emoções da platéia. Éramos um time entrosado; ao vivo ninguém podia nos segurar.

pZ – Depois do primeiro fim do Captain Beyond, você fez parte de outro grande grupo de rock da época, o Armageddon. Como foi a sua parceria com o legendário Keith Relf?

BC – Quando Evans abandonou o CB, fiquei procurando o que fazer. Num belo dia eu estava bebendo no Rainbow Bar and Grill, um famoso clube da Sunset Strip, em L.A., muito freqüentado por músicos da época; e percebi que Keith Relf estava também por lá. Ele tinha um visual que chamava muita atenção e estava acompanhado de dois músicos: o baixista Louis Cennamo e o guitarrista Martin Pugh. Cheguei em Relf, me apresentei e disse que era um grande fã dele desde a época dos Yardbirds. Perguntei o que ele estava fazendo em L.A. e ele respondeu que estava tentando colocar em prática um novo projeto; uma banda de rock pesado. Trocamos nossos telefones naquela noite e logo ele me ligou, me convidando para integrar o Armageddon. Serei sempre um grande fã de Keith Relf; ele era um músico fantástico, além de ser também um letrista talentoso e um cara muito esperto; certamente Relf é um dos meus heróis na música. O Armageddon foi uma grande banda; pena que não gravamos uns quatro ou cinco álbuns, pois tenho certeza que tínhamos potencial para construir uma bela carreira.

pZ – Como a trágica e repentina morte de Keith Relf lhe afetou?

BC – Foi um terrível choque pra mim. Não sei te dizer exatamente o que aconteceu. Certamente a história que contaram para mim foi a mesma que contaram para você (nota: Relf morreu eletrocutado no banheiro de sua casa). O que mais machucou foi que Relf era o cara ideal para se ter como amigo; tinha um papo sempre interessante e um fabuloso senso de humor. Foi uma tragédia para todos que o conheciam. Nos anos 60 eu tinha assistido Relf nos Yardbirds, com Jimmy Page, e aquilo me marcou de forma única. Ter a oportunidade de tocar com Relf alguns anos depois foi algo muito gratificante.

pZ – Você ainda mantém contato com Rod Evans?

BC – Sim, eu falo com Rod de tempos em tempos. Ele está muito feliz atualmente: vive no norte da Califórnia; está casado, tem duas filhas e trabalha num hospital. Sempre que nos falamos eu tento convencê-lo a abandonar o seu “retiro” e voltar a cantar, mas até agora não tive muito sucesso (risos).

pZ – Aqui no Brasil, toda uma nova geração está descobrindo a música do Captain Beyond exatamente agora. O que você acha desse tipo de coisa?

BC – Saber que o público realmente gosta do que eu faço é algo que me deixa extremamente contente. Queria agradecer muito a vocês da poeira Zine e a todos os fãs brasileiros do Captain Beyond. É isso que faz tudo valer a pena na carreira de um músico. Eu queria muito ter a oportunidade de tocar aí no Brasil, seria um sonho pra mim. Até hoje o Captain Beyond continua sendo uma banda muito cultuada em todos os cantos do planeta e isso me deixa muito contente e satisfeito. Um grande abraço a todos vocês de São Paulo e do Brasil.

Artigo originalmente publicado na pZ 19

Armageddon: Apocalypse Now

O que deu errado com o ARMAGEDDON? Por que a banda ficou somente num único disco?

por Bento Araujo     01 ago 2014

Armageddon - 1975Em 1975, o surgimento de um supergrupo hard contando com ex-integrantes de bandas como The Yardbirds, Captain Beyond, Johnny Winter And, Renaissance e Steamhammer parecia realmente promissor. Na prática, a história foi diferente… Mas o que deu errado com o ARMAGEDDON? Por que a banda ficou somente num único disco? Talvez as respostas estejam neste texto…

O Steamhammer foi mais uma daquelas bandas surgidas bem no centro da explosão do blues rock britânico, ou seja, em 1968. Serviram de banda suporte para aparições britânicas de Freddie King, emplacaram um single que foi regravado pelo Status Quo (“Junior’s Wailing”) e deixaram quatro recomendáveis álbuns para a posteridade. É com o derradeiro deles, Speech (1972), que começa a nossa história.

Naquela altura, o Steamhammer era, na verdade, um trio, com Martin Pugh na guitarra, Louis Cennamo (ex-Renaissance) no baixo e Mick Bradley na bateria. Ocasionalmente, contavam com um vocalista contratado (o ex-Fuzzy Duck, Garth Watt-Roy), mas Speech trazia apenas três longas faixas “quase” instrumentais. A produção do álbum ficou por conta de outro ex-Renaissance, Keith Relf, que na década anterior havia sido o homem de frente de uma das bandas mais importantes do período, The Yardbirds (mais na pZ #42).

Apesar do belo registro fonográfico do Steamhammer com Speech, o fim do grupo aconteceu logo após a inesperada morte do baterista Mick Bradley, vítima de leucemia. Antes do fim, no entanto, aconteceu um show no Marquee em homenagem a Bradley, contando com a presença de amigos e bandas como Atomic Rooster, Beggars Opera, If, Gringo e o que havia sobrado do Steamhammer.
Em novembro de 1973, numa tarde chuvosa do outono britânico, Martin Pugh, Louis Cennamo e Keith Relf tomavam chá e conversavam sobre o futuro. Foi Pugh que, do nada, perguntou sobre os contatos que Relf tinha feito nos EUA, quando excursionou por lá com o Yardbirds e com o Renaissance. Estava lançada a semente de um novo projeto musical.

Keith Relf: “Decidimos ir para os EUA para ficar próximo do coração da indústria musical. Na Inglaterra essa indústria era um pouco negativa. Mandamos tudo pro espaço e fomos para a América”.

Relf, Pugh e Cennamo estavam à procura de um baterista, e numa cidade como Los Angeles, seria fácil achar um. Foi na segunda noite de Relf em Hollywood que ele encontrou Bobby Caldwell no Rainbow Bar, um dos points roqueiros mais descolados da cidade. Caldwell era um baterista experiente e virtuoso, tendo tocado com nomes como Johnny Winter e Captain Beyond. Relf ficou com o telefone do baterista, mas na verdade seu desejo era trazer Aynsley Dunbar para o seu novo projeto. Uma ligação foi feita a Dunbar, que estava começando a tocar numa nova banda fusion californiana chamada Journey. Dunbar falou algo do tipo para Relf: “No momento eu não posso, mas conheço um cara muito bom chamado Bobby Caldwell e ele está procurando uma banda”. Era o que Relf precisava ouvir naquele momento. Além do mais, a sonoridade do novo projeto que estava nascendo tinha muita relação com a música praticada pelo Captain Beyond.

A matéria completa você lê na pZ 55.

pZ 19 (ESGOTADO)

Edição rara, temos poucos exemplares.
Captain Beyond, Judas Priest, David Coverdale, East of Eden, selo Vertigo (segunda parte) etc.

por Bento Araujo     07 jul 2014

CAPTAIN BEYOND
Dez páginas com a trajetória desse fantástico grupo obscuro dos anos 70! Discografia comentada, as origens dos integrantes, detalhes da gravação do primeiro disco, tours pela América, o sumiço de Rod Evans e uma entrevista exclusiva com o batera Bobby Caldwell.

DEEP FRAUDE
A picareta tour do “falso” Deep Purple em 1980, tendo Rod Evans como protagonista principal. Texto exclusivo do maior especialista em Deep Purple do Brasil, Mr. João Cucci Neto.

VERTIGO (SEGUNDA PARTE)
Segunda e última parte do especial sobre o selo Vertigo, trazendo resenhas e cotações de álbuns de bandas como Black Sabbath, Warhorse, Gravy Train, Tudor Lodge, Alex Harvey, Status Quo, Kraftwerk,etc.

AS BARBEIRAGENS DAS GRAVADORAS BRASILEIRAS
O expert no assunto, Ayrton Mugnaini Jr. desvenda pela primeira vez as maiores barbeiragens fonográficas ocorridas em nosso país. De Ronnie Von até UFO, de Camel até Secos & Molhados, de Beatles até Rolling Stones… Imperdível! Faixas cortadas, capas e músicas trocadas, erros de digitação e rotação, e outras atrocidades que fizeram de vítimas grupos e astros como Beatles, Stones, UFO, Camel, Janis, Doors, Dylan e muitos outros.

JUDAS PRIEST
Um panorama sobre o ano de 1978 na carreira do Priest; quando eles lançaram os álbuns Stained Class e Hell Bent For Leather (ou Killing Machine).

DAVID COVERDALE
Entrevista exclusiva com David Coverdale e seu teste para ser vocalista do Uriah Heep
Muita gente não sabe, mas em 1976, após a traumática saída de David Byron, o Uriah Heep chegou a convidar o ex-vocalista do Deep Purple para uma audição. Nessa edição da pZ Coverdale comentou tal acontecimento numa entrevista exclusiva: “Lembro perfeitamente desta ocasião! Eu sabia que não daria certo, mas aceitei apenas para que eles não ficassem desconfortáveis com a situação. Foi uma noite muito divertida, mas nada sério. Naquele período da minha vida eu sabia exatamente o que fazer com a minha carreira e simplesmente cantar numa outra banda certamente não estava nos meus planos. Eu já tinha o meu plano principal, que era formar o meu próprio grupo.”

CASA DAS MÁQUINAS
Netinho comenta a criação da clássica “Casa de Rock”. Em entrevista exclusiva para a poeira Zine, o lendário baterista Netinho explicou detalhes sobre a composição da música “Casa de Rock”: “Essa foi uma das últimas músicas que fizemos para o disco e eu estava com uma certa dificuldade para fazer essa letra. O Catalau era filho de um amigo meu e um dia, visitando esse meu amigo, o moleque me mostrou umas letras que tinha feito, umas coisas bonitas, inteligentes. Aí, pedi o moleque emprestado pro pai (risos). Peguei o Catalau e fomos pro Guarujá. Olha, eu nunca contei isso pra ninguém! Chegamos na praia de madrugada, com duas cadeiras, papel e caneta. Ali, com os pés na água, saiu essa letra.”

E mais:
Mundo Bolha: Dave Murray e guitarra de Paul Kossoff; o pique de Jack Bruce; o novo álbum do Van Der Graaf Genenator; o som revigorante do Dirty Sweet etc.

Entrevistas: com a vocalista do Babe Ruth (Janita Haan), Aninha Capaldi (esposa de Jim Capaldi do Traffic) e com os novatos do Rose Hill Drive.

Capas Históricas: School’s Out (Alice Cooper)

Pérola Escondida: East Of Eden

Have a Nice Day: Pushin’ Too Hard (The Seeds) / Susie Q (Dale Hawkins)

O Colecionador: Ed Motta

Quem se Foi: John Rutsey, Wander Taffo, Klaus Dinger, Mick Waller etc.